terça-feira, julho 13, 2010

Olé....!?... Olézinho...



(Legenda: espanhol com o rabo de fora)


É perigoso generalizar e revela falta de rigor ou falta de honestidade intelectual.

Por isso, entenda-se o que vou escrever como um manifesto em tom ligeiro, como um exercício deliberadamente pouco racional.

Até há algum tempo eu gostava muito de Espanha, especialmente de Madrid. Durante algum tempo chegava a ir lá 3 ou 4 vezes, quando não mais. Era lá que geralmente fazia compras, via exposições. A alegria e o perfume dos espanhóis na Serrano, a largueza dos passeios da Goya, da Velasquez, toda o movimento daquele bairro, o Rainha Sofia, o Parque do Retiro, tudo isso me encantava.

No entanto, quando à noite no hotel ligava a televisão, a indigência daqueles programas, a futilidade daquela gente, a regateirice daqueles programas do corazon, o excesso de maquilhagem, nem uma conversa que se aproveitasse, tudo aquilo me deixava um bocado perplexa. Se a televisão de um país minimamente reflecte o que é o povo, a elite, a cultura, o divertimento de um país, seria então que eu estava equivocada?

Depois, outra coisa que sempre me incomodou foi aquele chauvinismo pacóvio de ouvirem tudo dobrado, tudo em espanhol: por defeito, aquela gente não tem sequer oportunidade de conhecer a voz original dos actores de cinema ou televisão. Por isso, têm todos ouvido duro para qualquer outra língua - o que contribui ainda mais, quando os conhecemos de perto, para os acharmos um povo inculto, tacanho.

Eu sei que há excepções e eu própria tive a oportunidade de trabalhar de perto com um madrileño e com um catalão, ambos cultos, divertidos, muito críticos, pessoas interessantes. Convivi com qualquer deles durante meses a fio e sempre os achei o máximo. Mas ambos trabalhavam há anos numa multinacional, ambos tinham percorrido vários países e por isso tinham assimilado a transculturalidade e, por isso, já não representavam o cidadão espanhol corrente.

Ganharam o campeonato e ganharam bem, do pouco que percebo, do que vi, achei-os bem organizados, dinâmicos e o treinador tem classe, tem carisma. Chapeau, portanto.

Mas futebol à parte, do que conheci (e não é apenas do último ano mas também de uma outra experiência de há uns anos atrás)e de testemunhos que tenho recolhido junto de quem trabalha frequentemente com espanhóis, o que concluo é que são pacóvios mesmo, tecnicamente muito atrasados, em termos de gestão: pré-históricos, altamente avessos a trabalho organizado e planeado, desleixados, duvido que saibam pôr um problema em equação (daí parecer que não sabem fazer contas...mas, caraças!, aritmética é coisa simples. O que não sabem é descortinar que contas é que devem fazer em cada caso concreto), além disso, são pouco sérios, são pouco cavalheiros, são troca-tintas, dizem e desdizem, não são reliable mas nem pouco mais ou menos, são arrogantes mas de uma arrogância provinciana.

Ou seja: pouca sorte a de quem trabalha numa empresa comprada por espanhóis; idem para quem tem a pouca sorte de comprar uma empresa em Espanha e não atalha o mal pela raíz, ab intio. A coisa vai correr mal em qualquer dos casos.

(Ok, há excepções, temos o caso de: o Santander, o Totta, o Santander Totta...e mais algum...?)

Perguntar-se-á então: e a grandeza económica de Espanha? Mas já se viu que tem pés de barro, tem o rabo de fora. Tem-lhes valido uma coisa importante e que falta a Portugal: dimensão, escala. Denominador grande quando se dividem os custos, numerador grande quando se multiplicam receitas.

E talvez tenham outra coisa que a nós, fadistas, nos falta: bola para o alto, alegria, salero.

Tirando isso, não é mesmo gente que interesse. Aquela coisa de que dali nem bons ventos, nem bons casamentos, é mesmo uma verdade.

Infelizmente a nossa economia está cada vez mais nas mãos deles, que assim vão continuando a potenciar escala e é com tristeza que eu vejo espanhóis que, em termos de gestão estão nas calendas, a mandar em portugues competentes, experientes que não têm outro remédio senão encolher-se não vá dar-se o caso de darem muito nas vistas, fazerem sombra a algum espanhol (o que não é difícil) e ainda acabarem mais prejudicados.

Não sei o que se pode fazer para resistir a isto, vou pensar no assunto. Acho que teremos que ser qualquer coisa entre o Medina Carreira que vê tudo negro e sem solução e a Padeira de Aljubarrota que resolveu o problema à espadeirada.

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