quarta-feira, outubro 04, 2017

Passos Coelho anuncia que está de saída.
!........Ufffffffff........!
[Com o ego que tem e a dificuldade em perceber a realidade, a esta hora já deve estar a pensar:
"Atrás de mim virá, quem de mim bom fará"]

<<<<< EM ACTUALIZAÇÃO >>>>>
(agora com a sugestão de que adopte Trump como treinador remoto)


Ouvi o Láparo até ao ponto em que o meu marido desligou a televisão da cozinha. Estava para ali a arrastar-se perante os microfones (refiro-me ao Láparo), sem dizer nada digno de ficar para a história. Mas acho que ouvi o suficiente. Sai como entrou, sem perceber bem a realidade. Diz que não esperava um resultado tão mau, diz que é obstinado mas não em agarrar-se a lugares e que espera que todos percebam bem porque é que ele sai porque para ele é cristalino. Pronto, ok. E, de resto, acho que não retive mais nada digno de realce. Se calhar é porque, entretanto, aqui na sala, a televisão, já chovem comentários e comentadeiros televisivos e todos já dizem mal dele, mesmo os papagaios que andaram com ele ao colo durante cinco ou seis anos. Estas análises póstumas em vida do falecido são macabras, tanto mais que, em parte, até são feitas pelas beatas que antes o ajudavam na missa. 

Portanto, nada mais a dizer. Só que não deixa saudades. Passos Coelho é uma daquelas emanações da democracia que parece que acontecem só para provar os riscos da democracia. Uma lástima.

Para o País seria bom que o PSD arranjasse em líder decente. Alguém que não tenha nada em comum com Passos Coelho ou com o Láparo ou com Durão Barroso. E se não aparecer ninguém de jeito, que adiem as eleições internas, isto é, que não cedam à tentação de escolherem um qualquer. Por exemplo, que não passe pela cabeça de ninguém escolher o Rangel. Presumo que o PSD não esteja tão a bater no fundo que até aceite que o macaquinho ambulante vá a votos -- mas sabe-se lá o que os laranjas são capazes de fazer, vendo-se, como devem estar a ver-se, de cabeça perdida. Quanto a Santana Lopes, Rio Rio ou Montenegro como putativos candidatos a grande líder, nada a dizer. Presumo que mais coelhos estejam ainda para saltar da cartola. Pedros, Pedrinhos, Ruis, Riozinhos, Anti-Ciganos, Laparotos, Perdigotos. Tudo a ver se sim, se não, se talvez, se vem a onda, se vem o divino chamamento, se a lavagem da honra do convento se impõe, se é desta ou se ainda não, se isto, aquilo e o outro e carapaus para o gato. Resumindo: até lá não me doa a mim a cabeça.


Para já vou ficar a pensar sobre qual o destino previsível para o Láparo.

Vejo três. 

Hipótese 1 -- Vai escrever as memórias. Pode convidar a Felícia Cabrita, essa exímia ghost writer, ou pode ele mesmo tentar a aventura. Deve sair um livro chato e parvo como nenhum outro -- deve reescrever a história, inventar desculpas, armar-se em herói -- mas, enfim, sempre se mantém ocupado. 


Hipótese 2 - Vai passar a fazer presenças na qualidade de transformer-cantora. Dando largas aos dotes canoros que o La Feria em má hora recusou, encarnará a anja que virou diaba. A Cristina Ferreira, a Júlia Pinheiro disputarão a sua participação nos programas da manhã e a Filomena Cautela quererá apanhá-lo a jeito para tirar partido das limitações intelectuais da criatura. O Correio da Manhã TV também o quererá ter, assim vestido, como comentador do caso Marquês, de atropelamentos, fogos-postos ou insultos a velhinhas, coisa que, com a voz bem colocada, o Láparo comentará a preceito.



Hipótese 3 -- Vai ter coaching com Cavaco e começar a preparar-se para lançar a candidatura a Belém. Dirá que vem para servir o país, para ajudar os portugueses a manterem-se à tona de água, dirá que, tal como o seu mestre, está naquilo para se sacrificar e porque não é político. Sorrirá para as cagarras e elogiará o sorriso das vacas porque o outro lhe dirá que isso é simpático e ele, com a inteligência que se lhe conhece, acreditará. Mas todos perceberemos que o que ele quer é tentar a desforra com o catavento, a quem não perdoa. O Marcelo está-lhe atravessado na garganta. Mais do que ao Costa é ao Marcelo que ele não perdoa mesmo.


Mas aqui eu acho que, se for esse o caso, deveria levar o coaching ainda mais longe. Se é para a imbecilidade, então que faça um curso à distância com o mestre de todos os imbecis, a coisa mais imbecil que à superfície da terra foi cuspida: Trump.

Veja vídeos do Trump. Imite-o. Por exemplo, tente reproduzir o que se vê n vídeo abaixo que mostra uma cena digna dos meus amigos Monty Python. Vê-se e não se acredita ao ponto a que a coisa pode chegar.

O despautério da comparação de catástrofes, o despautério da menorização dos mortos de Porto Rico, a gabarolice relativamente ao tamanho da catástrofe dele e do número de mortos americanos é do domínio do surreal. Ao lado, a manequim Melania, também de boné na cabeça, assente e sorri.


Aconteceu mesmo.


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E, enquanto o mundo não vê Trump pelas costas, só me resta dar um bye bye ao nosso Láparo doméstico.

Vai pela sombra, Coelho.

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