sábado, outubro 18, 2014

O que é a felicidade? Uma inteligente gestão de prioridades? Coisas simples que não têm nada a ver? A liberdade de fazer o que se quer, quando se quer, como se quer, com quem se quer? A compaixão compartida? Não sei. Por isso, dou a vez a Peter Sharp, a Owen e Haatchi, ao professor com a sua história da maionese e do café. E se alguém conseguir chegar a uma conclusão tanto melhor


No post abaixo já falei de um senhor que volta e meia vejo no Expresso da Meia-Noite e que me deixa sempre intrigada (a que se deverá tão misteriosa presença?) e falei também do papagaio inglês que foi dar uma voltinha e apareceu a falar outra língua e também dos milhões em que nadam os submarinos e, no meio da confusão, ainda consegui meter os Monty Phyton num registo delirante bem ao meu gosto.

Mas isto é a seguir. Aqui, agora, reúno alguns contributos dos Leitores que me enviam mails ou referências de vídeos e espero que algum de vocês, Leitores meus, saiba traçar a bissectriz e encontrar a chave para o segredo supremo: o que pode tornar feliz uma pessoa normal.




Não sou muito dada a receitas mágicas, pozinhos de perlimpimpim, depuralinas psicológicas, psicanálises blogosféricas e outros truques instantâneos que transportam a felicidade como se fossem drageias infalíveis. Aliás, é coisa sobre a qual não consigo dar conselhos. Ser feliz está nos genes, acho eu e acho que está provado. Ou se nasce com tendência para estar bem disposto ou não. Claro que há a sorte e as circunstâncias mas, tirando isso, acho que uma pessoa que nasce com essa característica tem em si a capacidade para relevar o que é menor, pôr para trás das costas o que não é para ficar para a história, e isso tira-lhe peso de cima, deixa-a livre para se sentir feliz.



Aqui há tempos, estava eu numa discussão enorme, tensa, com um colega meu. Estava capaz de lhe fazer nem sei o quê, furiosa, e ele comigo, um desentendimento severo, vozes elevadas, nenhum a dar o braço a torcer, o caso mal parado. Passado um bocado, nem sei como, a conversa amainou, derivou para outro sítio e eu já estava a rir. E, então, ele diz-me, com ar sentido, 'Já pôs tudo para trás das costas, não foi?' E tinha sido. Ele ainda estava com ar quase ofendido, a querer curtir o desentendimento, e eu já mal me lembrava do que se tinha passado. Disse o que tinha a dizer e ficou dito - e para a frente é que é caminho. 
Por isso, mesmo situações que são verdadeiras crises para a maior parte das pessoas, para mim são coisas passageiras... e bola para a frente. Não o faço por ideologia, por seguir teorias ou filosofias de vida. Não, faço-o mesmo porque sou primária. Dá-me com força e passa-me depressa. 

Se, para além de emocionalmente primária, também fosse intelectualmente básica diria aos angustiados crónicos que fizessem como eu. Mas claro que não digo. Dizer é fácil. Se o cérebro de algumas pessoas apenas respira se estiver no lado sombrio da vida, como lhes falar de luz, de imprevistos sopros de alegria - ou seja, de uma realidade que lhes é estranha? 


Eu acho que viver muito ao ar livre, contactar com a natureza, estar aberto aos sorrisos dos outros, ser capaz de gestos generosos, coisas assim, são condições quase suficientes para o coração se abrir e para uma pessoa se sentir mais feliz.

Mas que sei eu dos mecanismos emocionais de pessoas que sejam muito diferentes de mim? Não sei.

Por isso, calo-me já e dou passagem aos vídeos e à história que recebi sobre o tema.



Moving Train Party


A iniciativa foi ideia e esteve a cargo de Peter Sharp, em Perth, Australia. Ele explica ao que vai: proporcionar um momento de felicidade aos passageiros do comboio. Ao princípio, as pessoas estranham mas, aos poucos, a festa vai-se generalizando. Como se vê, são as mulheres que mais espontaneamente aderem à alegria inesperada.






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A Maionese e o café 

(- e, se me permitem um conselho, o único, leiam sem preconceitos esta história que Leitor, a quem agradeço, me enviou)



Quando as coisas na vida parecem ser demais, quando 24 horas por dia não são suficientes, lembrem-se do frasco de maionese e do café.




Um professor, durante a sua aula de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco de maionese e esvaziou-o. Tirou a maionese e, a seguir, encheu-o com bolas de golfe.

A seguir perguntou aos alunos se o frasco estava cheio. Os estudantes responderam que sim.

Então, o professor pegou numa caixa cheia de pedrinhas e meteu-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.

O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.

Então o professor pegou noutra caixa, uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e, uma vez mais, o professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam unanimemente  "Sim !".

De seguida, o professor acrescentou ainda 2 chávenas de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se... mas repararam que o professor estava sério. Disse-lhes ele, então:

Quero que se dêem conta que este frasco representa a vida. 
As bolas de golf são as coisas importantes como a família, os filhos, a saúde, os amigos, tudo o que te apaixona. São coisas, que mesmo que se perdêssemos tudo o resto, as nossas vidas continuariam cheias.
As pedrinhas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais, as pequenas coisas.
Se pusermos primeiro a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golfe. 
O mesmo acontece com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
Prestem atenção às coisas que são cruciais para a vossa felicidade.
Brinquem ensinando  os vossos filhos,  arranjem tempo para irem ao médico, namorem e vão com a vosso/a namorado/marido/mulher jantar fora, pratiquem o vosso desporto ou hobbie favorito.
Haverá sempre tempo para limpar a casa e reparar as canalizações. Ocupem-se das bolas de golfe primeiro, das coisas que realmente importam.
Estabeleçam as vossas prioridades, o resto é só areia...


Então, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representava o café. O professor sorriu e disse:

O café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a vossa vida esteja ocupada: sempre deverá haver espaço para um café com um amigo.


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Owen, um menino com 9 anos e uma doença rara, e Haatchi, um cão que foi maltratado, colocado junto à linha de caminho de ferro para morrer mas que sobreviveu, embora sem a cauda e sem uma patinha, são um caso tocante de afecto e superação. A amizade entre os dois é fantástica e o bem que cada um está a fazer ao outro é emocionante.







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E há ainda a parábola da natureza, do acaso e das boas e más consequências.

A história do agricultor chinês






Uma parábola sobre a vida e a natureza narrada por Alan Watts, animada por Steve Agnos, e com música de Chris Zabriskie.


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Permitam que vos relembre que descendo até ao post seguinte encontrarão um pot pourri à maneira.


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Desejo-vos, meus Caros Leitores um belo sábado.

and



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2 comentários:

xilre disse...

A primeira vez que vi a história do frasco foi no Covey. Mas como bom Mórmone que era, provavelmente não favoreceria o café. Prefiro esta sua versão

Bos tarde.

bob marley disse...

Glen Campbell - I'm Not Gonna Miss You - https://www.youtube.com/watch?v=U8TsAh-zYFI#t=51


aos doentes de alzheimer