sexta-feira, março 11, 2016

Receitas de amor para mulheres tristes
- [2º de Dois Posts]


Depois das receitas do post anterior, prossigo a minha sessão de auto-ajuda.



Mas que cansaço, não tem um minuto. Mentiras. O que não tem é forças para pensar a vida, calma para sentir como corre.

Quando ele não tem tempo, quando ele trabalha muito e mede os segundos como outros medem as horas e os dias, quando é incapaz de se sentar a conversar por um instante, sem ansiedade, não acredites nele. O trabalho é o esconderijo que os homens encontraram para não viverem segundo um rotmo mais humano e decente. É a maneira que têm de estar sós sem terem de dizer que querem estar sós.
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Nas tardes de chuva miúda e persistente, se o amado estiver longe e te afligir o peso invisível da sua ausência, corta da tua horta vinte e oito folhas novas de erva-cidreira e põe-nas ao lume num litro de água para fazer uma infusão. Quando a água ferver deixa que o vapor te molhe as polpas dos dedos, e mexe-a três vezes com uma colher de pau. Tira-a do lume e deixa-a repousar dois minutos. Não lhe deites açúcar, bebe-a sorvo a sorvo, de costas para a tarde, numa xícara branca. Se ao chegares a meio do litro não notares um certo alívio atrás do esterno, aquece-a outra vez e deita-lhe duas colheres de pão de açúcar ralado. Se ao fim da tarde persistir a depressão, podes ter a certeza de que ele não voltará. Ou então voltará noutra tarde e já muito mudado.

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Estas receitas tal como as do post acima fazem parte do livro 'Receitas de Amor para Mulheres Tristes', um livro da Quetzal com tradução de Pedro Tamen.


As fotografias mostram a bela Sophie Marceau. A canção é Maumariée por Serge Reggiani.

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E agora, para algo completamente diferente, desçam por favor para lerem sobre a empresa Gaianima, sobre as manobras e bastidores do bas fond laranja envolvendo algumas das mais carismáticas figuras pàfianas e, de caminho, repescando a Madame-PSD Cristina Ferreira (senhora que, por sinal, consta de um post antigo que nas últimas horas atingiu um número de visitas que me surpreende, para cima de 1.500 à hora a que escrevo)


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