Afinal, sem o saber, no domingo à noite papei não apenas dez episódios da Emily in Paris mas, imagine-se, a totalidade da série.
Ontem, quando acabei, pensei que hoje haveria de me atirar a ela. Afinal, quando a minha filha me disse que já a tinha visto toda e me falou no último episódio, percebi que era o que eu tinha visto. Há pouco fui confirmar e, upssss, era mesmo.
Hoje, ao fim da tarde, eu e o meu marido, começámos a ver o Virgin River. A minha filha e os miúdos estavam lá em cima. Estava frio na rua, tinham-se recolhido. A sala lá de cima é banhada pelo sol da tarde, muito agradável. Para não estarmos todos de máscara, nós ficámos cá em baixo. Mas, entretanto, vieram trazer as pizzas e interrompemos. Há pouco retomámos mas o meu marido tinha-se levantado ainda mais cedo do que habitualmente pelo que lhe deu o sono. Vi mais um bocado mas depois interrompi não vá ele querer continuar a ver.
Amanhã reatamos. Antes tínhamos começado o Sex Life mas interrompemos já não me lembro se no fim do 1º episódio, se antes. Tem passagens a modos que potencialmente hot mas depois tem uns flashbacks um bocado maçadores e alguma dose de pancada de stress pós-parto à mistura com desinteresse sexual ou flacidez do marido ou lá o que é que corta a fluidez. Não sei, não nos convenceu. Acho que terei, um dia, que me dedicar à escrita de histórias a preceito e arranjar quem as filme para haver filmes eróticos que verdadeiramente interessem a mulheres -- e a homens evoluídos. (Presunção e água benta cada um toma a que quer, certo?)
Quanto ao dia foi, quase todo, normal. Reuniões e telefonemas, mails, agendamentos, caminhada à hora de almoço, mails, telefonemas, apresentações, documentos para apreciar. Mas continuo a impor uma redução de ritmo. Está muito melhor assim. Tudo se resume a eu acreditar que nem tudo tem que correr como eu acho que deve correr. E a outra coisa: a eu meter na cabeça que, se vir que as coisas podiam correr melhor, não ter a mania que tenho que fazer de tudo para que corram mesmo melhor. Claro que tenho ainda que interiorizar outra coisa: que eu achar isto não é sinónimo de que estou a ser irresponsável. É uma aprendizagem. Nunca é tarde para aprender.
Claro que o melhor do dia não teve a ver com trabalho, o melhor foi o que veio a seguir. E foi muito bom. Os meninos são uma alegria, uma festa. Gostam imenso de estar juntos. Observar a felicidade deles é, para mim, uma felicidade. E, quando falo dos meninos, não falo só dos pequeninos, falo também dos crescidos.
Estivemos até cerca das dez da noite, os meninos contentes, conversando na relva, lá em cima, sozinhos, nós cá em baixo conversando. Um dos meninos diz que viu um morcego. Diz que o corpo parecia uma bolinha. Disse-me que nunca antes tinha visto um morcego. Eu, aqui, ainda nunca vi nem sabia que os havia. Ele estava orgulhoso.
Pena foi que estivesse frio, uma aragem muito pouco suave. Este verão anda incerto. Tivemos que estar com casacos. Aqueles verões em que se podia estar na rua, de manga curta, até às tantas noite, eram bem melhores.
Lembro-me de uma vez, in heaven, há muitos anos. Os miúdos eram adolescentes e estavam todos, os primos todos. Primos deles e primos nossos e cunhados, tios, avós. Nem sei quantos seríamos. Uns vinte ou mais. O mais divertido de todos, na altura ainda não divorciado, dançava e levava os primos a dançarem também. E era uma dança maluca, divertida. E, para as tantas da noite, quase todos já bem bebidos, a brejeirice à solta, muita malícia, muita anedota. Ainda me lembro de como a minha mãe se ria de gosto. O meu pai não era de rir mas a minha mãe sim, ria, ria. E eu também.
Vários dos que lá estavam já se foram desta vida. Mas os que eram pequenos são agora jovens adultos e os adolescentes já são pais e já há quase duas mãos cheias de novas crianças.
Na altura, as árvores eram ainda pequenas e quase não havia pássaros. Agora as árvores são frondosas e os pássaros estão por todo o lado, sempre numa alegre cantoria.
Não sei se os meus filhos ainda se lembram dessas noitadas em família em que se ficava até tarde, na rua, os adultos conversando e rindo, as crianças na brincadeira ou na conversa, felizes sob o céu estrelado.
Outras vezes, iam os amigos deles e eu gostava também de os ter por lá, a crescerem, a olharem o céu, a trocarem confidências.
Ao fim do dia, ligou-me uma amiga, contou-me dos filhos, do marido e de como ele, que deixou de trabalhar cedo, gosta do campo, da horta, dos animais. Uma cabrinha está prenha. Disse-me que eu devia trabalhar menos. Disse-me que gosto também tanto de campo e de jardinar que bem podia dedicar-me mais a isso e trabalhar menos. Não lhe contei o que me aconteceu o mês passado senão ainda me diria com maior convicção o que disse referindo-se ao vizinho da filha: um dia estamos bem e no outro já não somos nada.
De tarde, enquanto trabalhava, peguei na máquina e, de dentro de casa, fotografei o jardim. Estava vento e eu queria fotografar as flores dançando ao vento. E é o que hoje tenho para vos oferecer: num dia que, por razões cá minhas, foi um dia muito especial, as flores do meu jardim dançando ao vento, indiferentes ao tempo que passa.
Desejo-vos um dia feliz
2 comentários:
Olá UJM, espero que já esteja completamente recuperada! Fico contente por saber que o dia de ontem foi um dia especial e feliz. Parabéns! Pelo que tenho lido de si é, tal como eu, um caranguejo do meio de julho. Aguardo expectante a festa dos 5 milhões de visualizações! Um abraço da
Filo
Olá Filo,
Sim, os caranguejos estão a atacar em força, há semanas de mais do que um. Agora é festejar e esperar que para o ano haja mais e que, como agora se diz, a ver se já não temos que andar mascarados. Agradeço os votos e as palavras simpáticas. Dou-lhe também a si os parabéns e desejo que tenha uma vida longa e feliz.
Quanto à festa dos 5 milhões, não sei não... Quer-me cá a mim parecer que, se não deito mãos à obra, chego às vésperas e ainda estou à espera que se disponham a isso... As solicitações são muitas: pistolas de água, banhos de praia, jogos de futebol...
Abraço. E dias felizes.
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