A quem, como eu, está sentada na sua sala, no conforto da sua casa, as imagens que chegam das ruas ucranianas chocam, comovem e causam admiração e espanto: como conseguem aquelas pessoas resistir debaixo de bombardeamentos, sem saberem o que lhes vai acontecer, temendo pela vida, sem saberem dos familiares, sem um tecto, sem os seus pertences, sem água, luz, comida ou medicamentos? Como conseguem...? Exaustos, cheios de frio, cheios de medo... como conseguem...?
Mas não apenas resistem como mantêm a força de querer ser livres. Cantam. Emocionam-se, choram, lamentam-se mas mantêm-se de pé, desafiantes. Perante os destroços, tocam, cantam, enfrentam o medo e o invasor assassino. Gente tão corajosa...
Perante a coragem destas pessoas, a cobardia dos que teimam em manter a indiferença é um insulto.
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