quinta-feira, setembro 27, 2018

Cinco palhaçadas no país do ressuscitado ex-Cavaco, o ditoso amigo da Santa Mana Joana


Palhaçada Número 1


A guerriúncula de alecrim e manjerona que o franzino João Ribas resolveu desencadear é daquelas coisas que mostra bem a superficialidade que por aí vai. 

Nem o dito tem arcaboiço para o fuzuê que armou nem a opereta tem pernas para andar fora das paróquias avançado-justicialistas das redes sociais. 
Sem saberem do que estavam a falar, só porque a dita criatura teve um fricote, logo as beatas encaloradas rasgaram as vestes defendendo que as penetrações anais, por mais violentas e escabrosas que fossem  -- onde vale tudo até um braço enfiado até ao cotovelo -- são do mais educativo para as criancinhas. No entanto, note-se que, se quiserem dar um banho de perversidade às crianças, podem fazê-lo. As obras estão lá, apenas desaconselhadas a menores de dezoito a menos que acompanhados por adultos que se responsabilizem. Estão em sala aberta ao público e tudo feito conforme acontece em todo o lado em que há obras deste calibre. Mais: tudo organizado sob coordenação e com a aquiescência do curador -- nada mais, nada menos que, justamente, o mesmo pseudo fogoso libertário. 
Entretanto, com a administração em peso a negar tudo o que ele diz e a exigir que apresente provas, o dito Ribas levanta voo de fininho e começa a falar de intangíveis, estados de alma, coisas imateriais que o aborrecem nos dias em que acorda com o rabo virado para a lua. Entrada de leão, saída de sendeiro. 

Portanto, por mim, dou o assunto por encerrado.

Mas sugiro que alguém lhe ofereça um lápis (e respectivo apara-lápis) para escrever os seus desabafos. E se continuar com aquele ar de bebé chorão, pois que algum dos seus admiradores lhe ofereça uma chucha.



Palhaçada Número 2

A outra guerriúncula de alguidar e garrafão foi a greve dos taxistas. Acamparam na Av. da Liberdade e no Porto e em Faro sem que a população tivesse notado grande diferença. Uma coisa sem ponta por onde se lhe pegue. Uma greve supostamente faz-se como forma de protesto contra a entidade patronal. Ora, no caso, maioritariamente a entidade patronal são os próprios. Claro que os Uber desta vida esfregaram as mãos de contentes: freguesia redobrada nestes dias. Os senhores taxistas e mais um fiada de mulheres que pareciam as majorettes da primeira fila e que toda a gente acha que não são taxistas, afinal lutavam contra o governo. Claro que foi para o lado que o governo melhor dormiu. Acresce que a legislação aprovada até parece exigir condições mais restritivas às plataformas concorrentes do que aos taxistas. Como resultado de todo este aparato, resolveram desmobilizar. E porquê? Depois do valente não de António Costa, para espanto geral consideram que a sua causa foi atendida. Pois bem. Quais caniches que ladram, ladram e depois voltam para a casota, de rabo entre as pernas, assim os taxistas. Dizem que os deputados do PS disseram que iam ver se a definição dos contingentes pode passar para as autarquias. Cá para mim, é, para eles, o maior disparate. Agora, deixa de haver um decisor para haver centenas. Portanto, se isto for avante, estão bem governados. Mas, enfim, devem ter percebido a palhaçada que era a greve e, para não perderem a face, inventaram esta vitória. Há classes profissionais que tendem a desaparecer se não souberem perceber o ar do tempo -- e esta é uma delas.


Palhaçada Número Três

A cena de Tancos é, na verdade, mais do que uma palhaçada: é um circo completo.

Escuso de dizer que, desde o primeiro dia, achei que não era possível que aquilo fosse roubo na base de one time shot. Tinha que ser coisa feita devagarinho. Depois aquele aparecimento... Coisa na base do Luís de Matos. E ter aparecido uma caixa a mais. Devolveram o que tinham no armazém, deste lote e doutros. Uma macacada.

Se um dia forem ouvir malta que em tempos vendeu material para as forças armadas e que agora já não tem nada a perder se se desbroncar são bem capazes de ter algumas surpresas. Quem queria vender, já sabia que tinha que untar as mãos a este, àquele e ao outro. Mas quem ia denunciar? Queriam era vender. E isto digo eu sem saber nada de concreto porque nunca vendi nada para militares. Mas ouvia-se por aí muitas histórias destas. Tenho até ideia que, na altura do grande ministro da Defesa Paulo Portas, se falava muito em luvas de vários tamanhos (as maiores das quais do tamanho dos saudosos submarinos).

Seria até interessante que a Santa Mana Joana, que nunca quis saber de nada disso, na hora da despedida, explicasse porquê, porque nunca quis saber de nada disso.
Não são todos os militares que gostam de brincar às escondidas, ao lencinho queimado ou aos doces ou travessuras. Claro que não. Tenho um bem graduado na família e acho que posso pôr as mãos no fogo por ele. 
Mas com uma coisa destas, em Tancos, tudo a ter que se passar às claras, com muita gente a saber, esquisito foi precisarem de um ano para descobrirem alguma coisa. Um verdadeiro circo de Fellini.


Palhaçada Número Quatro

Ouvi ontem, com pasmo, que deveria ser aberto inquérito para se perceber porque é que Manuel Pinho não foi revistado quando chegou ao DCIAP. Apurei a atenção. A jornalista, com ar enfático, quase insinuou suspeições. Dizia que era importante ter apurado se ele não traria provas consigo. Pasmei com muitos pontos de explicação na mente. Mas que almas tresloucadas acham provável que Manuel Pinho se apresentasse no DCIAP com provas escondidas nas cuecas, quiçá extractos das contas offshores enfiados em bolotas transportadas no estômago? A inteligência desta gente da comunicação social está, de forma geral, abaixo da inteligência das minhocas (sem desprimor para as minhocas, claro). Só me admirei por não ter logo visto nos blogs ditos de referência que todos nós, cidadãos de primeira, deveríamos, a todo o momento, sempre que nos cruzássemos com o dito Pinho enfiar-lhe um braço no rabo para tentarmos descobrir provas.
Quais provas? As provas. Quais provas? As provas. Quais provas? As provas. Quais provas? As provas. Quais provas? As provas. Quais provas? As provas.


Palhaçada Número Cinco

E eis que, quando estou a preparar-me para pôr o ponto final neste post, me aparece uma múmia ressabiada na televisão. Com a célebre gosma a querer assomar-lhe aos cantos da boca, olhos vingativos, e dicção martelada como quem declama uns versos fajutas, Cavaco saíu à cena para louvar a Santa Mana Joana, santinha muito da devoção de cavaquistas que, por algum motivo que só eles saberão, se sentiam muito protegidos com ela ali. Acha estranho, muito estranho, talvez a coisa mais estranha desde que a so called ge-rin-gon-ça foi dada à luz para seu grande susto. Presumo que agora volte para a paz da sua varanda* no Possolo na companhia da sua Dona Cavaca.

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Errata, conforme comentário abaixo: onde se lê varanda, deve ler-se marquise

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E venham mais para a gente se divertir.

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PS: Hoje há passeio no Ginjal. Convido-vos a darem uma saltada até lá.

13 comentários:

Monteiro disse...

Subitamente a coisa animou-se.

Anónimo disse...

No possolo não há varandas só “marquises”. Assim aberto e vazio só os lugares de estacionamento.

Anónimo disse...

Permita-me um comentário: a historieta que o tal Ribas deu origem, só lhe fica mal. O tipo nunca devia era ter sido admitido em Serralves. Um menino mimado. Quanto às “obras”, vou ali e já venho. Ou o conceito de Obra mudou, radicalmente, ou então baixou de nivel. Quando muito, poder-se-á designar de caricatura de obras. E quando o autor, o tal R.M. numa dessas “obras” (não sei se lá está em Serralves, pois não fui, nem vou lá deslocar-me para ver tal coisa!) tira uma fotografia com um tipo (creio que é ele) a enfiar uma espécie de mangueira pelo cu acima, está tudo dito. Não há pachorra para este tipo de artolas, ou “artistas”.
Foi bom ouvir, ontem, o PM a elencar os direitos dos táxis e a diferença dos mesmos para os outros das plataformas como o Ubber, etc. Não sabia, fiquei a saber. Nada como um tipo estar informado. Embora eu não ande de Ubber. Não gosto daquelas coisas de “Maria vai com as outras”. De modas. E como o requisito para que um tipo me leve de um lado para outros não é trazer gravata, ou cheirar a água-de-colónia, estou-me nas tintas, o que me importa é que o serviço seja bem feito.
Tancos – fica mal, muito mal, o Exército. Se um exército não consegue guardar o seu paiol de armamento, então como podemos confiar nele para nos defender? A Pátria está tramada com este Exército, quer-me parecer.
Quanto ao Cavaco, a exemplo do tonto e inútil Passos Coelho ao escrever aquele artigo imbecil no jornal de facção O Observador (nunca teve nada para dizer antes, mas aparece para “agradecer” à JMV o ter-lhe arquivado o processo Tecnoforma), se alguém ainda lhe presta atenção é porque está a precisar de ir a um psiquiatra, como foi o caso de alguns jornalistas de determinados órgãos de comunicação social.
Apetece-me mesmo é ir até á praia. O Guincho esta manhã estava um paraíso! Para a semana mando às malvas um dia de trabalho (felizmente que tenho essa liberdade de movimentos!)e ainda dou lá um pulo. Poucas ondas e temperaturas mais amenas da água do mar.
Resto de um bom a acalorado dia, UJM!
P.Rufino

Anónimo disse...

Vê-se mesmo que o P.Rufino não anda de uBBer! E vê-se que definitivamente não é mulher: oh, a diferença que faz um motorista simpático e bem-cheiroso!
JV

Janita disse...

De se ler e ficar saciada...! :)

Muito boas as apreciações às cinco palhaçadas que estão na ordem do dia.

Um abraço UJM

Um Jeito Manso disse...

Olá Monteiro,

Então não é? Eu que ainda estou com a embalagem de férias, só numa de coisinhas de nada, e dou com isto, só cenas.

Acho que tenho que me reabilitar e voltar a pegar no meu varapau. O que me diz?

Um Jeito Manso disse...

Olá Anónimo que, certamente, está todo contente por não ser vizinho da múmia do Possolo,

Já acrescentei um asterisco que remete para uma errata. É que tem razão: a múmia é mais dada a marquises do que a open spaces (ou não fosse múmia, não é verdade...?=

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Pois, sim senhor, uma panorâmica sobre os tempos que correm. De tudo, froufrous em torno do hardcore do Mapplethorpe, o ressuscitamento do Láparo e da Múmia, o que é mesmo sério é o que parece ser a rebaldaria que por ali vai naqueles paióis. Quem nos guarda dos que não guardam os quartéis?

Tomara poder ir à praia durante a semana, que boa que ela deve estar. Está um tempo de verão e eu fechada numa torre fechada, sem janelas.

Aproveite bem, P. Rufino. É um sortudo.

Um Jeito Manso disse...

Isso, JV, explique ao P. Rufino que entrar num taxi malcheiroso conduzido por um cavalheiro indisposto não é sorte que se deseje a uma Lady.

(Eu só conheço a experiência dos taxis, nunca andei de Ubber, mas é porque sou antiquada, a última vez que andei de taxi ainda não havia Ubber. Só ando de carro, eu a conduzir, ou, se não posso, cravo boleia. Razão tinha um Leitor mauzão que disse que sou uma dondoca...)

Um Jeito Manso disse...

Olá Janita,

Contente por ter a sua companhia, animada, aí desse lado. Mas se é nova por aqui vá-se habituando que eu não sou muito boa da cabeça, volta e meia só sai maluqueira.

Mas obrigada!

Abraço, Janita, e dias felizes.

Janita disse...

Não fora alguma - ou muita, vá - maluqueira, a vida seria uma parvoeira!!

Não sou tão certinha quanto possa pensar, UJM.

Sou algo assim Q.B. o que também não deixa de ser um bocado sensaborão, mas...

Amanhã virei ver os tigres. :)

Abraço.

Anónimo disse...

Estava a brincar como P. Rufino que escreve uber com dois b's e levei-a comigo no engano, UJM! É uber mesmo. E é uma maravilha, dondocas ou não.
JV

Um Jeito Manso disse...

E eu, qual maria vai com as outras, pensei: bolas, já são 2 a dizer que é com dois b's e, vai daí, confiante na vossa sapiência, nem fui validar: pimbas, fui alterar.

Obrigada pelo aviso, JV.