Dizem. Eu não posso garantir. A mim parece-me gente de verdade e não meras ocorrências de um qualquer gerador de pessoas movido a Inteligência Artificial. Mas leio que todos os rostos que aqui se vêem resultam de um software que usa um algoritmo que, a partir de traços fisionómicos pré-definidos e outros parâmetros, gera novos rostos.
A ser verdade, o que posso dizer é que os resultados são assombrosamente verosímeis. Aliás, parece impossível que não corresponda mesmo a pessoas que existem, tal o grau de realismo nos pormenores.
No outro dia a minha filha enviou-me um artigo:
Stephen Hawking responde: Ficará a inteligência artificial mais inteligente do que nós?
e eu acho que, infelizmente, há muita gente que ainda toma este assunto como coisa de futurismo e, portanto, temo bem que, como geralmente acontece, só depois de termos caído no fundo do poço perceberemos que não deveríamos ter-nos debruçado tão perigosamente na sua beira. Transcrevo um excerto desse artigo:
A chegada da IA superinteligente seria a melhor ou a pior coisa que alguma vez aconteceria à humanidade. O verdadeiro risco da IA não são as más intenções, mas sim a competência. Uma IA superinteligente será extremamente boa a atingir os seus objetivos e, se esses objetivos não estiverem alinhados com os nossos, teremos problemas. Provavelmente, o leitor não será uma pessoa maldosa que odeia formigas e que pisa as formigas por pura maldade, mas se for responsável por um projeto hidroelétrico de energia verde e houver um formigueiro na região que terá de ser inundado, azar das formigas. Não coloquemos a humanidade na posição dessas formigas. Devemos fazer planos antecipadamente. Se uma civilização extraterrestre superior nos enviar uma mensagem escrita a dizer: “Chegaremos dentro de algumas décadas”, responderíamos apenas: “Muito bem, digam qualquer coisa quando chegarem, estaremos à vossa espera?” Provavelmente não, mas isto é mais ou menos o que tem acontecido com a IA. Tem sido dedicada pouca investigação séria a estes temas fora de alguns pequenos institutos sem fins lucrativos.
Já se fazem órgãos humanos em impressoras 3D, já se manipula o ADN, já se concebem rostos (e corpos e outros 'objectos') através da Inteligência Artificial. E talvez num futuro não muito longínquo se consigam fazer pessoas segundo figurinos gerados segundo algoritmos.
Não quero pensar nisso pois imaginar um tal cenário é aterrador: seres 'artificiais', programados para fazerem 'coisas' e provavelmente com autonomia para criarem os seus próprios programas é qualquer coisa para além da ficção. Lembremo-nos que não há muito o Facebook suspendeu o seu programa de Inteligência Artificial ao perceber que os algoritmos estavam a começar a gerar as suas próprias linguagens de programação, ou seja, a ganharem independência face aos humanos.
Mas, enfim, este é o admirável mundo novo em que vivemos no qual a tecnologia avança a passos de gigante e os humanos retrocedem alegremente, cada vez mais retrógrados e estúpidos.
A Style-Based Generator Architecture for Generative Adversarial Networks
Tero Karras, Samuli Laine, Timo Aila
(Submitted on 12 Dec 2018)
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