segunda-feira, agosto 01, 2022

Terra ardente

 


A imagem é fabulosa. Linda. Vejo que o autor é o fotógrafo Ian Logan. Na legenda pode ler-se que, um pouco por todo o mundo, têm sido registadas temperaturas nunca antes atingidas. 

Identicamente há fenómenos extremos que viram do avesso a vida de quem os vive. Nuns lugares há chuvas diluvianas que fazem abater estradas, que arrancam as casas, que arrastam árvores, carros. Noutros lugares os gelos derretem, há derrocadas, os animais da neve já nem sabem onde se acolher. E depois as temperaturas. Braseiros. Incêndios incontroláveis. Falta de água. Terra seca, desertificada.

Sucedem-se as previsões: mais do que um lugar perigoso, um lugar inabitável. Penso nos meus filhos, nos meus netos: que vida os espera?

Que já não há retorno possível, que caminhamos despreocupadamente para a fogueira que nos há-de consumir -- dizem uns. Que se pusermos todos mão à obra talvez consigamos atrasar o grande desastre --- dizem outros, como os que dão voz ao vídeo (que creio que já aqui, antes, partilhei)

2050: what happens if we ignore the climate crisis

Dois cenários: 

o que acontecerá se não fizermos nada e o que poderá acontecer se deitarmos mãos à obra

Não sei. São matérias muito complexas e, como é bom de ver, sou leiga na matéria. Apenas sei ver que não podemos fazer de conta que não se passa nada. Passa-se.

Acredito que esta deveria ser a grande questão da humanidade. Bem, talvez não a grande mas, talvez, a maior, a prioritária. Todas as outras perderão sentido se não houver planeta habitável para os humanos.

O artigo ‘Soon it will be unrecognisable’: total climate meltdown cannot be stopped, says expert' é interessante e, diria eu, merecedor da maior atenção.

A questão é que temos, todos, que ter consciência da gravidade da situação. Depois, tentar atrasar os limites da exaustão do planeta: florestarmos, arranjarmos maneira economicamente viável de fazer água potável, mudarmos de vida (andar menos de avião, comermos menos quantidade de carne, optarmos por produtos produzidos o mais perto possível, etc). E depois há aquele sábio lema de que se não o podemos vencer, juntamo-nos a ele. Ou seja, temos que começar a adaptar-nos ao que aí vem: temos que reciclar água, obviamente consumi-la menos, temos que ter uma arquitectura* que seja energeticamente eficiente, temos que repensar o urbanismo de forma a optimizarmos os consumos de recursos. Etc. Mil coisas. Em minha opinião, este deveria ser agora o desígnio prioritário e transversal em todo o mundo.

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(*) Sobre a forma como a arquitectura deverá ser também orientada para as emergências climáticas, para a climatização baseada não no consumo de energia mas nos materiais, na luz, nas sombras, 

um exemplo interessante em Amesterdão: arquitectura biófilica

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Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira

Saúde. Ânimo. Paz.

1 comentário:

Filha de José disse...

Este tema do super aquecimento global, das alterações climáticas que possuem consequencias desastrosas... Tudo isso é muito preocupante.

No colégio em que trabalho temos feito muitos projetos relacionados aos cuidados com o planeta.

Acredito na conscientização, a partir das crianças.

Gostei de teu blog.
Vi que também cultiva seu blog desde 2010.

Eu cultivo o meu desde 2011.

Abraço.

Ana Virgínia