segunda-feira, julho 12, 2021

Emily em Paris. Eu no chinês.

 



Tenho a confessar que devo mesmo ser imoderada. Pus-me a ver a Nettflix enquanto dava o futebol e só parei agora, no fim do episódio 10 da Emily in Paris. E não me perguntem o que vejo nesta série que me prenda desta maneira. Talvez seja Paris, talvez sejam as vestimentas da Emily, talvez seja o Gabriel que é lindo de morrer, talvez sejam os argumentos leves, levezinhos, talvez seja a boa onda. Talvez seja tudo.

Só parei porque, se continuasse, vocês amanhã, sem post, ainda iam pensar: querem lá ver que lá foi, outra vez, de charola para o hospital...?

Ainda me lembro de quando um meu amigo, numa era antes das Netflixes desta vida, me contava que passava o fim de semana em casa, de pijama, a ver séries. Provavelmente comprava cassettes ou dvds, não me lembro. Mas contava-me, entusiasmado, sobre as séries. Aquilo para mim era uma bizarria, a começar por ele passar o fim de semana de pijama. Eu, que nem para dormir os uso, se alguma vez me imaginava dias inteiros de pijama. Credo, nem pensar. E os fins de semana sempre foram para mim alturas para andar no laré, na passeota... alguma vez em casa a ver séries...? Que seca... alguma vez me apanhavam fechada em casa a ver séries...

Pois, aqui está a mesma menina agora a enfiar, de penálti, dez episódios da mesma série.

O meu marido, quando saiu daqui, preocupou-se: e ainda não pegaste no blog? a que horas te vais deitar?

E a minha filha, quando soube, aliciou-me para mais outra, deixando a semente da curiosidade para o que vai acontecer no episódio 3... Claro que agora vou ter que conciliar a Emily com essa que ela recomendou mais as duas ou três que o meu filho acha imperdíveis. 

E ainda não explorei bem isto, por mim, mas quer-me cá a mim parecer que é tipo arca de infinitos tesouros. 

Estas coisas fazem-me lamentar que a vida seja finita pois há tanta, tanta, tanta coisa para descobrir. Na volta ainda terei mesmo que equacionar a cena de me pré-reformar. Só me falta, para isto ficar mais composto, escrever aqui: lol. Ou ehehehehe. 

Quem me viu e quem me vê. 

Claro que, com isto, devo estar a parecer uma daquelas aldeãs transmontanas que, entradas na idade, são levadas a ver o mar pela primeira vez e que ficam deslumbradas, relatando o que é o mar a uma assembleia de veraneantes que não fazem outra coisa na vida senão ir à praia.

E isto apesar de já antes ter visto a Grace and Frankie mas ia à boleia com a minha filha e nunca calhou dar-me para me aventurar. E é como tudo: quando me aventuro e gosto, consumo sem moderação.

Tirando isso: caminhada alargada e boa de manhã. Depois arrumações e almoço. Depois fomos buscar a minha mãe e fomos com ela a um lugar que é outra daquelas coisas que não lembrariam ao careca (e, escuso de dizer: sem ofensa para os ditos pois, como já o dize muitas vezes, prefiro os carecas).

No outro dia andei a ver se via umas almofadas bonitas para as espreguiçadeiras e não encontrei. Então, pensei que talvez houvesse naquele grande armazém chinês gigante que há na baixa da cidade onde vive a minha mãe e que é um armazém que tem de tudo. De tudo. Uma coisa inimaginável.

Também não preciso de dizer que o meu marido fica passado: num domingo ir a um armazém chinês. É que, para ele, é tudo absurdo: ir a um armazém chinês e reservar isso para um domingo. Mas fomos.  Como a minha mãe, que antes abominava lojas chinesas, agora está convertida, fui buscá-la. Como sei que, para o meu marido aquilo é o pior dos castigos, digo que fique cá fora, à espera, mas ele acha mais prudente andar atrás de mim para eu não 'me perder' pois acha que se eu por lá andar sozinha com a minha mãe nunca mais de lá saímos.

Pois tenho a dizer que almofadas para espreguiçadeira não havia mas trouxe dois vestidos lindos, de alças, por 5€ cada, duas blusinhas também de alças, com bom ar, por 6,79€ cada, uma vassoura (é coisa que não encontro nos supermercados ao pé da minha casa), um alguidarinho, um escorredor de legumes, quatro tigelinhas de plástico para pôr lá fora com água com detergente para afugentar abelhas, uma mesa para exterior para separar as pessoas por agregados (só tinha aqui três mesas), umas molinhas para o cabelo e duas floreiras de cerâmica para a minha mãe. No conjunto, salvo erro cem euros. O mais caro foi a mesa que custou, salvo erro, 36€ e que é grandinha e muito parecida com a mesa de vidro que está debaixo do toldo. Até foi a minha mãe que a viu e chamou a atenção para que era coerente com a outra. 

Vim de lá um bocado decepcionada por não ter trazido as almofadas mas satisfeita com as boas compras que fiz.

Depois fomos pôr  minha mãe a casa e viemos.

Lavei as quatro peças de roupa. O vestido azul turquesa deitou tinta que não foi brincadeira. O que vale é que, nunca fiando, lavei cada coisa em separado.

Ainda fiz uma máquina de roupa.

Portanto, foi um dia assim a modos que tranquilo e que marca a meu mergulho no mundo netflix. 

Tirando isso, posso dizer que fiquei contente pela vitória da Itália. Teria sido arreliativo que os súbditos de sua majestade, depois de terem dado um par de coices na União Europeia, agora ainda se sagrassem campeões europeus. Bem sei que o cu não tem a ver com as calças mas, na minha cabeça, essa liaison existe. Portanto, ainda bem que não ganharam. Mas tive pena de ver o reizinho mais fofo, o pequeno George, tristinho. Os pais também desconsolados, esquecidos até de consolarem a criança. 

E, pronto, nada mais a reportar.

Quanto ao resto, não sei se o Paulo Portas ou o Marques Mendes opinaram ou se o Presidente Marcelo produziu mais alguma das suas tiradas que ultimamente lhe têm andado a sair infelizes. Nem sei se há novidades do caso Vieira que já fez esquecer o caso Berardo que já fez esquecer o caso anterior que já fez esquecer o caso anterior ... e todas as matrioscas que o Rosário Teixeira com o apoio do Super Alex vão parindo. 

Não sei e, para dizer a verdade, não estou muito para aí virada porque prefiro começar a semana numa boa onda, mais in an Emily mood do que ensimesmada com as intermináveis e absurdas tramas que aquela dupla justiceira tem urdido, dupla a que só falta a protecção da Santa Mana Joana para a coisa ser ainda mais ridícula.

Ou seja, vou.

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Desejo-vos uma bela semana a começar por esta segunda-feira

Saúde. Alegria. Gosto em viver. Afecto. Tudo de bom.

3 comentários:

Anónimo disse...

Efetivamente, a UJM vem uns passos atrás: agora o que está a dar é séries coreanas. Só séries coreanas. Seja zoombies, seja comédias românticas, seja ação, seja ação medieval, seja espadeiradas, seja pistoladas, seja polícias e ladrões, seja políticos e procuradores, seja advogados, seja médicos. Qual Emily em Paris, qual quê. Isso é tudo passado. Ouça e registe: séries coreanas.

Um Jeito Manso disse...

Olá Representante do Grupo dos Amigos do Baldinho de Água Fria,

E onde se podem ver as séries coreanas? Também na Netflix ou há alguma rede específica para as ditas? E, conte-me tudo, são boas (as séries, claro, não as coreanas em geral) ou é mesmo uma questão de moda? Ou nem é que seja moda, é mesmo essa sua vontade de me despejar um baldinho de cold water na cabeça?

:)

Divirta-se e tenha um dia dos bons.

Anónimo disse...

Ah! Às vezes, sabe bem ser desmancha-prazeres... ;) Mas também foi com a boa vontade de partilhar o que há de bom neste mundo. :)

Sim! Na Netflix, basicamente já só há séries coreanas, não reparou?? Em 2020 e agora 2021, sobretudo, não se fizeram séries em lado nenhum, mas os coreanos fizeram pelos outros! A COVID foi mais levezinha lá e eles não pararam produções como pelas outras bandas.

Aconselho:
- "Chieff of Staff". Corrupção na política. Muito boa.
- "Stranger". É um estrondo de série. A melhor. Claro, também há corrupção com fartura: agora, na procuradoria e na polícia.
- "Hyena". Tenho um feeling, conhecendo a UJM como conheço, de que é daquelas a seu jeito. Um feeling seguro. Talvez comece por aqui.
- "Life". Também acho que será do seu particular agrado. Mete igualmente corrupção: agora, no meio hospitar. Porque os grandes conglomerados mandam em tudo na Coreia, pois com certeza.
- "Kingdom". A única série de zoombies que alguém pode ver. A única.
- "My Country: the new age". Espadeirada medieval, intriga, amizades e inimizades épicas. Como não gostar?
- "Bad guys". Porrada a dar com pau. Literalmente. Personagens interessantes. Corrupção à mistura, claro, sobretudo na 2ª temporada. E serial killers. Um psicopata. Um cachorro louco. Não, três cachorros loucos. Quatro, acho que são quatro. É ver para perceber.
- "Arthdal Chronicles". É simples. Gostou de Game of Thrones? Vai adorar. Não gostou? Vai adorar. (E aposto, aposto, que vai ter um fraquinho pelo anti-herói do protagonista. Aposto.)

Há mais, muito mais. Mas a lista já vai longa. E não diga que não sou um Anónimo generoso!