Por vezes, quando ligo o computador à noite, penso que não vou ser capaz de escrever nada. Hoje é um desses dias. Estou sem força para puxar assunto. Tenho sono.
Uns dias porque as reuniões tiveram que ser muito cedo, outro porque fui, bem cedo, fazer análises, hoje porque o programa de festas assim o exigia, a verdade é que todos os dias fui acumulando défice de descanso.
É uma realidade em geometria variável. São muitos e a malta miúda come se não houvesse amanhã. O mais crescido já está bem mais alto que eu. Já começou a dar aquele salto que dão os rapazinhos quando se preparam para virar adolescentes. E todos os dias está maior, mais assertivo, mais divertido.
À saída do supermercado, tinha conseguido enfiar os sacos no carro, porque não tinha outro remédio mas, ao chegar a casa, quando fui tentar tirá-los, mostraram-se inamovíveis. Tive que chamar o meu marido, pois claro. Depois foi arrumar tudo, parte no frigorífico, parte no saco que haveria de seguir viagem. E esta sexta-feira, logo de manhã, ala moço que se faz tarde, vá de arrumar tudo e ir buscar a minha mãe. De lá seguimos para o campo. Churrasco. Quando chegaram, já eu tinha separado as carnes de frango num tabuleiro, as de porco noutro, as de vaca noutro. Separado e temperado, cada umas de sua maneira. Quando chegaram, o meu filho ateou o fogo e, a seguir, de avental e tudo a preceito, atirou-se ao trabalho. Um cheirinho bom a churrascada, aquele apetite que logo é ateado.
Outra das dificuldades é ter onde colocar todos os tabuleiros da comida. Com a sala (que, por acaso até nem é pequena) com tantas mesas de refeição e, portanto, com menos espaço de circulação, temos que colocar a comida onde qualquer um possa servir-se sem incomodar os restantes. O melhor sítio que arranjei foi uma mesa que está na sala que está dois degraus abaixo, e pôr a mesa mesmo encostada aos degraus. Felizmente, o urso felpudo portou-se como um gentleman: não atacou a comida.
À tarde, não sei como conseguiram lanchar. Eu não consegui. Mas eles sim. Acho extraordinário. A minha filha nunca foi muito comilona mas o meu filho sempre comeu bem e na adolescência eu ia aumentando a dose a cada semana que passava e era um processo sempre incremental. Mas agora a realidade é uma realidade aumentada. Tenho que multiplicar por muitos esta dúvida. Pensava que só queriam lanchar uns iogurtes e uma fruta e que cachorros só lá para mais tarde. Mas não. Às seis e tal, já estava tudo pronto para um lanche a preceito. Cachorros, batatas fritas e, pronto, vá lá, alguma fruta. Só uns quantos juntaram iogurte. E, todos, é bom de ver, o célebre bolo de cenoura com cobertura de chocolate da bisa.
Quando, ao fim do dia, se foram todos embora, fui arrumar a casa e recolher os pertences: um par de meias debaixo de uma das mesas, um elástico do cabelo, umas havaianas num canto do corredor. No outro dia, dois pares de óculos escuros.
Depois fomos levar a minha mãe. E depois regressámos.
Eu cansada. E o que bebi de água ao longo do dia...? Não é que a comida estivesse salgada. Ponho pouco sal. Compenso com as ervas e os outros temperos. Não sei se foi do calor, se do movimento. Mas, mais que eu, o urso felpudo. Durante todo o dia com tanto movimento e tanto barulho, não conseguiu pregar olho, não conseguiu descansar, tão pouco comeu. Chegou, atirou-se para o chão e ainda está no mesmo sítio, ferrado.
E eu, agora, tenho que me ir deitar. Mas, antes, ainda vou à cozinha beber mais um copo de água. Este sábado, que me vai parecer um domingo, vai ser um novo dia. E eu já fiz o pedido: que ninguém me acorde. Please.
Desejo-vos um bom sábado
Saúde. Afecto. Paz
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