quarta-feira, julho 19, 2017

Diz que quer ser Primeiro-Ministro


Quando a capoeira anda sem galo e as galinhas todas às voltas, umas carecas, outras sem cabeça e umas quantas chocas, é o que se vê. 

Este post não é sobre o láparo que esse já era. 

Este post a bem dizer é sobre coisa nenhuma porque o contexto sobre o qual falo é uma casca vazia, de laranja só a lembrança. 

Consta que, na ausência de rei ou roque, a maltinha dá mostras de querer agitar-se. O sítio onde devem ter mais votos deve ser em Loures (e não, não estou a brincar) e é porque a malta que escreve em blogues é uma malta anómala, todos frufrus, salamaleques e agarra-me senão eu bato-te, porque a grande maioria da malta que vota por aquelas bandas quer é que os ciganos se danem e nada como um trumpinhas que promete dar-lhes valentes corridas em osso. Por isso, em Loures a aposta do láparo deve correr-lhe bem. No resto do país vai ser a derrocada e, sabendo disso, é vê-los por aí a dizer que é deixá-lo cair de podre.

Vários se perfilam mas eu aqui só vou falar no melhor de todos. É certo que agora que se pôs elegante perdeu parte da graça mas, ainda assim, a efervescente ausência de tino continua bem evidente. Acresce que os seus hábitos de higienização da jaula dos chimpanzés em pleno exercício euro-parlamentar são assaz conhecidos aquém e além mar e isso, reconheça-se, não é medalha de que muitos possam gabar-se. O facto de ter sido admoestado pelo seu mau comportamento enquanto deputado-queixinhas também o predispõe para lugares mais altaneiros. 

E, assim sendo, com tão vasto CV, Paulo Rangel, já fez saber que não põe de lado avançar para a liderança. É certo que não o diz com esta frontalidade já que ele cultiva outro estilo.

Digamos que as meias palavras a que gostava de dar um tom florentino (atenção: gostava) nunca são pura prosa. Há sempre ali algo de falhado mas, para ter mais gracinha, gongoricamente falhado. Não sabe distinguir a sardinha do carapau -- e está tudo dito.

Tirando isso, só festejar que a vizinha Marques Mendes já por aí ande a distribuir jogo. Chega-se ali ao palco que a SIC lhe oferece e desata na ladinice, fazendo, desfazendo, insinuando, promovendo -- o traquinas.

A malta gosta sempre de ver putos reguilas a fazer das deles. Que eu não sei se o Nóia encaixa melhor na figura do puto reguila se na de vizinha. É que a malta também gosta de ver as vizinhas a jogarem conversa fora, a preverem que este está na retranca, que o outro anda a juntar apoios e que, para aquele outro, uma onda de fundo está em formação. Uma fuxiqueira, aquele Mendinhos.

Mas a verdade é que o airoso rangelito acreditou na boca do Mendes e já se acha uma princesa casadoira. Vou ser rei, vou ser rei! -- consta que diz ele quando se vê ao espelhinho.

Mas eu tenho um conselho a dar-lhe -- e é, de resto, este o propósito deste post. Para voltar a contar com o sorriso na cara dos portugueses, o nosso mignon Rangelito terá que comer muita papa (pode ser maizena, pode ser cerelac, nestum com bué de mel, pode ser açorda com doce de abóbora). Tem é que ser coisa que o faça voltar a encher. É que assim, esganiçado como anda, não convence ninguém.

Eu mostro qual o target que deverá atingir: faz agora oito anos é que ele estava bem, bem alimentado, inspirado, reluzente. Olha-se para ele e diz-se logo: temos homem. Que é como quem diz: aqui está quem vai suceder ao láparo. Estamos desejando.



Lindo. À maneira dele, um verdadeiro GDECO, grande educador da classe obradora

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As imagens provêm do blog We Have Kaos in the Garden

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E, por falar em parlamentos e em momentos inesquecíveis, queiram, por favor, descer para verem o que se passa em terras em que as Primeiras-Ministras se apresentam com sapatos ratados e fazem piadas sexuais para gáudio do Speaker e toda a audiência. É ver para crer.

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