sexta-feira, setembro 30, 2016

57 anos de diferença
(E uns breves apontamentos confessionais)


Hoje misturam-se-me o incómodo pelo que no post abaixo expliquei, o sono (uma vez mais, já aqui estive a dormir), a vontade de que chegue o fim de semana, a vontade de ir ao cinema e a chatice por não haver nada de jeito para ir ver, a canseira por pensar que me apetecia esta sexta-feira ter tempo para almoçar num sítio bonito, nas calminhas, e saber que não posso, a vontade de responder aos comentários e, ao mesmo tempo, estar a pensar que deveria ir ao google pesquisar a ver se há mais alguém a queixar-se do mesmo que eu, a vontade de mandar esta gaita do blog toda às malvas, a preguiça nocturna que trago colada a mim desde que regressei de férias, sei lá que mais. Tudo misturado.

Que me desculpem os Leitores a quem não tenho respondido aos comentários ou aos mails. Leio-os, claro, mas chego a esta hora num tal estado que o mais que consigo é ligar o piloto automático e, entre os cochilos, ir escrevendo nem sei bem sobre o quê. Continuam aqui ao meu lado os meus últimos livros e tinha pensado pegar num trecho da escorreitíssima prosa de um deles, coisa de primeira água, e nem energia tenho para escolher o trecho quanto mais para o transcrever. Presumo que isto seja um síndroma pós-férias (se bem que já lá vão duas semanas) misturado com uma inusitada carga laboral, digamos assim. 

Sobre o que tenho andado a viver, acho que um dia, quando isto tiver amainado e tiver ganho algum distanciamento, escreverei alguma coisa. Não é só uma experiência profissional e pêras: tem sido também uma experiência pessoal muito interessante. E eu gostava de um dia, de alguma forma, poder partilhar as minhas impressões convosco. Ou isso, ou escrevo um livro. Ou dedico-me a fazer palestras. Ou nada disso e parto para outra. 

Enfim, adiante que daqui a nada já estou mas é a atirar-me para fora de pé e a não dizer coisa com coisa. 

Outra coisa: ouvi que ia haver um sorteio extra do euromilhões e já aqui estive a jogar. Só faço apostas simples. Gastei 2,5€. A improbabilidade é de tal calibre que não me faz sentido pensar que terei mais hipóteses se gastar mais dinheiro. Apenas terei hipóteses se tiver um extraordinário bambúrrio de sorte. Como acho que um dia o terei, quando me lembro, jogo. A ver se é desta. Se for, aviso.

Entretanto, abri o youtube para escolher uma música para ir ouvindo enquanto estou nisto. E lá está. O esperto do algoritmo diz que acha que eu vou gostar de algumas coisas. Geralmente acerta.

E é esta coisa dos programas -- que são concebidos para 'varrerem' tudo o que fazemos e que intrusivamente controlam cada peça do que escrevemos ou lemos -- que volta e meia lhes corre mal e limpam o que não devem como agora, se calhar, aconteceu com a minha querida listinha dos blogues que gostava de ler todos os dias e que, por erro do blogger, magia negra ou sei lá o quê me desapareceu. Bolas. Não me conformo. Que raiva.

Mas adiante.

Dizia eu que o youtube me recomenda alguns vídeos e eu, bem mandada, fui ver o primeiro e, de facto, é uma ternura.

Partilho-o convosco.

Um miúdo de 7 anos e um homem de 64 (ie, 57 anos de diferença), falam sobre coisas da vida.


Muito bonito


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Maravilhosas as crianças. E ternos os homens que, com uma certa idade, conversam com crianças.

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E façam lá o favor de descer até ao post que se segue para verem lá bem o que me aconteceu.

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3 comentários:

Anónimo disse...

Por falar em livros, este último fim-de-semana comprei três na FNAC (de Cascais/Shopping): um da autoria de Noam Chomsky, “Quem Governa o Mundo?” (que já comecei a ler) - tenho o maior respeito e admiração por Chomsky; outro de Yanis Varoufakis, “Os Fracos São os que Sofrem Mais?” (uma escrita escorreita e extraordinária); e finalmente o último, da autoria de Joseph Stiglitz, sobre o Euro, que lerei dentro em breve; tudo edições deste ano.
Boas leituras!
P.Rufino

Rosa Pinto disse...

Veja a Julieta. Forte. Tão forte que não apetece levantar da cadeira quando termina. bj

bea disse...

Para já gostei das sandalitas, devem fazer bom andar. A conversa também não está mal, agora tudo se filma e mostra. que coisa! Ainda bem que no meu tempo não havia filmes, máquinas fotográficas ou outras modernices (quer dizer, na minha casa é que não havia). Tudo o que houve é memória. Ou não é. Foi-se sem deixar rasto.
A menina com o saco plástico na cabeça também me cativou.
Então, vou-me andando que isto não é vida. Tenha um fim de semana daqueles que lhe convêm.