No post abaixo já falei de um senhor que volta e meia vejo no Expresso da Meia-Noite e que me deixa sempre intrigada (a que se deverá tão misteriosa presença?) e falei também do papagaio inglês que foi dar uma voltinha e apareceu a falar outra língua e também dos milhões em que nadam os submarinos e, no meio da confusão, ainda consegui meter os Monty Phyton num registo delirante bem ao meu gosto.
Mas isto é a seguir. Aqui, agora, reúno alguns contributos dos Leitores que me enviam mails ou referências de vídeos e espero que algum de vocês, Leitores meus, saiba traçar a bissectriz e encontrar a chave para o segredo supremo: o que pode tornar feliz uma pessoa normal.
Não sou muito dada a receitas mágicas, pozinhos de perlimpimpim, depuralinas psicológicas, psicanálises blogosféricas e outros truques instantâneos que transportam a felicidade como se fossem drageias infalíveis. Aliás, é coisa sobre a qual não consigo dar conselhos. Ser feliz está nos genes, acho eu e acho que está provado. Ou se nasce com tendência para estar bem disposto ou não. Claro que há a sorte e as circunstâncias mas, tirando isso, acho que uma pessoa que nasce com essa característica tem em si a capacidade para relevar o que é menor, pôr para trás das costas o que não é para ficar para a história, e isso tira-lhe peso de cima, deixa-a livre para se sentir feliz.
Aqui há tempos, estava eu numa discussão enorme, tensa, com um colega meu. Estava capaz de lhe fazer nem sei o quê, furiosa, e ele comigo, um desentendimento severo, vozes elevadas, nenhum a dar o braço a torcer, o caso mal parado. Passado um bocado, nem sei como, a conversa amainou, derivou para outro sítio e eu já estava a rir. E, então, ele diz-me, com ar sentido, 'Já pôs tudo para trás das costas, não foi?' E tinha sido. Ele ainda estava com ar quase ofendido, a querer curtir o desentendimento, e eu já mal me lembrava do que se tinha passado. Disse o que tinha a dizer e ficou dito - e para a frente é que é caminho.
Por isso, mesmo situações que são verdadeiras crises para a maior parte das pessoas, para mim são coisas passageiras... e bola para a frente. Não o faço por ideologia, por seguir teorias ou filosofias de vida. Não, faço-o mesmo porque sou primária. Dá-me com força e passa-me depressa.
Se, para além de emocionalmente primária, também fosse intelectualmente básica diria aos angustiados crónicos que fizessem como eu. Mas claro que não digo. Dizer é fácil. Se o cérebro de algumas pessoas apenas respira se estiver no lado sombrio da vida, como lhes falar de luz, de imprevistos sopros de alegria - ou seja, de uma realidade que lhes é estranha?
Eu acho que viver muito ao ar livre, contactar com a natureza, estar aberto aos sorrisos dos outros, ser capaz de gestos generosos, coisas assim, são condições quase suficientes para o coração se abrir e para uma pessoa se sentir mais feliz.
Mas que sei eu dos mecanismos emocionais de pessoas que sejam muito diferentes de mim? Não sei.
Mas que sei eu dos mecanismos emocionais de pessoas que sejam muito diferentes de mim? Não sei.
Por isso, calo-me já e dou passagem aos vídeos e à história que recebi sobre o tema.
Moving Train Party
A iniciativa foi ideia e esteve a cargo de Peter Sharp, em Perth, Australia. Ele explica ao que vai: proporcionar um momento de felicidade aos passageiros do comboio. Ao princípio, as pessoas estranham mas, aos poucos, a festa vai-se generalizando. Como se vê, são as mulheres que mais espontaneamente aderem à alegria inesperada.
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A Maionese e o café
(- e, se me permitem um conselho, o único, leiam sem preconceitos esta história que Leitor, a quem agradeço, me enviou)
Quando as coisas na vida parecem ser demais, quando 24 horas por dia não são suficientes, lembrem-se do frasco de maionese e do café.
Um professor, durante a sua aula de filosofia, sem dizer uma palavra, pegou num frasco de maionese e esvaziou-o. Tirou a maionese e, a seguir, encheu-o com bolas de golfe.
A seguir perguntou aos alunos se o frasco estava cheio. Os estudantes responderam que sim.
Então, o professor pegou numa caixa cheia de pedrinhas e meteu-as no frasco de maionese. As pedrinhas encheram os espaços vazios entre as bolas de golfe.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.
Então o professor pegou noutra caixa, uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de maionese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e, uma vez mais, o professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam unanimemente "Sim !".
De seguida, o professor acrescentou ainda 2 chávenas de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se... mas repararam que o professor estava sério. Disse-lhes ele, então:
Quero que se dêem conta que este frasco representa a vida.
As bolas de golf são as coisas importantes como a família, os filhos, a saúde, os amigos, tudo o que te apaixona. São coisas, que mesmo que se perdêssemos tudo o resto, as nossas vidas continuariam cheias.
As pedrinhas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais, as pequenas coisas.
Se pusermos primeiro a areia no frasco, não haveria espaço para as pedrinhas nem para as bolas de golfe.
O mesmo acontece com a vida. Se gastarmos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
Prestem atenção às coisas que são cruciais para a vossa felicidade.
Brinquem ensinando os vossos filhos, arranjem tempo para irem ao médico, namorem e vão com a vosso/a namorado/marido/mulher jantar fora, pratiquem o vosso desporto ou hobbie favorito.
Haverá sempre tempo para limpar a casa e reparar as canalizações. Ocupem-se das bolas de golfe primeiro, das coisas que realmente importam.
Estabeleçam as vossas prioridades, o resto é só areia...
Então, um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representava o café. O professor sorriu e disse:
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Owen, um menino com 9 anos e uma doença rara, e Haatchi, um cão que foi maltratado, colocado junto à linha de caminho de ferro para morrer mas que sobreviveu, embora sem a cauda e sem uma patinha, são um caso tocante de afecto e superação. A amizade entre os dois é fantástica e o bem que cada um está a fazer ao outro é emocionante.
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E há ainda a parábola da natureza, do acaso e das boas e más consequências.
A história do agricultor chinês
Uma parábola sobre a vida e a natureza narrada por Alan Watts, animada por Steve Agnos, e com música de Chris Zabriskie.
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Permitam que vos relembre que descendo até ao post seguinte encontrarão um pot pourri à maneira.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores um belo sábado.
and
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2 comentários:
A primeira vez que vi a história do frasco foi no Covey. Mas como bom Mórmone que era, provavelmente não favoreceria o café. Prefiro esta sua versão
Bos tarde.
Glen Campbell - I'm Not Gonna Miss You - https://www.youtube.com/watch?v=U8TsAh-zYFI#t=51
aos doentes de alzheimer
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