Sou dada a amores à primeira vista, acho que não há outros que sejam tão fortes como os inexplicáveis, os que resultam de uma misteriosa atracção.
Na interessante entrevista cujo vídeo aqui partilho convosco, o coreógrafo Jiří Kylián (de quem no Um Jeito Manso já coloquei imensos bailados) diz ao bailarino Istvan Simon - todo ele simplicidade e sensibilidade - que, nisto do amor à primeira vista, por vezes, é a própria pessoa que está vulnerável, disponível para ser atraída, mas que, depois, há situações únicas em que talvez o que aconteça seja o reconhecimento de uma compatibilidade de carismas.
O carisma é qualquer coisa de indefinível que enforma a maneira de ser de uma pessoa (um misto de personalidade, de carácter, de forma de reagir às circunstâncias - não sei).
O que sei é que uma pessoa sente que ali está outra que se conjuga connosco (sente - ou seja, não é forçoso que a vejamos), que nos completa, que nos desafia, que nos foge sem que a gente queira que ela se perca de nós, que queremos conhecer sem que consigamos explicar a razão da curiosidade. E, tal como Jiří Kylián o refere, também eu penso que isto não acontece apenas a nível amoroso: pode ser uma curiosidade intelectual, uma estima desobrigada, uma afinidade estética.
Mas não é apenas de amor que conversam aqui, é de muito mais - e até de barbas. O vídeo não está legendado mas a fala é pausada e a dicção é clara - e a conversa um prazer.
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