terça-feira, julho 16, 2019

A Dondoca Jeitosa sugere a ingestão de um Geoduck de bom tamanho a um certo Comentadeiro anti-socrático que por aí anda, pelos blogs, a fazer-se de engraçadinho.
[E, claro está, honi soit qui mal y pense]


Não sei de temas que esvoacem por aí pois há alguns dias que não vejo noticiários nem acompanho fofocas, virtualidades, intrigas de alcova ou duelos entre gabirus. Nem tenho tido tempo para ler. Nada. Mesmo aqui na blogosfera, vou vendo alguns dos meus blogs de eleição e, ainda assim, por vezes é de raspão. Comentários dos outros blogs nem pouco mais ou menos. Não tenho conseguido. Desde que me conheço a trabalhar e com família, chego a esta altura do ano em estado de saturação. Podia estar já em pré-férias mas, pelo contrário, estou em fase de muita coisa que fazer para preparar o programa de festas no pós-férias. 

E junte-se a isso a necessidade de fazer compras variadas nos quase inexistentes tempos livres da hora de almoço e mais festejos e programas familiares e aqui estou eu a medir o tempo que falta até poder estar feita de dondoca. É que isto de ter a fama e não ter o proveito é coisa ingrata. 

Até fui consultar um dicionário pois se um académico encartado acha que eu sou uma dondoca, na volta eu é que estava mal informada. E, depois de ler, fico na dúvida. Não posso dar-lhe razão só porque sim, porque é doutor até porque, se ele é doutor, quem me garante a mim que o não é da mula ruça? Já em tempos, Leitor informado aqui me disse quem é a criatura mas só fixei que tem ar de quem não tem os cinco alqueires bem medidos e que está ligado à Universidade. De resto, varreu-se-me. 

Só sei que deve achar-me graça pois, volta e meia, vêm contar-me que por aí anda a fazer-se de engraçadinho, a meter-se comigo. 

Hoje, foi outro dia bom de jantar em família e, portanto, não cheguei cedo a casa. E tinha tanto ainda que fazer. Contudo, antes de me deitar aos afazeres, vim dar uma espreita aos mails. E, então, eis que Leitor atento me pergunta se estou ao corrente do folhetim que rolava por um certo blog (e só não ponho o link para não fazer publicidade ao atirador de piropos e isto porque são piropos pouco elaborados, coisa fajuta, imprópria de um membro da Academia). E, não, não fazia ideia. Fui ver. 

Lá estava o dito académico outra vez de biquinhos de pés, a fazer género, metidinho a besta, inventando historinha, piscando os olhinhos, fazendo-se, outra vez, de engraçadinho. Ao princípio fiquei intrigada, sem perceber nada daquele enredo. Mas depois relevei. Coitado dele. Há pessoas assim. É como aquele que, na televisão, é conhecido por emplastro. Aparece a despropósito e ali fica a ver se é visto, todo contente por aparecer. Assim, este académico dos alqueires mal medidos. De forma pueril, entretem-se a atirar pedrinhas escondido atrás do muro, ou seja, é um comentadeiro que bolsa parvoeiras sobre autores de blogs não nos blogs dos respectivos mas escondido na caixa de comentários de outros blogs.

Bem. Adiante.

O que sei é que agora que já arrumei roupa, que já preparei o que tinha a preparar, voltei, finalmente, ao computador para espreitar em que param as modas.

Mas isto anda fraco: nada que me acorde o ânimo. Estava até com vontade de retribuir a gracinha, fazer uma gentileza ao académico. Enviar-lhe flores, por exemplo, uma canção apropriada, talvez, até um poema, quem sabe. Mas nada, tudo muito banal, tudo muito déjà-vu, só vulgaridades. É que estou em crer que académico que é académico só é troglodita na aparência, finge que fugiu do Júlio, finge que é pedreiro das ideias, básico no linguajar, mas na volta é mesmo tudo fingido, tudo género. Lá no fundo, bem bem no fundo, acredito que haja algum resquício de inteligência, um fiapo de sofisticação. 

E, então, certamente adivinhando que era requinte o que eu procurava, eis que o algoritmo do YouTube me propõe aquilo de que o senhor está mesmo a precisar. Um geoduck. Um geoduck para o académico extraordinaire

Mas não servido à bruta. Se calhar devia mas eu não sou assim, não sou vingativa. Sou uma dondoca caridosa. Por isso, não senhor, não lhe proponho um geoduck inteiro, à bruta: proponho que seja servido como uma dondoca serve um pitéu a um académico do calibre do dito comentadeiro. Ou seja, tenho para ele um geoduck às fatias fininhas para que o possa saborear devagarinho, enquanto pensa nas macacadas que gosta de andar a espalhar por aí. 

E, portanto, esperando que o dito doutor não se deixe intimidar pelo aspecto do geoduck quando inteiro e em toda a sua pujança, aqui lhe deixo um vídeo para que veja se, às fatias, lhe sabe bem. 

E, agora que já tive este gesto que revela o meu bom coração, com vossa licença, vou pregar para outra freguesia enquanto sonho com as férias que nunca mais chegam.



E agora, finalmente, para si, senhor doutor que gosta tanto de se armar em engraçadinho, um belo geoduck


Bon apetit

1 comentário:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Bela sova com luva de pelica, como convém a uma dondoca, assim sendo.

Um rico dia.