Por vezes dou por mim, no meu dia-a-dia laboral, a pensar que estou prestes a atingir o ponto de saturação; e o pior é que começa a acontecer com alguma frequência.
Exemplifico:
Aturar colegas que precisam de, a cada momento, dar de comer e beber ao próprio ego ou que os outros lhes afaguem o dito -- não há pachorra
Aturar colegas que caminham desordenadamente, saltando de galho em galho, incapazes de seguir a direito ou de produzir coisa consistente que se veja -- não há pachorra
Aturar colegas que padecem do mal compulsivo de exibicionismo, de cada pequeno nada fazendo um tremendo e ridículo show-off -- não há pachorra
Aturar colegas que se acham a última coca-cola do deserto e que, vá lá saber-se porquê, querem impor aos outros as suas estúpidas maneiras de trabalhar -- não há pachorra
Aturar colegas que, mesmo que o céu caia em pedaços, continuam a, paulatinamente, dar os seus pequenos passos, incapazes de um golpe de rins, de um golpe de asa, como se o mundo pudesse esperar por eles -- não há pachorra
Aturar colegas que, por medo de ouvirem um não, são incapazes de perguntar e, por isso, só fazem escusados disparates -- não há pachorra
Aturar colegas que, quando em entrevistas de trabalho, não percebem que o candidato é um calhau com olhos e continuam a fazer perguntas e mais perguntas como se a criatura pudesse ter qualquer hipótese, alimentando-lhe falsas expectativas -- não há pachorra
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Mas, enfim, é sábado, não vale a pena estar com conversas destas
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E, à falta de tema mais profundo, uma anedota chegadinha por mail
Num autocarro, um velho alentejano senta-se num banco mesmo em frente a um punk de cabelos compridos, com crista parecida com um galo, madeixas verdes, azuis, rosas e vermelhas.
O velho fica a olhar para o punk e o punk a observar o velho, ambos calados.
O punk vai ficando cada vez mais nervoso até que não aguenta mais e pergunta ao velho:
- O que foi, amigo? Você nunca fez nada de diferente, quando era jovem?
O velho responde:
- Sim, fiz! Quando era jovem, dormi com uma galinha...e agora estava cá a pensar: "...Será que este cabrão é mê filho?!..."
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As imagens mostram pinturas de Fernando Botero
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