Mais um belo dia de férias. Praia. Tempo bom. Uma luz branca, levemente enevoada, muito levemente, quase um tule.
Fazemos umas boas caminhadas. Parte do caminho faço-o dentro de água mas apenas os pés. Tão agradável. A água está em boa temperatura.
As pitangueiras estão plantadas. São uma pontinha, apenas, uma ervinha. Espero que vinguem e que se cubram de pontinhos amarelos e encarnados.
Tratei do que tinha a tratar e tive tempo para escrever.
Escrevo, escrevo, escrevo. Não sei de onde saem tantas palavras.
Aconselham-me a que escreva menos, que pondere mais. Mas isso é o mesmo que me dizerem que pense menos ou que respire menos. Não sei pensar antes de escrever. Quanto muito, penso depois de escrever.
Aliás, hoje estava a caminho do fim de uma história e, sabendo já como ia acabar, a minha cabeça começou a deslizar para uma próxima. É muito estranho, bem sei.
Tirando isso, vi, num relance, meia dúzia de jovens com aspecto vagamente alternativo que por aí andam a fazer parvoíces, cortando o trânsito, atrapalhando a vida a quem anda a trabalhar. Quando entrevistados, os jovens só dizem palermices, vacuidades. Estão desfasados da realidade, são incultos, mal informados. São um vulgar subproduto das redes sociais. Contudo a televisão ouve-os, dá-lhes palco. Uma gentinha desqualificada, tanto eles como quem lhes dá palco.
Enfim.
Enquanto estou a escrever, estou a ver uma entrevista com o Woody Allen. Diz que o trabalho é fundamental mas que a sorte é muito importante, que se pode trabalhar bem toda a vida e nunca ter sorte. Um médico que conheço diz o mesmo: a gente tratar-se ou monitorizar-se é importante mas mais importante é ter sorte.
E é mesmo. Por isso gosto tanto de desejar boa sorte. A mim própria me desejo boa sorte.
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A fotografia foi feita há dois dias.
As Boygenius interpretam Cool About It
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Um bom dia feriado
Saúde. Boa sorte. Paz.
11 comentários:
Ainda bem que há quem lhe diga isso. A literatura não é a história, é o modo como a história em contada, é o trabalho sobre a frase, é o trabalho sobre o léxico, é a ponderação, muita ponderação.
Cara UJM
Há agora uma trupe arruaceira, descendente de outra trupe dos pais, gente das avenidas novas de Lisboa que da vida nada sabem, a não ser frequentar as casas de chá da média burguesia alapada há sombra do orçamento de estado.
O que mais me irrita nesta cambada de energúmenos, é a pretensão canhestra de se assumirem como seres superiores face ao resto da sociedade e dos cidadãos. Esta pretensa superioridade, é herança educacional dos seus pais, também grandes arautos da verdade, pretensos fazedores de um homem novo e amanhãs que cantam, a quem só a eles pertence, como seres intelectualmente superiores que se fecharam todos!, no partido de direita reacionária que é o Bloco de Esquerda.
Uma sugestão para essa gente: em vez de se sentarem nas estradas a prejudicar quem anda a trabalhar, venham para o Alentejo, e desfrutar da sombra de um chaparro a guardar porcos, tinham mais utilidade.
Uma gaitada
https://www.youtube.com/watch?v=udIY_3s4_XQ
https://www.youtube.com/watch?v=QiYHKMTdTkY&list=OLAK5uy_notmqth_tgHVOeB6CQKeieTeBwusX2oZ8
Tenho alguma estima por este blogue e pela sua autora. Além disso, leio sempre a caixa de comentários que são geralmente muito desinteressantes, designadamente os deste indivíduo castanho que escreve sempre a despropósito ou os de uma tal Pôr-do-Sol, muito doméstica e fraquinha. Hoje, porém, tenho de concordar completamente com o anónimo/o que lhe recorda que "A literatura não é a história, é o modo como a história é contada". É exactamente isso. Toda a literatura é um trabalho de linguagem, é um exercício lento, ponderado, minucioso. Redigir bem qualquer um consegue, escrever bem é uma outra coisa e é completamente diferente.
No Blog "Tempo Contado"- Rentes de Carvalho, Escritor:
"No tempo que aí vem haverá mudanças radicais, invenções de pasmar, formas inesperadas de submissão, viagens a Marte.
Pode ser até que, finalmente, os extraterrestres que há muito vivem entre nós disfarçados em vizinhos, saiam desse seu armário e peguem nas rédeas da governação."...
A.Gama Vieira
Primeiro Anónim@,
Se calhar tem razão. Mas quem lhe diz que as ideias não me aparecem já trabalhadas, ponderadas...?
Não estou a dizer que vêm. Estou apenas a questioná-l@ a si sobre qual o seu conhecimento sobre o que escrevo.
Aliás, talvez consiga ter uma ideia a partir do que lê aqui. Mas aqui não escrevo da mesma maneira como escrevo quando estou a 'escrever'.
E depois há aquilo de o Amor de Perdição ter sido escrito em 15 dias.
Enfim, é o que é.
Mas, olhe, tomei boa nota dos seus conselhos. A sério.
Olá Ccastanho,
Não sei qual a proveniência daqueles activistas mal amanhados que só fazem e dizem disparates. Nem sei se a cura para eles é tão fácil como diz.
Não sei se não seria melhor pagar-lhes uma viagem à China, a uma daquelas cidades completamente poluídas. Só para eles verem a diferença para o paraíso que, apesar de tudo, é Portugal.
Quanto às 'gaitadas'... muito boas, nada gaitadas. Boa música, isso sim. Muito obrigada!
Olá Segund@ Anónimo@,
Já lhe disse, até mais do que uma vez, que não gosto que insulte outros Leitores deste blog. Acho que o que faz é de um mau gosto que não tem justificação.
Acha-se superior e não percebe que a falta de simpatia, talvez de empatia, e, certamente, de boa educação que revela o colocam num patamar inferior a qualquer outra pessoa.
Publiquei o seu desagradável comentário apenas para poder dizer-lhe isto.
Quanto à minúcia, ponderação e etc., queira, por favor, ler a minha resposta ao primeiro comentário.
Obrigada, de qualquer forma.
Na volta nem será má pessoa, apenas alguém que não sabe o que é viver em sociedade. Se, de alguma forma, eu ou os meus outros Leitores pudermos ajudá-lo, diga. Ok?
Olá A. Vieira,
Tem graça isso que diz que o Mestre da Barca, o escritor Rentes de Carvalho, escreveu. Ele é um céptico, uma pessoa que, de forma geral, descrê da bondade humana. Antevê toda a espécie de reviravoltas existenciais... E, se calhar, tem razão.
E qual é a sua opinião?
A bondade humana humana resulta do individualismo de cada um.
Portugal está farto de assistir a palhaçadas e politicas de lambe botas na UE.
A. Vieira
Tudo acontece num dado contexto. Por exemplo: metade das emissões de CO2 aconteceram nos últimos 30 anos, a outra metade desde finais do sex XVIII até 1990. Há 30 anos já se conheciam as consequências. Há um estorial, extensamente documentado de negacionismo, por parte das grandes multinacionais da energia e não só.
Sendo assim, quem são os grandes desordeiros, criminosos, destruidores das vidas dos seus congéneres, a trupe que se arroga toda a superioridade nesta estória?
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