segunda-feira, julho 07, 2014

Onde aqui a comilona fala de comezainas, desafiando os Leitores a fazer em casa petiscos simples que são de comer e chorar por mais. Claro que, querendo e podendo, ficam também informados onde poderão ir comê-los sem antes terem que ir para a cozinha - mas aí não exercitarão a vossa veia criativa. Bom apetite!


No post abaixo já falei de um assunto que está na ordem do dia: o da crescente desigualdade entre os super-ricos e os pobres, aqui se incluindo os novos pobres. Trago para a conversa o autor de quem se fala, o Prof. Piketty a quem chamam por vezes o novo Marx e, para ajudar à festa, o veterano Prof. Paul De Grauwe. Soluções precisam-se ou há sérios riscos de não apenas fenecer o capitalismo como a própria democracia.

Num terceiro post, mais abaixo ainda, mostro dois vídeos que não deverão perder e que consubstanciam duas recomendações que dariam a volta ao comportamento atitudinal da nossa Seleção. Conversa da treta e ódio de estimação ao CR7 diz, num comentário, uma dessas criaturas baptizada em gíria internáutica como troll que gosta de vir aqui ver se me desestabiliza (como é próprio dos trolls, conforme aprendi este fim de semana com a Clara Ferreira Alves) e que, desta vez, se arma em especialista em temas freudianos, detectando em mim frustações da líbido. Temos psicanalista!

(Tão profunda é a análise que, desta vez, nem apaguei o comentário, não vá haver por aqui mais alguém a precisar de aconselhamento psicológico e, assim, fica a saber que paira por perto um troll especializado em análises aos sonhos nocturnos, fantasias eróticas e frustrações libidinais).

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.


Que comece a tarantela, se faz favor, que o momento pede uma italianada bem animada






Imaginem-se, meus Caros Leitores, num pátio coberto por toldos de pano branco, mesa e bancos de madeira. Se conseguirem, poderão até imaginar que estão, não num restaurante na cidade mas, como eu uma vez estive, em Milão, num restaurante no meio do campo, árvores em volta, lençóis presos nos ramos das árvores, um riacho correndo por perto. E o espírito leve para o apetite ser ainda maior.

Sentem-se à mesa, se faz favor, que vou servir uns pequenos amuse-bouche.



Peixinhos da horta italianos

Trata-se de espargos verdes, enrolados em bacon crocante e, depois, passados por um polme leve e levados a uma fritura ligeira. Acompanham com maionese de caril e lima.

Uma delícia vos digo eu.



Queijo de cabra panado, acompanhado por molho de morango.

Trata-se de um pequeno queijo de cabra, pequeno mesmo, panado e frito. Acompanha com um molho espesso mas cremoso de morango. Bom que só visto.


E, tendo a boca feita, avancemos para o prato principal. 

Aproveito para vos servir o que, no outro dia, comi a seguir a estas entradas: pizza (não me lembro do nome; seria pizza luzzo, que é o nome do restaurante?).

Massa finíssima e, de base, tomate, mozarella e manjericão. Por cima cogumelos Portobello, bacon e pequenos cubos de ananás caramelizado. Boa, boa, boa...!


De sobremesa (coisa que eu nunca perco pois ando a esforçar-me por adquirir um pneu já que estamos em época balnear e qualquer madona deve andar na praia com um pneu à volta da cintura) sirvo-vos um brownie de chocolate quente com frutos vermelhos por cima e uma bola de gelado de tarte de limão ao lado. Coisa mais boa não é muito provável que haja por aí a pontapé.


Em dias quentes, vinho branco bem gelado a acompanhar Ou uma bela cerveja bem gelada. Ou sangria bem fresca. E um café a rematar.

Não estou a fazer publicidade ao restaurante porque o serviço não foi extraordinário e porque a forma como nos deixam entregues a um tablet para lá fazermos directamente o pedido é um bocado inibidora. É certo que nos dizem que têm também a ementa em papel mas a forma como isso é transmitido faz-nos sentir um bocado info-excluídos. Mas, enfim, demora no serviço e esse pormenor da ementa à parte, a comida é mesmo boa. Não sei se lá voltarei mas uma coisa sei: vou tentar reproduzir em casa o que lá comi. 

Provavelmente tentarei reproduzir também as azeitonas pretas marinadas em laranja e orégãos que comi na pizzaria do Avillez mas já não tenho pistas para a deliciosa espuma de tomate que é servida também como entrada, juntamente com um pratinho de saborosíssima manteiga trufada. Hei-de também tentar reproduzir a Brusqueta de pancetta com alho e alecrim, um pãozinho torrado com a folha gorda do bacon, temperado ao de leve com alho e alecrim, uma coisa de ficarmos a lamber os beiços.

Não sei se vos abri o apetite ou se, como pretendia, vos incentivei a ir para a cozinha preparar deliciosos pitéus e inovar, dando largas à imaginação e à gulodice.

O que sei é que, só de estar a escrever isto, já vou ter que ir à cozinha antes de me ir deitar ver o que há por lá para trincar.

___


Tinha ainda em mente mostrar-vos as braçadas de orégãos e alfazema que trouxe do meu fim de semana in heaven mas talvez fique para amanhã que isto já não são horas para me pôr para aqui com conversas bucólicas.

Recordo: por aí abaixo há mais dois posts, um sobre os super-ricos e outro sobre novas aquisições para a Selecção Nacional.

___


E, assim sendo, por aqui me fico por agora. 
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa semana a começar já por esta segunda feira.


1 comentário:

Anónimo disse...

O Avillez tem jeito para a coisa, sem dúvida. Minha mulher é fã dele, ou seja, compra-lhe alguns livros que ele publicou e gosta da comida dele. Um irmão meu, que se divorciou aqui há uns tempos e se mudou para Cascais, deixando Lisboa, faz uso do que ele aqui cozinha e vende para fora, num “estaminé” que aqui tem para esse efeito. Tudo isso que aqui nos mostra deixa-nos com um apetite danado! Ao que leio, ele abriu mais uns bar-restaurantes em Lisboa (no Chiado, creio que vem nesta última Evasões). Eu adoro umas boas patuscadas gastronómicas. Outro dia, enviei umas receitas de coisas que faço e concebo para uns amigos e amigas, via mail. Numa caso, inspirei-me numa receita do Henrique Sá Pessoa, num Gaspacho que ele criou, acrescentando-lhe algo mais e retirando outra coisa. E tenho uma de perdizes, frango com azeitonas verdes (ou porco), uma salada de frutas e por aí, etc. Ás vezes dá-me para inventar. Outro dia não tive pachorra de ir para Lisboa à noite e foi a minha mulher com umas amigas e um amigo delas. Fiquei em casa, encantado da vida a improvisar um jantareco aqui para o “moi”! E falei comigo próprio na cozinha, brindei ao “je”, comi magnificamente, embora só e reguei a coisa com um Douro que tinha desencantado no Continente, de Cascais que está catita. Quando ela chegou, muito depois, estava regalado a ler, com os cãezitos aos pés e com a barriga a sorrir de felicidade suprema! Traga-nos mais desses petiscos! Por mim, tem o total apoio!
Bom apetite!
P.Rufino