sábado, setembro 06, 2014

Para a Alexandra G. (que diz que ela, o Le Carré e o Montalbán estão envolvidos por uns tempos e que, se bem deduzo, qualquer outro agora só desestabilizava) - aqui ficam algumas sugestões para quando estiver aberta a novos elementos no pedaço


Claro que o meu marido canta vitória mas disfarça: Diz lá daqui o que é posso guardar? Ou ainda precisas de todos?

Nem dou troco. Qualquer coisa que eu diga vai servir para as lições de moral do costume. 

Mas disse: Preciso de todos.

Pensou que eu estava apenas a não me dar por vencida. Mas não, tinha um fito. Estendi sobre a cama o pareo que uso como toalha de praia (porque não pesa nem ocupa espaço no saco) e coloquei os livros por cima. Depois distribuí as minhas conchinhas e, portanto, fiz mais uma das minhas instalações. 

Contendo a ironia, limitou-se a perguntar: Depois da reportagem posso guardá-los todos? 

Depois da fotografia, tirei dois que tenho aqui comigo e os outros já estão numa mala que já foi posta no carro. Ele tem este sentido de organização antecedente que me irrita mas que, por ser tão prática, me faz ficar de bico calado: quando sairmos já vamos mais leves*


Só agora reparo na predominância de brasileiros.
No sentido dos ponteiros do relógio a começar no que já vinha todo papado (outros vinham já revistados):

Sebastião Salgado - Da minha Terra à Terra
Adélia Prado - Soltem os cachorros
José Gil - Portugal hoje, o medo de existir
João Antonio - Malagueta, Perus e Bacanaço
Milton Hatoun - A cidade ilhada
Mário de Carvalho - A liberdade de pátio
Geoff Dyer - Yoga para pessoas que não estão para fazer yoga
Urbano Tavares Rodrigues - O livro aberto de uma vida ímpar , diálogos com José Jorge Letria



Sei que nenhum destes tem o mistério e requinte do Le Carré nem o grão e a patine de Montalbán (mas têm outras virtudes igualmente recomendáveis), ainda assim, aqui de Los mares del Sur, envio estas sugestões de leituras de Verão à Alexandra G para um dia em que lhe apeteça romper o actual envolvimento.




* Nota: O ano passado, por esta altura e nas mesmas praias, referi aqui que não havia nem cão nem gato que não estivesse a ler através do e-reader. Ao passo que os portugueses pouco têm o hábito de ler na praia ou à beira da piscina, tirando, vá lá, uma ou outra revista, os estrangeiros - pelo menos os que frequentam estas bandas - mal se deitam ou sentam, sacam logo de um livro. Pois este ano não sei o que aconteceu: praticamente toda a gente parece ter voltado aos livros em papel. Raros os suportes digitais (tirando, claro, os smartphones). Eu, que o ano passado vacilei e que tinha o meu marido entusiasmado para me dar um para evitar o carrego de livros com que sempre ando, à última hora arrependi-me e, quando vinha a pensar que ia ser a última das moicanas, usando ainda livros em papel, afinal vi a minha opção sufragada.



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