terça-feira, setembro 23, 2025

Mariana Mortágua, ou a irresponsabilidade de acelerar o suicídio do Bloco de Esquerda

 

De cada vez que ouço falar na expedição em que a Mariana Mortágua se meteu, la flotilla, largando o partido do qual é a responsável e a única deputada, mostro-me estupefacta.

Um conjunto de 'maduros' capitaneados por Greta Thunberg meteu-se em barcos a caminho de Gaza para levar mantimentos. Não percebo sequer a lógica desta brincadeira. Certamente gente bem intencionada mas sem noção da realidade. O que levam na flotilla não deve chegar para matar a fome a uma dúzia de pessoas durante uma meia dúzia de meses. No meio da desgraça de toda a ordem e das incomensuráveis carências de que padece a população naquele lugar tão duramente chacinado, que diferença faz o que aquela malta ali leva? 

Dizem-me que nem é pelas latas de feijão que levam, que é mais para chamarem a atenção. Estupidez. Atenção?! Mas Gaza precisa de mais atenção? Não se fala noutra coisa em todo o mundo. O que faz falta é forçar Israel a parar com aquele genocídio. Tudo o resto é conversa. O efeito prático daquela expedição hippie é zero. Bola.

Que a Greta Thunberg ali vá não me admira. Que a Sofia Aparício ali vá também não me espanta. Que Miguel Duarte também lá vá parece-me normal, do que se lhe conhece tem como actividade o ser activista, passe o pleonasmo. Agora Mariana Mortágua....? Líder de um partido político? A única deputada desse partido...? Larga o partido, larga os problemas nacionais, larga os temas da actualidade portuguesa e aí vai ela, activista, kufiya ao pescoço, no veleiro a caminho de Gaza... Há não sei quanto tempo que para ali anda (e ainda não chegaram), numa expedição inútil, lírica, mais coisa de teenagers que não pensam do que de políticos responsáveis.

Supostamente, depois há de ser outro tanto tempo para regressarem. Lá para o Natal talvez esteja de volta. Todos zangados uns com os outros, malta que tem um egozinho grande e pontiagudo. A Greta já se zangou com os do barco português, na volta ensarilhou-se com a Mortágua: fez birra, marimbou-se para a coordenação da flotilla e mudou de barco, já não atinava com a malta do barco português. Qualquer dia é a Aparício que dá de frosques, também de candeias às avessas com os outros. Lindo. Coisa de teenagers, como digo. 

Li que, finalmente, a menina Mortágua decidiu ser substituída na Assembleia da República. Já não era sem tempo. Era um absurdo que, num partido com um único deputado, nem esse deputado lá pusesse os pés.

Só por curiosidade fui ver quem é. 

Andreia Galvão.

Uma jovem licenciada em Ciências da Comunicação, com especialização em Cinema e Televisão, atualmente mestranda em Teatro. Faço ideia a experiência política, a experiência de vida e o conhecimento que tem da sociedade e da economia portuguesa e europeia... 

Se Mariana Mortágua, desde que é líder do BE, tem provocado uma erosão que já levou o partido até à insignificância de um único deputado, com toda esta mais recente estupidez galopante, vai, com certeza, acabar com ele de vez.

Assim vai a esquerda à esquerda do PS. Uma verdadeira desgraça.

16 comentários:

Anónimo disse...

No dia em que, finalmente, tantos países, com relevante importância política na cena internacional, reconheceram o Estado da Palestina, o que tem para nos dizer é que o pessoal da flotilha anda a fazer nada de útil (o mesmo diz Netanyahu) porque o drama dos palestinos já é por demais conhecido.
A pensar assim, Macron e os demais nada fariam, bastava-lhes ouvir as notícias, ouvir o papa, esperar que Netanyahu e os seus ministros concluíssem o trabalho, que no dizer de um deles, a parte mais custosa, “a demolição”, está concluída em Gaza, agora, diz o mesmo, é “avançar para a reconstrução”.
A questão que todos deveriam colocar é: E o que se faz aos palestinos que ainda restam?
Para quem acha que nada se deve fazer ou que até diz que algo deve ser feito, sem explicitar o quê, a resposta àquela questão só pode ser uma, deixar que os Israelitas liquidem o povo palestino e, no fim, reduzirem a colonos os que restarem.
J. Carvalho

Anónimo disse...

Adubo psra o Chega

Anónimo disse...

"Assim vai a esquerda à esquerda do PS. Uma verdadeira desgraça".

Veremos o que pensam do PS os eleitores daqui a umas semanas; se está vivo ou se está mortaguado.

Um Jeito Manso disse...

J. Carvalho, não seja tonto. Julgava-o mais sólido. O que diz é um perfeito disparate. O tema do post não é Gaza, Israel, não é o que lá se passa. A propósito de um passarinho ter caído de um ninho eu posso escrever sobre a primavera, sobre as aves de arribação, sobre as alterações climáticas, sobre o capitalismo, sobre o mundo em geral. Mas também posso apenas falar sobre o passarinho que caiu do ninho. Ou não?
O tema do post é sobre a Mortágua ter deixado o partido, que já de si está minguado e descredibilizado, entregue às malvas e pôr-se ao fresco a bordo de uma brincadeira daquelas que não servem literalmente para nada. No caso de Timor, long ago, fez sentido pois o mundo não estava sensibilizado para o problema. Agora neste caso, o mundo está mais do que sensibilizado. E que uma jovem estudante, um activista, uma actriz com pouco que fazer e outras figuras afins se metam a caminho numa expedição que, quando as ondas estão maiores, tem que recuar ou aportar, e que, pelo andar da carruagem, vão andar meses nisto até todos zaragatearem com todos, eu ainda assobio para o lado. Não tenho nada a ver com a forma como cada um ocupa o seu tempo. Agora a Mortágua foi eleita para ser deputada de Portugal, está a receber ordenado para estar na Assembleia a cumprir o seu mandato. Não está a receber ordenado para andar em expedições náuticas sem prazo. Acha que os que, algures no tempo, acharam que o Bloco de Esquerda era um partido relevante se reveem neste comportamento da actual líder?
Quanto a Gaza, à Palestina e a Israel, o tema é complexo e relevante por demais. Merece ser tratado com respeito (e publiquei há pouco tempo um excelente post escrito pelo meu filho sobre o tema, tendo acrescentado um apontamento meu sobre o tema; como não mudei de opinião, não preciso de estar a repetir-me), não é tema que deva aparecer como um mero apêndice ao tema da Mortágua,
Ou não concorda?

Um Jeito Manso disse...

Claro. O pior que pode acontecer é quando as pessoas ou os partidos se põem a jeito. O Ventura alimenta-se destas coisas...

Um Jeito Manso disse...

Receio estas eleições. Tudo tem a ver com a qualidade e o carisma dos candidatos e não sei se os do PS são extraordinários. Mas, nas próximas legislativas, acredito que o PS vai saltar para a frente.

Ccastanho disse...

Quer o BE, quer o Chega, ambos me merecem a mesmo, isto é: desprezo. Os dois têm o mesmo objetivo, eliminar o PS.

Um Jeito Manso disse...

Mas, reconheçamos, o Chega é perigoso a sério pois sabe falar para os ignorantes (que são muitos) e, tendo conseguido muitos votos, conseguem minar a democracia. Como o BE fala para uns quantos pseudo-intelectuais, que são poucos, e, por isso, a mossa que possam fazer não é grande coisa.

Anónimo disse...

Já o outro que foi 1ministro e pedia que lhe fizessem chegar as « fotocópias » de que tanto gostava, não minou a democracia! Que ideia!

Um Jeito Manso disse...

Olha! Cá está ele! Estava a estranhar a sua falta... O tal que é fixado no macho-alfa... Não consegue esquecê-lo... Isso é que é paixão a sério....

aamgvieira disse...


Aconteceu no Oeste
1968

O Leopardo
1963

A PANTERA COR DE ROSA
1963

Os Profissionais
1966

Fellini 8 1/2
1963

Anónimo disse...

Desconheço o autor mas assino por baixo o respectivo comentário. A quadrilha do 44, a par com a do Cavaco, é responsável pelo estado da arte

Um Jeito Manso disse...

Mais um saudosista. Por essa lógica nem valia a pena haver governos, bastava a malta pôr-se à sombra da bananeira a carpir sobre os malefícios que o deslize de Adão causou à humanidade.
Acresce que a turminha do Montenegro ganhou as eleições prometendo resolver tudo em poucos dias. Como explica isso: uma trampolinice ou um acto de incompetência?

Anónimo disse...

Aceite um conselho, escreva acerca de passarinhos e florinhas que para isso parece ter algum jeito. Deixe os assuntos sérios para quem for sério

Um Jeito Manso disse...

Caro Comentador que conheço de ginjeira, um chato do caraças, simpatizante do Bloco, e que sempre que aqui aparece com os seus intermináveis comentários é para me insultar,
Obviamente não vou publicar o seu comentário pois acho que tenho que tentar fazê-lo perceber que se não gosta do que eu escrevo, o melhor é pôr-se a milhas em vez de andar por aqui a maçar-me com os seus quilométricos comentários.
Ou, então, porque não vai a nado até à flotilha? Vá, seja consistente. Não fazia melhor do que estar a escrever comentários insultuosos?
Portanto, vai ler a minha resposta mas não vou dar-lhe o prazerzinho de publicar o seu palavreado maledicente e insultuoso.
Passar bem. Só volto a publicar os seus comentários quando for bem educado e simpático, ok?
E já agora: porque não cria um blog para escrever as suas memórias, para dar as suas opiniões e etc? Isso é que era de homem.

Um Jeito Manso disse...

Ora aqui está um comentário que vem mesmo a propósito.