Como habitualmente, apanhei a entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa na SIC com Clara de Sousa e Anselmo Crespo enquanto jantávamos -- e já a entrevista devia ir a meio. Portanto, não ouvi tudo, não acompanhei de início o desenrolar da narrativa mas, do que ouvi, nada de novo a registar.
Histriónico como sempre -- embora em exercício de contenção --, sempre aquela linguagem gestual que lhe é tão característica, a cada pergunta sempre a fugir-lhe a conversa para os tiques de comentador, referindo várias hipóteses, analisando-as, sempre com aquela pretensão de parecer ser equidistante de tudo. Aliás, em vez de Marcelo, o candidato-comentador, também poderia referir-me a ele como o candidato-bissectriz.
Em relação ao que era como comentador, perdeu um bocado a graça pois o comedimento a que se obriga parece que não lhe assenta bem. É como com os quilos a mais do Rangel: agora que os perdeu parece que fica a boiar dentro do corpo, como se alguém se tivesse esquecido de lhe adaptar o corpo e a mente ao novo visual.
Assim está o Marcelo: não é candidato nem é comentador, ou seja, não é carne nem é peixe. É um híbrido pouco convincente.
- Já não tem a piada que tinha quando, sendo laranja por dentro e por fora, fazia exercícios de mímica e prestidigitação para parecer rosa, encarnado, azul, incolor, etc.,
- e não tem a compostura e o perfil que se espera de um presidente.
A entrevista, pelo menos na parte que vi, foi mais na base da música, violinos para entreter o pagode. Não é da linha radical-lapariana, não se quer ver colado às pafinhas, isso é notório -- mas não entusiasma, não se impõe. A gente olha-o e vê ali uma companhia agradável que entretém os convidados, que anima uma sala -- não um Presidente da República.
Clara de Sousa olhava-o com ar meio desconsolado como se pensasse que, assim como assim, mais valia que ele continuasse na televisão, que ela até estava capaz de despachar o Mendes dos Vistos Gold e, ao domingo, passar a tê-lo a ele -- isto se conseguisse apartá-lo da sempiterna fã Judite Sousa.
Clara de Sousa olhava-o com ar meio desconsolado como se pensasse que, assim como assim, mais valia que ele continuasse na televisão, que ela até estava capaz de despachar o Mendes dos Vistos Gold e, ao domingo, passar a tê-lo a ele -- isto se conseguisse apartá-lo da sempiterna fã Judite Sousa.
Agora, para ser sincera, uma coisa vos digo: enquanto tenho aversão por Cavaco -- que aquilo ali não tem cultura, boas maneiras, sentido de Estado ou elevação de espírito para o cargo que ocupa -- já com o Marcelo, da minha parte, não há essa sensação de ter que comer uma coisa estragada. Vendo-o e ouvindo-o, não sinto alergia até à medula nem sinto vergonha só de pensar nos seus modos.
Estou a escrever e a lembrar-me de quando o Cavaco se alambazou com a mão da então Princesa Letizia, certamente deixando a mão da rapariga toda babada. A Dona Cavaca até ficou esparvoada com o despropósito do esposo, parecia até estar com medo que ele desatasse a lamber a mão da pobre coitada. Uma vergonha nacional.
Enfim.
Acho que há melhor escolha para a Presidência do que o Marcelo, acho que a Presidência iria ser um poço de intrigas mas, até ver, não me vejo a sentir ânsias face às suas intervenções como sentia perante as inconveniências e provincianices do Cavaco.
Acho que há melhor escolha para a Presidência do que o Marcelo, acho que a Presidência iria ser um poço de intrigas mas, até ver, não me vejo a sentir ânsias face às suas intervenções como sentia perante as inconveniências e provincianices do Cavaco.
Quanto à minha escolha, tenho a confessar que ainda não me decidi. Devo dizer que o meu coração balança um pouco. Provavelmente vou decidir-me pelo Nóvoa que me parece um homem inteiro e bem preparado mas, para ser honesta, acho uma certa piada à Marisa Matias. Acho que tem nervo, empatia e determinação e acho que o País está mais do que precisado de oxigénio, sangue novo, irreverência, sensibilidade e bom senso. Acho que ainda lhe deve faltar calo, vivência política, etc - mas tenho que pensar bem pois quero escolher em consciência. A seu tempo tomarei uma decisão e depois logo vos conto.
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Já agora: dois pequenos vídeos que ilustram um pouco de como é cada um dos acima referidos
Marisa Matias - Refugiados nas mãos de merceeiros
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António Nóvoa - e o significado do 'obrigado'.
Muita pinta.
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E, assim sendo, fico-me por aqui, desejando-vos um bom dia feriado.
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4 comentários:
Ora bem, estou igual a si, UGM, quanto a candidaturas presidenciais. Inclino-me, para Sampaio da Nóvoa, mas, ultimamente, a Marisa Matias convencer-me-ia numa primeira volta.
Achei curioso ler o que Isabel Moreira escreveu, outro dia, no Expresso on-line sobre...Maria de Belém. Convém ir ler, para melhor a conhecer, politicamente. Já me tinha esquecido. Nada como alguém para nos refrescar a memória.
Não creio que Marcelo vença. Não conseguirá a vitória à primeira volta e depois sairá derrotado na 2ª. A questão é saber quem, na Esquerda, passa à 1ªvolta. Assumindo que todos vão a votos (incluindo o candidato do PCP - que pode desistir para que os seus apoiantes concentrem votos em Nóvoa e assim a candidata do BE não passe à 2ªvolta...), será que Sampaio da Nóvoa consegue ser segundo? Caso o não consiga (embora ainda acredite que sim), seria interessantíssimo ver o que a Esquerda faria se fosse...Marisa Matias a bater-se contra o Comentador de TV! Já a Maria de Belém não só não me convence, como a considero uma versão Seguro-Passista, o que só iria criar uma data de sarilhos se ganhasse. Mas não vai. Valha-nos isso!
P.Rufino
Muito bem. Sem dúvida os meus únicos candidatos. A seu tempo tomarei partido.
Nóvoa a Presidente, sem dúvida. Vamos lá.
Comparar o discurso (qualquer discurso, de qualquer vez que ele abriu a boca) de Cavaco com o discurso de Sampaio da Nóvoa é impossível, porque os níveis de cultura, inteligência, educação são de uma diferença abissal.
Fantástico este "pensar" e "trazer" S. Tomás de Aquino para o nosso quotidiano.
MPDAguiar
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