quarta-feira, março 09, 2022

Resistir:
Amelia, uma menina, canta num subterrâneo. Soldados tocam junto ao local onde caiu um míssil. Um homem toca piano junto à fronteira. Músicos cantam pela paz em Londres.


A child looks out the window of a bus after crossing the border from Ukraine to Poland with people fleeing the Russian invasion of Ukraine at the border checkpoint in Medyka, Poland on March 7, 2022 [Fabrizio Bensch/ Reuters]


Leio que é impossível a Ucrânia resistir até ao fim pois será indubitavelmente esmagada pela Rússia. Um estudioso em guerra equacionou cenários possíveis e todos são dramáticos.

A quem, como eu, está sentada na sua sala, no conforto da sua casa, as imagens que chegam das ruas ucranianas chocam, comovem e causam admiração e espanto: como conseguem aquelas pessoas resistir debaixo de bombardeamentos, sem saberem o que lhes vai acontecer, temendo pela vida, sem saberem dos familiares, sem um tecto, sem os seus pertences, sem água, luz, comida ou medicamentos? Como conseguem...? Exaustos, cheios de frio, cheios de medo... como conseguem...?

Mas não apenas resistem como mantêm a força de querer ser livres. Cantam. Emocionam-se, choram, lamentam-se mas mantêm-se de pé, desafiantes. Perante os destroços, tocam, cantam, enfrentam o medo e o invasor assassino. Gente tão corajosa... 

Perante a coragem destas pessoas, a cobardia dos que teimam em manter a indiferença é um insulto.

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