Durante anos alimentei a ideia de que trabalharia em ambiente empresarial durante metade ou um pouco mais da minha vida activa profissional, altura em que me dedicaria a uma actividade autárquica sendo que, aqui, não fazia por menos: queria ser presidente de uma grande câmara.
Acho que já contei: um dia o meu marido, que apoiava esta ideia, comentou isto com um amigo que, por acaso, na altura, era presidente de um partido que tinha, na altura, relevante peso autárquico. E ele disse-lhe: 'Ela que fale comigo'.
E eu, ao ouvir isto, captei a essência do que, até então, queria escamotear: para se abrir caminho na via sacra autárquica teria que ter o respaldo de um partido. Ora isso era e é coisa que me longínqua. O mundo partidário é uma realidade que não me assiste.
Na minha cabeça, ou melhor, na minha santa ingenuidade, uma ingenuidade completamente alienada, eu apresentava-me a votos apenas com as minhas ideias e os autarcas dar-me-iam o seu voto de confiança.
Quando desisti da ideia, porque o meu objectivo não era outro senão ajudar a dar forma a uma cidade saudável, inclusiva e feliz, resolvi contribuir com ideias junto de quem presidia à minha autarquia. Escrevi, dei numerosas ideias. Eu via a cidade a tornar-se uma cidade das artes e da natureza, com esculturas e demais arte pública, residências de artistas, galerias e zonas de convívio, parques, jardins, lagos, hortas colectivas, bosques, zonas pedonais, ciclovias. E escolas abertas, para qualquer idade: escolas de artes, de danças, de literatura, de história, de política e cidadania, de saúde, de agronomia e jardinagem, coisas assim. Escolas para qualquer idade. E residências e escolas para imigrantes. E mais. E colocava-se à disposição para ajudar da forma que melhor entendessem.
Nunca tive qualquer resposta nem nunca vi qualquer das minhas sugestões passada à prática.
É uma pena que me fica, a de não poder contribuir para mudar substancialmente uma pequena parcela do meu país.
Há tanto para fazer...
Agora, ao abrir o Youtube, tinha a sugestão de um vídeo da BBC Earth com locução de David Attenborough e, claro, tive que ir ver e, claro, gostei muito. Partilho-o convosco.
Cities That Are Saving The Planet
It is all too easy for us to lose our connection with the natural world, but some cities are beginning to shape themselves around it.
This country isn't just carbon neutral — it's carbon negative
Deep in the Himalayas, on the border between China and India, lies the Kingdom of Bhutan, which has pledged to remain carbon neutral for all time. In this illuminating talk, Bhutan's Prime Minister Tshering Tobgay shares his country's mission to put happiness before economic growth and set a world standard for environmental preservation.
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