Explicação prévia
Esta tarde choveram cães e gatos, granizo e toda a espécie de actos de deus (como se diz em gíria jurídica). Isto incluiu uma trovoada violentíssim que colocou o cão a tremer, encostado a mim, e que deitou a eletricidade abaixo.
Tinha deixado o computador em cima de uma mesinha junto a uma porta/janela. Acabámos de almoçar antes que a casa viesse abaixo tamanha a carga de relâmpagos e trovões.
Quando regressei à sala, chovia copiosamente. Provavelmente as telhas entupidas com caruma. Não sei. Só sei que a água caía em cima do computador... Sequei e fiz o que podia (sem secador e sem poder usar qualquer coisa que o secasse, pois a luz custou a vir), agora parte do teclado não funciona. Na prática, não posso usar o computador.
Portanto estou a fazer isto no telemóvel, com as limitações que isso tem.
Explico também que o meu marido escreveu o texto abaixo nessa altura, ou seja sem ter visto o arranca-rabos que o execrável taberneiro desencadeou na AR e antes da votação. Quando vínhamos no carro ao fim do dia, ouvíamos a pouca vergonha que o cavernícola Ventura provocou. Ao ouvir as estúpidas bacoradas, disse que, à noite, acrescentaria uns pontos ao texto. Só que se meteu isto e aquilo e, entretanto, adormeceu. Portanto, o texto segue como ele o escreveu.
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Ontem o Luís, na AR, encheu-se de brios e explicou ao Ventura que a ditadura é corruptiva e geradora de corrupção, ao contrário do que acontece com a democracia. Esteve bem neste particular. Tenho para mim que só se atirou ao André porque sabe que a direção do PS é gente de palavra e, no seguimento da decisão que tomou, vai mesmo abster-se na votação do orçamento na generalidade. Precisasse o Luís do André para o orçamento passar e meteria a viola no saco para não o "chatear". Temos visto que o Luís só chateia mesmo o André quando não prevê grandes consequências do ato.
A triste "cena" da burka é elucidativa e vir dizer que aprova a lei por questões de segurança é ridículo. Será que alguém já viu mais do que uma pessoa com burka em Portugal? Um dos problemas do Luís é que, dizendo de vez em quando coisas acertadas sobre a democracia, a forma como entende a prática e a ética democráticas quando os seus atos estão a ser julgados está nos antípodas do que apregoa. Para ele, a democracia é porreira desde que, por exemplo, não implique o escrutínio dos atos do PM Luís Montenegro. Para ele, a ditadura é um problemazito quando se trata de ser mais papista que o papa e trazer para a ordem do dia assuntos que são bandeiras do André numa tentativa de caçar votos aos apaniguados do taberneiro, independentemente dos assuntos serem mais relevantes em regimes autocraticos do que em democracias maduras.
Na verdade, entre aquilo que o Luís diz e aquilo que o Luís faz há uma enorme diferença que, manifestamente, não abona a favor do Luís. É o Luís que temos. Não me parece que seja o Luís que merecemos.
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