terça-feira, dezembro 16, 2014

As férias de luxo de Marcelo Rebelo de Sousa na mansão à beira-mar no Brasil ou no veleiro, o amigo Ricardo Salgado que as pagava, Zé Maria Ricciardi, o primo traidor e eterno enfant terrible e o coelhinho que não largava pêlo, o urso malandreco e o leão de rabo pelado. Tudo histórias com muita moral.


No post abaixo já deixei a receita para um casamento sem discussões. Não posso dizer que seja muito instrutiva nem que deva ser reproduzida mas, enfim, dêem o devido desconto.

Mais abaixo tenho uma entrevista ainda quentinha com uma beldade sexy e, mais abaixo ainda, falo da ama do meu filho, do filho dela, do meu filho e mostro um vídeo com um mar muito grande.

Mas tudo isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.


1. Sobre BES e GES, sobre os primos e assessores jurídicos, comentadores, companheiros de administradoras, e etc.



Foi com algum incómodo mas não muita surpresa que li mais uma do primo Zé Maria, aquele que tem boa imprensa, o que faz rir os deputados e os jornalistas, aquele a quem todo o crédito é dado porque, segundo estes, num ápice desfaz a narrativa tão cuidadosamente estudada pelo Ricardo, o tal de coração de leão e pele de leopardo que virou bombo da festa, aquele a quem muita gente, em especial os que antes o veneravam, gosta agora de insultar, pontapear e cuspir em cima. 

Desta vez, porque,  na sua homilia semanal na TVI com a Judite, o Professor Marcelo - essa velha raposa que, com ligeireza e sem grandes pruridos, urde intrigas, costura argumentos e fala com sabedoria de literatura, futebol, justiça, tácticas e estratégias políticas, conluios partidários, economia, arrufos entre socialites e feitos de agremiações recreativas - tinha, uma vez mais, poupado o grande amigo Salgado para o chamuscar a ele, Ricciardi, nem pensou duas vezes. Naquele seu estilo de lavadeira (de roupa suja, claro), enviou um comunicado onde não foi meigo. Em tom de ameaça, disse esperar que Marcelo não voltasse a mentir já que, a seu respeito, já ia na segunda mentira e, para que Marcelo não tivesse vontade de se levantar do tapete, ainda atirou: 



Eu compreendo que o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa tenha muita mágoa em não poder continuar a passar as suas habituais e luxuosas férias de fim de ano na mansão à beira-mar no Brasil do Dr. Ricardo Salgado, mas essa mágoa não o autoriza a dizer mentiras a meu respeito e do banco a que presido, conforme fez no seu comentário de ontem
Marcelo, apesar de conhecer o espírito truculento do menino Zé Maria, até deve ter engolido em seco. 

Em sentido contrário ao dos ponteiros do relógio:
O leopardo, o primo que dizia que era irmão e um dos Sousas
Há ovelhas negras em todas as famílias e que apenas são gente fina enquanto o argumento (leia-se: guião) que lhes é dado lhes permite simular a pose. Mal ficam por sua conta e risco mostram que o sangue que lhes corre nas veias é tão azul como o de um qualquer vulgar arruaceiro e que o seu argumentário está ao nível de uma pregoeira do Bolhão. Ricciardi costumava dizer que o primo Ricardo era um irmão mas há irmãos que se odeiam e estes é o que se vê.



A procissão ainda vai no adro e o desfiar de farpas, os golpes baixos, o destapar de carecas e o lavar de roupa suja em público já começa a incomodar. Mas, enfim, a imprensa vibra com isto e os jogos estão feitos. Ricardo Salgado não é flor que se cheire, nunca foi. Mas ao seu lado e co-responsáveis pela gestão que levou ao descalabro, estiveram todos os outros que hoje sacodem a água do capote, saltam como ratos e fogem como cobardes. Podem vir dizer que não sabiam mas, se não sabiam, deviam saber e, portanto, dizendo-o, confessam, em cima de tudo o resto, a sua incompetência ou irresponsabilidade.


2. Sobre o Super-Alex que não deixa que Sócrates use do seu direito de falar, tendo proibido entrevistas a partir da cadeia



Já uma vez o disse: que um culpado ande à solta acho perigoso. Mas que um inocente seja injustamente condenado e pague, com a sua liberdade, por crimes que não cometeu parece-me ainda mais perigoso e desumano, de uma injustiça dificilmente reparável. 

O Super-Juíz Carlos Alexandre que põe e dispõe
sem que a gente perceba se o que ele faz é mesmo legal
Mas José Sócrates ainda nem foi julgado. Ainda andam à procura de provas que o incriminem. Os jornais tudo têm feito para o crucificar na via pública e é raro o dia em que não apareçam, a conta-gotas, novos factos, coisas que espremidas não deitam nada, apenas ódio ao homem. Até o pobre do motorista já é tratado como o 'cúmplice' de Sócrates.

Agora impedem José Sócrates de conceder as entrevistas que lhe solicitaram. Está preso para poderem procurar pistas à vontade mas é mais do que isso: sem que tenha ainda sido condenado, já está privado até da sua liberdade de falar.

Se é esta a liberdade que queremos ter no nosso país, um país que supostamente é livre e democrático, então vou ali e já venho.


Face a este estado das coisas, nada como uma história que me foi enviada por Leitor a quem agradeço e que contém uma moral profunda que deveria ser pensada pelos Zé Marias, Alexandres, jornalistas e quejandos desta vida (and sorry for my french - que, mesmo assim, já foi suavizado face à versão original).


3. O coelhinho, o urso e o leão 




Um coelhinho felpudo estava a fazer as suas necessidades matinais quando olha para o lado e vê um enorme urso fazendo o mesmo.

O urso vira-se para ele e diz:
- Hei, coelhinho, largas pêlo?
O coelhinho, vaidoso e indignado, respondeu:
- Nem pensar, venho de uma linhagem muito boa...

Então o urso pegou no coelhinho e limpou o cu com ele.




  MORAL DA HISTÓRIA

  Cuidado com as respostas precipitadas. 
Pense bem nas possíveis consequências antes de responder.

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No dia seguinte, um leão, ao passar pelo urso, diz:
- Aí, hein, seu urso! Com toda essa pinta de bravo, fortão, bombado...! Bem te vi ontem dando o cu para um coelhinho felpudo. Já contei a toda a gente.


  MORAL DA MORAL

  Você pode até sacanear alguém mas lembre-se que existe sempre alguém ainda mais filho da mãe do que você.

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A GRANDE MORAL DA HISTORIA


O  problema de Portugal (o problema ou a sorte, consoante a perspectiva) é que quem elege os governantes não é o pessoal que lê jornal, mas quem limpa o cu com ele!

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Relembro: já que este que acabam de ler foi o 4º post da noite, há por aí abaixo mais 3 e são para todos os gostos, de algum são capazes de gostar.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça-feira.


8 comentários:

Anónimo disse...

Não posso acreditar , que a mesma pessoa que aprovou este código ( e em vigor já á 5 anos) se sinta agora injustiçado .
Vejam o nº 5 do artigo 75 da Lei nº 115/2009 aprovado pelo PS do Eng. José Socrates:
Artigo 75.º
Contactos com órgãos de comunicação social

1 - Os órgãos de comunicação social podem, com autorização do director-geral dos Serviços Prisionais, visitar os estabelecimentos prisionais para realização de reportagens sobre o seu funcionamento e actividades desde que tal não prejudique a reinserção social dos reclusos ou a ordem, segurança e disciplina no estabelecimento prisional.
2 - Os órgãos de comunicação social podem igualmente ser autorizados a realizar entrevistas a reclusos, com o consentimento esclarecido e expresso deste, quando tal não prejudique a sua reinserção social nem ponha em causa a disciplina, ordem ou segurança no estabelecimento prisional, as finalidades da prisão preventiva, a privacidade ou a segurança de terceiros.
3 - Na decisão prevista no número anterior são especialmente ponderados os riscos de estigmatização do recluso decorrente da sua excessiva exposição mediática, de impacte negativo sobre a vítima ou familiares desta, de violação da privacidade de terceiros e de desvalorização da conduta delituosa e das suas consequências.
4 - A decisão prevista no n.º 2 é da competência do director-geral dos Serviços Prisionais, podendo ser impugnada pelo recluso perante o tribunal de execução das penas.
5 - Tratando-se de recluso preventivo, a autorização da entrevista depende ainda da não oposição do tribunal à ordem do qual o recluso cumpre prisão preventiva, com base na ponderação do prejuízo da entrevista para as finalidades da prisão preventiva.
6 - Em qualquer caso, não são permitidas:
a) A recolha e divulgação de imagens e sons que permitam a identificação de reclusos, salvo consentimento esclarecido e expresso dos mesmos;
b) A recolha e divulgação de imagens e sons que permitam a identificação de filhos que os reclusos mantenham consigo no estabelecimento;
c) Emissões de rádio ou televisão em directo do estabelecimento prisional;
d) Entrevistas a reclusos colocados em regime de segurança ou reportagens em estabelecimentos prisionais ou unidades de segurança especial;
e) A recolha e divulgação de imagens que possam pôr em risco a segurança do estabelecimento prisional.

Cumps

Rui Silva

Anónimo disse...

Corrijo o á para há na primeira linha .

cumps

Rui Silva

Anónimo disse...

O Prof. Marcelo é uma daquelas personagens que só mesmo por cá conseguia ter a audiência que tem nas TVs. O homem é um manipulador profissional. Um vendedor de banha da cobra da Política. Um telespectador ouvi-lo é como um médico olhar para o intestino delgado de um paciente. Aquilo que diz é tão contorcido que nem nó de marinheiro! Até hoje ainda não consegui memorizar uma sequer das suas palestras televisas. Quando as via - isto porque, houve uma altura em que me dava a esse trabalho, embora ocasional, até que, por razões de sanidade mental, achei que se o continuava a ouvir ainda os meus miolos se entrelaçavam mais do que já estão – saía dali com umas dores agudas na cabeça de tanto me esforçar para tentar deslindar o puzzle que por detrás daquelas suas palavras tentava na realidade transmitir. Hoje, se por mero acaso o ouço, já estou menos preocupado. Aquilo que ele diz, que é muito pouco em termos de substância, decifra-se em alguns minutos. Nada como a experiência. Agora, a criatura é um artista português. Não há dúvidas. Mas, daqueles de feira de ciganos. Esta de tentar assacar culpas ao Ricciardi e procurar salvar a pele daquele que lhe proporcionava umas férias brasileiras é de tosco. Deveria saber que tal arrazoado poderia custar-lhe prestígio. Pergunto-me se tal “boutade” custará ao Professor a candidatura às Presidenciais? O que é “giro” nisto tudo é que o rapaz Salgado tinha, em boa verdade, se não todos, praticamente todos, ou tudo que era importante neste patético país no bolso. Presidente, PMs, Ministros, Deputados, Secretários de Estado, Empresários, Comentadores políticos, Clubes de Futebol e a lista é tão longa que é melhor ficar por aqui. Coitado do Professor Marcelo que assim sem mais se vê na situação de ter de ir passar férias a outras estâncias. Já estou a ver a Judite a perguntar-lhe qual o destino próximo, em face desta contrariedade.
P.Rufino

FIRME disse...

Em relação ao comentário anterior,que calculo vem do gabinete do IMATURO...PERGUNTO? Um estabelecimento prisional,não é de raíz um lugar de segurança " seguro "?Quem põe em risco tal situação? O preso? O guarda ? O diretor,que só recebe ordens da Popota??? A SEGURANÇA NÃO CONTROLA AS MALAS QUE ENTRAM E SAIEM???NÃO FALO DE ROUPAS...SUJAS ! O SR.ADVOGADO DE DEFESA OU UM JORNALISTA LEVARÃO MALAS COM DOCUMENTOS QUE O CIDADÃO SÓCRATES,QUEIRA DESTRUIR? O ZÉ ,PODE PARECER...mas não é parvo! O ZÉ É ESTE POVO anónimo mas que sabe ler mais que o rui silva QUERIA...

Anónimo disse...

Caro Firme,
Li com atenção o seu post mas não consegui compreender onde quer chegar.
Vi que se refere ao meu comentário, mas não fiquei a saber o que quer dizer.
Provavelmente eu também não consegui exprimir-me de forma clara.
O que eu quero dizer é que as regras já estavam definidas antes do Eng. José Socrates ter sido preso. E ironicamente essas regras ( boas ou más, quem sou eu para as classificar…) foram consideradas correctas pelo próprio. Não acha isto fantástico ?...

cumps

Rui Silva

Anónimo disse...

Pior que inimigos, são primos.
MCarmoMarcos

FIRME disse...

Meu caro anónimo,sabendo que estou num sítio que devo muito respeitar,em questão de opiniões,devo reconhecer que só fixei o seu último parágrafo...SAIA A PENITÊNCIA.AO FIM DIREI...AMÉN!

Anónimo disse...

Muito bem! É preciso corrigir os erros ortográficos.