quinta-feira, março 31, 2016

A matemática e o sexo


O algoritmo da google que interpreta os gostos das pessoas, os indexa, os selecciona e mostra pela ordem de putativa apetência é mesmo, mesmo, o máximo. Estou a ver que ele é a minha verdadeira alma gémea. Juro. Vou ver o que me é recomendado para hoje e, logo em primeiro lugar, um vídeo que, entretanto, já vi e que me deixou smiling o tempo todo.

Apenas uma coisa me maça um bocadinho: aquele corpinho escorrido da Clio, sem pitada de gordurinha, era mesmo o que eu queria. E aquelas calças, que pinta... Eu usava este tipo de roupa até há uns três ou quatro anos. Mas agora já não dá, agora já uso blusas mais soltas para disfarçar. 

Ando para começar uma dieta a sério mas há festas de anos a toda a hora. Amanhã é outra. E quando não é aniversário é Páscoa, e se não é Páscoa é Natal, e se não é Natal é almoço com todos. Sei lá. Bolas. E aquelas calças tão giras... Eu gosto de usar calças brancas mas posso lá usar assim com abas... ainda me fazia parecer mais anafada. Bolas. E sempre tive pena de não ter um cabelo assim, fininho, esvoaçante. Quem o tem queixa-se, queria tê-lo mais forte e volumoso. Mas eu, que sempre tive cabeleira farta, tinha uma pena de não poder ter um cabelo assim, escorridinho, levezinho, sensível a qualquer aragem. Agora já me habituei mas, vendo a bela Clio, penso: caraças, se eu fizesse dieta e esticasse o cabelo, talvez também pudesse fazer uns números a falar de sexo e de matemática. Assim, gaita!, é só canseiras de manhã à noite. E os sapatos...? Estou agora a olhar para eles. Bem giros.

Bom, mas invejinhas palermas à parte, eu que gosto tanto de matemática, fiquei toda contente por vê-la aqui ao serviço de uma causa tão nobre. Matemática aplicada a coisas maçadoras tem graça porque a matemática é límpida e elegante de qualquer maneira mas, enfim, admito que é para quem gosta. Agora matemática aplicada ao sexo... não há quem não tente perceber qualquer coisinha. Digo eu. 

Gostava que vissem o vídeo. Claro que alguns homens sentirão que algumas das suas gabarolices são postas em causa ou ficarão apreensivos ao perceberem que, se calhar, as mulheres têm andado a ser reservadas quanto às suas próprias estatísticas - nomeadamente: alguém acredita que em média os homens já tiveram para cima de uma carrada de parceiras sexuais e que as mulheres apenas tiveram um... vá lá dois... vá lá uns três no máximo...? Pois. Não é o que a matemática facilmente desmonta.
[E outros aspectos, tais como pôr a descoberto os ciclos hormonais dos homens ao longo do dia -- o que será útil se pensarmos que, quando a coisa está no pico, a disposição será diferente.]
Mas não me alongo pois não quero ser daquelas chatas que desvendam o enredo antes dos outros irem ver o filme.

Uma coisa posso garantir: mesmo os que não sabem resolver equações ou que não são muito entendidos nos raciocínios ligados à matemática, poderão acompanhar perfeitamente todo o vídeo.

Mathematics and sex | Clio Cresswell | TEDxSydney



Mathematics and sex are deeply intertwined. From using mathematics to reveal patterns in our sex lives, to using sex to prime our brain for certain types of problems, to understanding them both in terms of the evolutionary roots of our brain, Dr Clio Cresswell shares her insight into it all.


Dr Clio Cresswell is a Senior Lecturer in Mathematics at The University of Sydney researching the evolution of mathematical thought and the role of mathematics in society.  
Born in England, she spent part of her childhood on a Greek island, and was then schooled in the south of France where she studied Visual Art. At eighteen she simultaneously discovered the joys of Australia and mathematics, following on to win the University Medal and complete a PhD in mathematics at The University of New South Wales. Communicating mathematics is her field and passion.

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E já cá volto e a ver se venho com coisas ensinativas que agora ando em maré de serviço público: matemática, sexo, amor e outras matérias anti-políticas (como dizia a outra).


1 comentário:

P. disse...

Esta da Matemática e o Sexo é interessante. Mas, tanta equação, tanto número, tanta explicação, acaba por nos distrair do essencial – o tal amor e o que lhe está ligado, o sexo, esse sal do amor, sem o qual o amor não tem pés para andar. Um tipo sai dali, depois de ouvir aquelas explicações e corre o risco de chamar algoritmo ao filho (vá lá ao menos que fosse Euclides, como o algoritmo, mas nem isso), equação à mulher, somatório ao cão, interseção à sogra e com isso arrisca-se a ter chatices. Ou, pior, a deixar uma carta de amor á mulher, nestes termos: “f (xk-1) + f (xk): 2 (não sei qual o resultado desta operação, mas também não faz mal).” Era caso para 3 meses de pena efectiva sem sexo: “toma lá meu marolas”, diria ela e com razão, “entretém-te aí com os teus logaritmos pelos próximo 3 meses e não chateies mais, até voltares à normalidade, a ser um ser terrestre!” A propósito de amor, mandaram-me a seguinte uma anedota: “uma jovem vai visitar os seus tios alentejanos. Lá chegou, comeu, bebeu e passeou. Ao fim da tarde, cansada de tanto passeio sob o sol forte, foi deitar-se no quarto, enquanto esperava o jantar. Uma vez pronto, a tia velhota foi chamá-la. Quando entrou no quarto e ao vê-la toda nua, perguntou-lhe o que é ela fazia naquele preparo (uma pergunta sem sentido, cá para mim, pois se estava no quarto dela, estava como bem entendia. Eu se me apetecer dormir nu, é cá comigo também),ao que a jovem sobrinha lhe respondeu, divertida, que estava com o vestido do amor. A velhota achou graça e à noite foi deitar-se primeiro que o marido, o sisudo do tio Encavo. Este, quando finalmente se dignou ir também ele, deitar-se, ao abrir a porta e ver a mulher toda nua na cama, perplexo, perguntou-lhe: Oh Pulquéria, que é isso? Que estás a fazer? – E a boa da velhota repete o que ouvira á sobrinha, que estava vestida com o fato do amor! Resposta do bronco e insensível tio Encavo: pois olha, para a próxima vez vê lá se o passas a ferro primeiro, antes de o vestires!” É claro que esta anedota pode ser contada ao contrário e quem precisar de passar o corpo a ferro ser o homem. Fica à descrição das mulheres que não acharem graça a esta piada. Compreendo-as. E peço-lhes matemáticas desculpas se ofendi os sentimentos de algumas, nos seguintes termos: “LOG2 64= ?”
P.Rufino