Há pessoas que justificam a esperança que se deposita num país. Por mil razões distintas, cada pessoa terá as suas referências. Ou não terá. Por exemplo, em relação a Portugal, haverá quem olhe e só aqui veja estafermos, imprestáveis, gente que não interessa nem ao menino jesus. Estes ainda se dividem nos que, ainda assim, ficam por cá a dizer mal e a cuspir para o ar e os outros, os que nem querem respirar o mesmo ar que os seus conterrâneos e abalam para paraísos de onde se entretêm a cuspir de longe. Mas também há o oposto e que eu dividiria em três sub-grupos: os que se derretem por todos, sem excepção, os que gostam dos que toda a gente gosta e desgosta dos que caem em desgraça nas redes sociais e os que nem uma coisa nem outra, acreditando que uns quantos valem a esperança em melhores dias.
Como é bom de ver insiro-me no último grupo.
Mas os meus gurus são anti-gurus e alguns tão improváveis que nem saberia explicar porquê caso alguém tivesse a inoportunidade de mo perguntar. Por exemplo, o Manuel João Vieira. Acho-o o máximo. Um artista de primeira água, um maluco encartado, um irreverente sem igual, inteligente, informado, intemporal. Para a galeria dos portugueses indispensáveis, eu votaria nele. Outra que tenho acompanhado sempre que posso, por vezes em retrospectiva, e é, portanto, admiração recente e ainda apenas baseada na intuição, é a Matilde Menezes Ferreira que apresenta um programa que me fascina, o Paraíso. Acho-a fantástica na sua contenção e simpatia. Gostava de a convidar para vir passar uma tarde aqui comigo. Estou convencida que gostaria imenso de conversar com ela. Também gosto imenso da Paula Rêgo pois é, simplesmente, do caraças. Estou a falar apenas dos que ainda estão vivos, como é óbvio. Não quero falar de ninguém da política para a Isabel não vir queixar-se que isto é sobre política. Não é, Isabel, juro. Mas quero aqui incluir a Marta Temido porque acho que lhe somos devedores, porque a acho uma mulher de fibra, uma brava do pelotão, inteligente, destemida, abnegada. Se pudesse, fazia um presente e oferecia-lhe. Se soubesse fazer bolos bons, faria para ela um bolo bem especial e mandaria entregar em sua casa. Espero que o marido e os filhos, que devem sofrer com a sua ausência, se sintam honrados por uma mulher tão valorosa ser lá de casa. Também é sabido que acho o Simas, Pedo Simas, uma brasa. Não só uma brasa, também uma simpatia, um comunicador, um expert, um must. Também gosto de um misterioso poeta, um romântico que sempre me encanta com a beleza decantada que sai dos seus dedos. Dos seus dedos e do seu coração. E, por falar em bloggers, também gosto daquela que escreve textos algo enigmáticos mas sempre com um tal charme que mal vejo que há novidade vou logo ver a beleza com que adornou os seus belos atalhos de campo. Abençoada. Mas faço mal em especificar pois não é apenas um ou uma os bloggers que admiro e, até, estimo. E sei que isto de dizer que sinto estima por quem não conheço é meio estapafúrdio mas o que seria a vida sem coisas estapafúrdias, não é? Uma maçadoria. Por exemplo, também gosto bastante do Alvim, o Fernando. Um ganda maluco...? Ah pois é, bebé. O Alvim é maluco, sim senhor. Mas tem uma graça, um sentido de humor, uma maluqueira fervilhante dentro dele, uma criatividade que fico sempre com vontade de o convidar a vir cá jantar a minha casa. Uma tertúlia de gente doida e gente especial. Ah, o que eu gostava disso. Devia também ter um diseur, não era? O que é uma tertúlia sem um diseur especial? O Fernando Alves, por exemplo. De vez em quando interromperia a conversa e pediria aos dois Fernandos que dissessem poesia.
Bem. Não vou continuar. Não caberiam aqui. Há portugueses extraordinários. Não incluí arquitectos, engenheiros, farmacêuticos, historiadores, médicos, jardineiros, empregadas da limpeza, cozinheiros, pianistas, violoncelistas, gestores, electricistas, professores, advogados, investigadores, recepcionistas.... não incluí tanta gente que, nos mais variados sectores da sociedade, a meus olhos, se destaca e que torna este país um lugar onde é bom viver. Podem alguns portugueses poluir o ambiente, incomodar-nos ou cansar a nossa beleza com a sua burrice, vacuidade ou gabarolice, mas -- e chamem-me retrógrada, pirosa ou o que vos apetecer -- há muita gente que vale o gosto que fazemos em pertencer ao bando dos ilustres lusitanos a quem um dia Neptuno e Marte obedeceram.
Mas desviei-me da rota. É que vi um vídeo e, como sempre que vejo os vídeos dele, fiquei toda bem disposta.
Há, algures nos States, um pato cor-de-laranja que gosta de fazer de conta que é palhaço e que, afinal, não passa de uma alimária desqualificada. Como apenas se vê a si próprio, o resto passa-lhe ao lado. Por exemplo, continua a achar que vai continuar a ser o potus quando já não há quem não o veja como o destrambelhado pato Donald que sempre foi, o da boquinha de botão de rosa.
Na verdade, talvez passe à história como a figura de banda desenhada mais parva e narcisista que alguém inventou.
Obviamente, vai acabar mal, na volta na prisa -- ele e, quiçá, também os seus donaldins.
Mas depois há o anti-Trump. Há vários anti-Trump e eu gosto deles todos. Colbert, por exemplo. Mas este aqui do vídeo é especial. Randy Rainbow.
😂😂😂
Desejo-vos um bom dia
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