sábado, julho 14, 2018

Santana Lopes again? Please.... Poupem-me.
Mas não é só ele que estava bem era no museu. São também quase todos os outros.
Contra isso: inovar, inovar, inovar.





As empresas e demais organizações gastam rios de dinheiro com formações e consultores, já para não falar em horas de trabalho consumidas em sessões disto e daquilo, tudo a bem da inovação. E vem um e explica a diferença entre criatividade e inovação e vem outro e fala de exemplos conhecidos de empresas que se reinventaram e de outras que pereceram por não terem sabido fazê-lo e vêm outros e falam de casos inspiradores e vêm mais alguns que são figuras conhecidas -- uns historadores, outros treinadores, outros maestros, outros alpinistas -- e contam as suas experiências e toda a gente bate muitas palmas. Tudo e mais um par de botas para que a malta desate a ter ideias que façam a diferença, que criem novos negócios, novas maneiras de ver a vida.




E toda a gente se esquece de tudo mal vira as costas. E, assim que chegam aos seus locais de trabalho, todos continuam a fazer igual ao que sempre antes fizeram.

E eu, que ando há anos a ouvir a mesma conversa dita de muitas maneiras diferentes, penso que se fosse eu a organizar estas coisas, estes eventos em que se tenta estimular uma nova atitude que leve à inovação, não fazia nada disto. Colocava era vídeos como estes, que mostram como é possível que do clássico se crie o inesperado ou como do nada se pode fazer o que antes nunca se tinha visto e que pelos tempos afora para sempre ficará como inexplicável e belo.

Mas, quando proponho isto, dizem-me que não, que ideia, que não tem nada a ver, que ninguém ia perceber. É verdade. Quando alguém aponta as estrelas, os idiotas ficam sempre a olhar para a ponta do dedo, incapazes de ver para além dele. Por isso, não insisto. Nem estou certa de que a razão esteja comigo. Cada vez sei menos. Vejo que a qualidade vai rareando e que o mundo parece estar em trajectória descendente -- mas, se me reportar a dados conhecidos da história, talvez tenha que concluir que desde sempre se está a andar a caminho do nada. E, se calhar, é mesmo assim e nada a fazer.

Seja como for, talvez ingenuamente, penso que, enquanto não se perceber que é mesmo do incompreensível que nasce o que é novo, não se conseguirá ver para além do óbvio -- e que só o que está para além do esperado e do óbvio é que rasga caminhos. E novos caminhos são precisos antes que se chegue ao fim deste que estamos a percorrer e que, do que se vê, parece ser um beco sem saída.




Leio percentagens a propósito de crentes em Santana Lopes e pasmo por, nestes tempos incréus, haver ainda quem seja tão crente. Mas é verdade. No outro dia, numa outra cidade, vi um amontoado de gente, os passeios a deitar por fora. Não percebi. Depois olhei com atenção e vi que estavam junto a uma moradia onde vi uma cruz e o nome de uma qualquer igreja. Isso ou as dietas milagrosas que proliferam. Eu própria também, volta e meia, jogo no euromilhões acreditando que um dia pode acontecer comigo. Portanto, está certo. Toda a gente precisa de acreditar em qualquer coisa, mesmo no jogo branco ou nas cartas furadas. Haja lugar para todos, até para os malucos que ainda acreditam que alguma solução governativa de jeito pode sair do maluco do Santana Lopes. 

A seguir, olho para a televisão e vejo a cinzenta bancada do PSD. O líder da bancada descolorida laranja dá-me pena.  A sério. Pena. A criatura está notoriamente infeliz naquele seu triste papel. Um tremendo erro de casting. E está rodeado de outros que tais. Olha-se e vê-se ali, ao vivo e a cores, o reino da estupidez. Não atinam. Mas não admira. O PSD não é nada. A cola que os une é o oportunismo. Talvez tenha começado com gente bem intencionada mas logo esses barões se foram perdendo e o que ficou foram uns quantos nostálgicos que não riscam nada (nem o Marcelo, enquanto líder partidário, alguma vez riscou) e uma malta que anda à babugem do poder. Quando longe disso, ficam como as galinhas sem cabeça.




Mesmo as outras bancadas. Falta ali rasgo e inteligência, falta golpe de asa. 

O PS é António Costa e mais uns quantos capazes e depois um bando de líricos, mais uns quantos saudosistas e uns outros que tentam perceber qual o caminho que estão a pisar e mais uma mão cheia de oportunistas.

O PC já era. Gente que tenta agarrar-se a cordas presas ao passado, um passado idealizado. Gente bem intencionada mas geneticamente traumatizada. Podem ser sérios mas a seriedade deles é cinzenta, baça, longe do futuro. A primeira e a segunda derivada da tendência que percorrem traçam-lhe o caminho: o lento mas inexorável fim.

O BE. Gente que quer ser moderna e ousada mas sem capacidade para sê-lo. Zangam-se, fazem cara de maus, acham-se os donos da verdade. Mas são uns maçadores de primeira. E gente maçadora não vai a lado nenhum.

Resta quem? O CDS? Nem falo desses. Não existem. 

O País precisa de outra gente na política. Mas como irá gente capaz para a política sabendo que, por coisas de nada, podem ser perseguidos pelo Correio da Manhã, pela tropa fandanga da SIC ou do Expresso, pelas tias e pelas beatas do Facebook?

Uma coisa triste, isto.




Solução? 

Inovar de verdade. Ousar. Arriscar.
Procurar a beleza e a simplicidade.
Olhar o futuro e, mesmo sem perceber o que se vê, caminhar nessa direcção.

5 comentários:

Isabel disse...

Solução?!
A mim parece-me óbvio: ZERO corrupção, ZERO ganância e respeito pelos cidadãos e pelo país.

Que político faz isso?...(dois ou três, apenas)

Desejo-lhe um bom fim-de-semana:)

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Tão bom vê-la por aqui. Muito obrigada.

E logo quando o seu blog está de parabéns. E que venham mais sete. .

E é verdade, sim, zero tudo o que de mau tem corrompido a democracia. Mas como...?

Um beijinho, Isabel!

Isabel disse...

Eu venho aqui espreitar muitas vezes...

Obrigada pela sua resposta tão simpática:)

Um beijinho e desejo-lhe uma boa semana:)))

Maria Santana disse...

Este seu blog é muito simpático! Muitos parabéns!

Um Jeito Manso disse...

Olá Leonor,

Muito obrigada. As suas palavras também são muito simpáticas.

Um abraço