sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Bibliotecas, estantes, IKEA, flores, Max Ernst (e nada do que se ouve nos media)

As notícias que inundam os media são altamente depressivas: são os juros da dívida soberana que não descem e que nos irão devorar, são as pessoas que todos os dias aparecem mortas em casa, ora no chão, ora na cama, ora sentadas à mesa (coisa que sempre deve ter acontecido - só que os media não davam por isso; agora pairam sobre os cadáveres em decomposição como moscas), são as espertalhices e as mesquinhices da pequena política partidária, com as tontices imaturas e incompetentes das eventuais moções de censura: não há nada que se aproveite. Até o tempo tem andado uma lástima. Para nos distrair, vai agora o PS desafiar Cavaco Silva com o importantíssimo tema da mudança de nome dos transexuais, apresentando a mesma versão que já foi vetada, forçando Cavaco a ajoelhar. Mas fazer Cavaco ajoelhar por causa dos trangéneros...? Até me faz lembrar aquela do Cesariny com o mestre joalheiro (...não posso contar aqui, que este é um blogue de família). 

Lá por fora, a ordem mundial sofre um reajustamento histórico. Como placas tectónicas que provocam sismos para se reajeitarem, assim os países do Norte de África e Médio Oriente se revoltam para que se instalem novos regimes políticos. Sucedem-se as réplicas ao longo de todo o mundo árabe. Vai demorar até que esta parte do mundo se aquiete e que todo o mundo se torne num outro.

Mas não tenho vontade ou paciência para escrever sobre o que quer que seja relacionado com isso.

Agora estou preocupada é como é que vou fazer a reorganização da biblioteca para conseguir acomodar os livros que têm andado a vaguear por aqui à rédea solta. Há duas novas estantes (maravilhoso IKEA) e há que imprimir um movimento de translação entre os livros que estavam noutros redis, para manter alguma lógica, aproveitando para introduzir algumas alterações.


Mas não é fácil, a casa virou um caos. Há livros por todo o lado, desirmanados, desarrumados.

A boa notícia é que, finalmente, uma alma caridosa teve disposição para actualizar a base de dados (e eu sinto-me eternamente agradecida porque vou poder saber por género, por autor, por editora, por título, o que há em casa e, numa fase mais organizada, qual a estante de que divisão onde se encontram).


Literatura portuguesa, brasileira, palop, espanhola, outra, policial.

Crónicas, diários, biografias, correspondência, entrevistas.

Divulgação científica, matemática e física.

Filosofia, psicologia, neurociência.

Poesia, prosa sobre poesia.

História, geografia.

Fotografia.

Pintura.

etc.

E, portanto, rodeada de livros - que são uma companhia, um prazer, uma fonte de saber - e pensando nas minhas florzinhas que começam a despontar, anunciando a primavera, aqui estou. 

Não sei como se chama esta flor mas é linda, linda, de um lilás suave, perfeito.

Além disso, thanks God, it´s friday. Por dois dias não vou estar metida no trânsito, nos stresses, em reuniões ou a ouvir falar em problemas, enfiada em edifícios de vidro energeticamente eficientes, sem janelas que se possam abrir.

Haverá melhor companhia do que a Monja Portuguesa (de Max Ernst) e o perfume de um pinheiro?


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