terça-feira, dezembro 18, 2018

Living coral, Pantone 16-1546, a cor do ano de 2019




Todos os anos é escolhida a colour of the year seguinte. Não sei se sempre assim é desde o início dos tempos ou se é moda nova, coisa para animar o marketing. Como sou fraca a história, não me abalanço a dar palpites pois não quero correr o risco de confessar a minha ignorância inclinando-me para a moda-nova e me saltar algum historiador a perguntar-me se nunca ouvi dizer que, nos tempos dos flinstones, já a coisa era na base do querido mudei a gruta, uns anos decoradas a ocre, noutros a carvão, noutros a casca de ovo, noutros a magenta com aplicações de pistácio.

O que sei é que agora, como é natural, a coisa não ia ser feita a seco. Não senhores, tudo, nesta nossa era, é revestido a simbolismo para poder ter glamour e poder dar azo a falatório. Mas um simbolismo de embrulho. Descartável, I mean. Sabe-se, fala-se, comenta-se, protesta-se, para-se o país e... passa-se à frente. Nada tem tempo para criar raízes. Talvez por isso me seja tão importante o contacto com a natureza, com os seus ciclos que se repetem indiferentes às redes sociais.

Na volta, isto do blog também é classificado como um sub-mundo dentro do glorioso e festivo mundo das redes sociais, facebook, instagram e whatever. Mas, para mim, não é: para mim um blog é apenas um sítio onde escrevo. Podia escrever numa parede ali na rua mas seria menos confortável. Só isso. 

Mas, enfim, à parte dissertações que, por sublimes e inteligentes que sejam, não levam a lado nenhum, o que tenho a dizer que, apesar de saber que esta conversa das cores do ano é daquelas frioleiras que não aquecem nem arrefecem, aqui estou eu a fazer-me eco dela. E a cena é que gosto de cores. Quando me dá aquela vontade de pintar, não é pelo desenho em si: é pelas cores, é para encher a tela de cores, cores que entram sem se fazerem avisar. E sem explicação. As cores são muito assertivas. Põem-se ali e não precisam de dar explicações. As cores são a emoção materializada.


E a cor deste ano é daquelas que é toda eu. As cores quentes são as minhas cores: o pêssego, o coral, o carmim, o rubro. O sangue, o pôr-do-sol, a rosa mais carnal, o interior viscoso, molhado e doce dos dióspiros. Tudo isso é o que me atrai. 

Diz a Pantone sobre o Living coral que é "animating and life-affirming coral hue with a golden undertone that energises and enlivens with a softer edge".
"Sociable and spirited, the engaging nature of Pantone 16-1546 Living Coral welcomes and encourages lighthearted activity,"
Following on from 2018's colour of Ultra Violet, dubbed by the company as a "dramatically provocative and thoughtful purple shade", this year's vibrant shade of golden orange is meant to reflect the "innate need for optimism and joyful pursuits" as a response to social media and digital technology.
"In reaction to the onslaught of digital technology and social media increasingly embedding into daily life, we are seeking authentic and immersive experiences that enable connection and intimacy," explained Pantone.
The colour is also said to reference the nourishing impact of coral on sea life, as well as the "devastating" effect of today's society on the environment.
E isto dizem os senhores da Pantone e eu acho muito bem que digam. Sabe-me bem ler sobre coisas assim, coloridas. 

Antes isso do que ler: 
  • sobre os capangas das armas de Tancos ou sobre os investigadores que levam mais do que um ano a descobrir uma coisa que devia andar debaixo de olho todos os dias a todas as horas, 
  • ou sobre os deputados que se baldam ou que vão jardinar para onde lhes apetece e mandam os amigos picar o ponto por eles, 
  • ou sobre os excêntricos incógnitos que curtem financiar a greve dos fiéis seguidores da evangelizadora Cavaco, 
  • ou sobre os macaquinhos de imitação de colete amarelo a quererem imitar os hooligans franceses (hooligans que há quem diga que estão a soldo do Putin)
  • ou, muito menos, sobre a atarantada da May que está a ajudar a transformar a vida política do Reino Unido numa série de episódios da Little Britain, humor do bom, marado da tola todos os dias,
  • ou, ainda menos, sobre os casados à primeira vista que é daquelas insólitas pornochanchadas onde parece que todos estão ali para crescerem como pessoas (é que se ainda dissessem que estavam ali para encolherem como minhocas murchas ainda vá que não vá)
Portanto, voltando ao Living Coral, se a cena é a roupa ser na base do pêssego acoralado, um soft rosy e fofo quiçá com apontamentos salmonados ou com pinta de cenourinha toda viçosa, então bora lá. Alinho. E, se o décor da nossa linda casinha é também para ser quentinho, coradinho e cozy, então vou nessa. Curto ambientes assim, envolventes e com boas cores..

E se este texto vos parece uma pura perda de tempo também não vos digo que não. Também vou nessa, ó vanessa. Tudo certo. Tudo jóia. Se vocês acham, eu acho também. (E não me vêem mas, neste momento, estou a fazer um coração com os dedos). Toda eu estou peace and love.
E, como se vê, olhar para esta cor já está a fazer-me bem. Agora é que a UJM vai virar uma santinha. Ai é, é.
(Mas no futuro... não ainda, não ainda...)


💗 Be happy 💗

8 comentários:

Anónimo disse...

https://twitter.com/raulfcurvelo
publica uma foto referindo-se-lhe mas penso ser a lili canecas?

Um Jeito Manso disse...

Olá Anónimo,

Sim, creio ser a Lili, sim. Parece que esse tal Raul F. Curvelo tem um qualquer xodó comigo pois volta e meia brinda-me com gracinhas. É um bacano mesmo. Espanta-me é que seja prof. Não fazem testes para garantir que não têm doidos varridos a dar aulas? Além do mais, dá ideia que também não é lá muito inteligente. No outro dia, quando falei aqui no Super Judge Alex, apeteceu-me preceder-lhe o nome com "Juis" pois achei que era mais correcto que "juíz". Mas, depois, receando que muita boa gente não captasse o 2º sentido e imaginasse ser aquilo um lapso de grafia, emendei. Pois a criaturinha foi logo uma das que não captou. Não percebo é porque é que não vem aqui armar-se em engraçadinho directamente comigo em vez de andar a deixar piadinhas por aí. Será que, em cima de todas as outras não-qualidades, ainda tem mais essa de ser medrosinho? Ora, ora. Alguém que o conheça que lhe diga que cá o espero, que não tenha medo, que o tratarei com luvas de pelica, que lhe darei chá e não só uma colher, uma chávena inteira. Tenho é que ajuisar (ui... lá o z se me travestiu de s outra vez...) se lhe sirvo a chávena de chá pela cabeça abaixo ou se de uma forma mais eficaz.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Essa da cor do ano também é nova para mim, que por acaso até sou muito dado à História, mas gosto da cor para 2k19, também eu sou um bacano de cores quentes.

Gostei das suas farpelas aos "(dis)sabores dos dias que correm".
Quanto a inaptos a darem aulas (ou em outras ocupações), isso não falta, porque a avaliação psicológica é coisa que não assiste em certas áreas.

Um abraço e boa 3f.

Anónimo disse...

Viva, UJM!

Afinal, quem é esse Curvelo? Que maluqueira. Fez-me isto lembrar uns quantos maluquinhos com quem me cruzo volta e meia no mundo académico. Curiosamente - ou talvez não - todos más línguas. Lembro-me ainda de uma doida varrida, mentirosa compulsiva, chorona de primeira, provável psicopata.

No entanto, esta minha conhecida passa em entrevistas de emprego em grandes organizações. Suporia que tais entrevistas deveriam servir para filtrar, pelo menos, pessoas como a que descrevi. Mas é possível que seja eu que sou exagerada. Deixo-vos julgar por vós mesmos.
Sem que a conhecesse de lado nenhum, tendo com ela trocado não mais que dois ou três olás, vê-me no corredor e conta-me: "Sabes, estou que nem posso. Chamaram-me do escritório para ir lá no feriado. Outra vez. E eu tinha um almoço de família planeado. Sabes, é que o meu pai é uma pessoa intragável. Isto não sou eu que digo, é toda a gente. Mas agora estou a tentar perceber melhor o lado dele, percebes? Apesar de ele continuar a ser uma pessoa horrível, isso não está em causa, agora compreendo-o melhor, sabes?" E eu estarrecida, sem saber se tinha entrado num episódio da Twilight Zone. O encontro seguinte foi no metro. Queixava-se novamente do muito trabalho que despejavam em cima dela. "E eu tenho sofrido tanto! Tu não sabes, não imaginas, mas eu já passei por muito. Por muito mesmo. Só a minha grande capacidade é que me tem mantido sempre a lutar. Não te conto mais, porque são coisas horríveis, mas tenho tido uma vida...!" E eu especada, a acenar afirmativamente com a cabeça de vez em quando. O metro iria parar bruscamente a qualquer altura e ela viraria alien. Mataria toda a gente com uma língua gigante que lhe cresceria. Seria o desenrolar normal daquela situação.

Outras histórias podia contar, histórias que metem lágrimas, berros e acusações. Mas como apenas conheço essas em segunda mão fico-me pela história da língua que não cresceu nem matou ninguém no metro. E que língua seria, se tivesse tido oportunidade de se mostrar...!

Abraço
JV

Um Jeito Manso disse...

Olá Francisco,

Eu sou toda de cores. Se vou para um dia feliz mas exuberante vou de verde statement, alegria, se vou para uma cena tranquila vou de azul claro, se vou para uma suavidade vou de cor-de-rosa, se vou para a guerra vou de encarnado ou de preto e branco com colar e brincos encarnados. Se vou zen, vou de branco. Se vou para impor respeito vou de azul escuro. Se vou para a boa disposição vou às flores.

Ou outra coisa qualquer. Também posso ir de amarelo se me apetece estar luminosa.

Aposto que não consegue competir comigo...

Dias felizes, Francisco.

Um Jeito Manso disse...

Olá JV,

Esse Curvelo parece que volta e meia deixa comentários a meu respeito noutros blogues. Do que vi fico a pensar que tem pancada. Disseram-me que é professor universitário e já vi a pinta dele através da fotografia dele no site do estabelecimento onde deve dar cabo da cabeça dos alunos.

Quanto a essa sua colega o que lhe digo, JV, é que é aquela coisa da inteligência emocional. Conheço casos assim: gente que parece normal e inteligente (e que é) mas cuja falta de inteligência emocional dá cabo de tudo. Geralmente até da própria vida.

Nas relações pessoais ou profissionais, a inteligência emocional é tão importante quanto a racional. Ou mais.

Abraço grande, JV!

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Com uma paleta de cores tão alargada para vestir, não dá mesmo para competir.

Entretanto, já mandei as ditas fotos...

Dias felizes, também!

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

"Nas relações pessoais ou profissionais, a inteligência emocional é tão importante quanto a racional. Ou mais."

Até porque são dimensões interligadas, a velha história razão vs. emoção é mesmo uma velha história, a não ser em situações pontuais. As "boas ideias" normalmente precisam de uma boa dose de saúde afetiva na base.
O "nosso" António Damásio tem sido um dos grandes investigadores nesta área.

Um abraço!