Se no sábado a casa estava meio cheia, este domingo chegou a metade restante. E, quando as duas metades se reúnem, a alegria imediatamente redobra. Aliás, qualquer deles fica numa impaciência enquanto os demais não chegam, como se estivessem num involuntário e infindável stand by.
E, portanto, mal se reuniram foi a festa do costume.
Quando algumas pessoas se arreliam com o barulho que as crianças fazem e o atribuem a falta de educação penso que é porque não estão habituadas a verem, por dentro, a explosão de energia, de entusiasmo, a irreprimível vontade de falar, de rir, de brincar que acontece quando miúdos que se adoram estão juntos. Pode tentar-se que falem baixo e controlem a adrenalina e a alegria mas é escusado pois basta que um pregue uma partida para o outro reagir, para um outro ir ver o que se passa e tomar partido, para logo se envolverem em bulhas amigáveis ou risotas, retaliações, exclamações alto e bom som. E é isto em contínuo.
Abrandam enquanto comem pois, felizmente, têm um apetite voraz e, quando se sentam, servem-se e focam-se na refeição. Abrandam também ao fim do dia quando lhes dá o sono. Tirando isso, é uma festa.
Pode parecer ruído para quem está de fora. Mas, na realidade, é uma alegria e uma celebração do afecto e da partilha quando vistos por quem está por dentro.
Entretanto, eu andava à volta dos tachos desde que me tinha levantado, debatendo-me com a sua dimensão tentando ter a garantia de que, apesar de grandes, a confecção se opera a contento, quer nos sabores quer no tempo disponível.
Dia grande e feliz, pois.
É uma grande alegria vê-los juntos, todos sentindo que a casa e o lugar lhes pertence e que até parece que está impresso nos seus genes. Mesmo o mais novo está sempre a perguntar quando é que cá vem pois é aqui que mais gosta de estar. Creio que é o único que ainda não me perguntou o que é que acontecerá quando eu e o avô morrermos. Ainda só tem seis anos pelo que é natural que essa dúvida não lhe tenha ocorrido. Mas os restantes já mostraram a sua preocupação. Percebe-se que querem que este lugar especial permaneça na família mesmo depois de eu e o avô deixarmos de existir.
Claro está que estou com sono (até porque, estupidamente, tive mais uma noite quase não dormida; toda a vida dormi o sono dos justos, como uma pedra; e, relaciono com a covid, parece que fiquei com o ciclo dos sonos alterados e, de vez em quando, tenho uma insónia total)... e só me ocorre é que ainda bem que esta segunda-feira já não é dia de trabalho para mim.
O pior de tudo era quando chegava a domingo à noite a sentir que precisava de descansar e, no entanto, poucas horas depois já tinha que estar a levantar-me cedo, com despertador e, se a sorte não me estivesse benfazeja, até tinha logo uma malfadada reunião à primeira hora da manhã. Era o pior que me podia acontecer: uma reunião chata logo ao romper da manhã, numa segunda-feira. Um sofrimento para mim e um risco para os que tinham que me aturar... Felizmente, isso já era.
Na volta o Mujica tem mesmo razão: inteligente, inteligente era o mundo encontrar maneira de pormos os robots a trabalhar deixando para os humanos o descanso, o divertimento, a fruição da beleza, da arte, da boa vida. Isso é que era.
Mas enfim.
-----------------------------------------
O que tenho ainda a dizer é que o design, a inteligência funcional das coisas e das casas e o bom gosto são coisas a que sou muito sensível.
Acho estes dois vídeos são muito interessantes e, por isso, partilho-os convosco. Boas ideias são sempre bem vindas, não acham?
NTS: Wonderful Waste - How UK Designer Turns Waste into Stylish Furniture
Furniture/Interior/Product Designer Nina Tolstrup founded StudioMama in 2000 with partner Jack Mama, and over the past 20 years they’ve championed repurposing, repairing and upcycling with a playful and accessible approach to design. They’ve explored the potential for small footprint living in their 13m2 Cab office conversion, and the 40sqm London Townhouse, filling both with bursts of colour and upcycled furniture like their Re-Imagined chairs. Nina and Jack have created collections of animal sculpture from timber offcuts, chairs and lamps from pallets and even designed sustainable, transforming kitchen spaces for Ottolenghi.
Inside an Art Lover's Eclectic European Interior Filled With Wonderful Objects | House Tour
Today we meet Joanna Delia inside her meticulously curated four-storey family home in Valletta, Malta. Joanna is obsessed with art, and her house is a fine-tuned reflection of who she is, and how she wants to spend her life in it.The collaborative work of Joanna and a handful of European architects and designers, the interior and design of her house is “like a pencil” tall and thin, but full of character emanating from the eclectic selection of artworks she's collected, as well as the inspiring objects she’s acquired over the years.As we’ll explore each level of this project, prepare to be mesmerized by the fusion of aesthetics and functionality, as Joanna's keen eye for local art and design is evident in every corner, creating a harmonious space that reflects her passion for creativity. From the moment we enter the front door, we’re greeted by an impressive display of carefully selected artworks that set the tone for what lies ahead.Each floor boasts its own unique character and purpose, expertly tailored to suit the needs and interests of Joanna's family. Marvel at the art-filled bedrooms, thoughtfully designed to provide a serene retreat for relaxation and creativity. Throughout the tour, Joanna shares her inspirations, design beliefs, and favorite art pieces, providing invaluable insights for art enthusiasts and home décor aficionados alike.Whether you're seeking ideas for small space living or simply appreciate the beauty of a well-curated home, this episode promises to ignite your imagination and leave you feeling inspired.
Sem comentários:
Enviar um comentário