sexta-feira, janeiro 24, 2014

As fantasias sexuais de uma mulher casada


Esta gente cansa-me. Exaspera-me. Repugna-me. Se não vão rapidamente para longe da minha vista terei que equacionar seriamente devotar-me à reclusão. Não consigo ouvi-los. Juro: repugna-me ouvir tanta patranha, assistir a tanta manipulação.

Penso que nisto reside a grande diferença entre a esquerda e a direita. As pessoas de esquerda ou centro-esquerda ou adeptas da social-democracia decente tendem a ser intelectualmente honestas, a ter um mínimo de decoro, se são nabas são-no com alguma ingenuidade, se são aproveitadoras, são canhestra e quase inocentemente aproveitadoras; mas, de forma geral, é gente bem intencionada, é gente minimamente normal. Agora esta gente de direita é ignorante, intelectualmente desonesta, perigosos, aldrabões sem um mínimo de ética, sem moral, é gente que quer voltar aos primórdios da espécie, são absurdos de tão estúpidos mas, como não são bem gente, são perigosos.

No post abaixo já me enervei só de escrever aquilo que não me canso de desmascarar: o logro com que esta gentalha quer lavar o cérebro à população depois de a roubar. E não falei de outra coisa que me revolve as entranhas: a preguiça dos jornalistas que se limitam a papaguear os press realeases que as agências de comunicação do governo despejam para as redacção. Céus. Que indigência. 

Mas, enfim, das patranhas oficiais falo no post abaixo. Noutro, mais abaixo, falo de Teresa Leal Coelho de quem disse cobras e lagartos e depois fiz o mea culpa e depois li uma coisa que me deixou sem saber o que dizer. E, não sabendo, não digo mais nada. 

Agora aqui, cansada que estou de tanto lixo, parto para outra.


*

Querem que vos conte uma história para ver se nos distraímos? Está bem, eu conto.

*


Fernanda, em família chamada de Fernandita ou, mais intimamente, Dita, estava em casa, maçada. As notícias entediavam-na. Desligou televisão, rádio, computador, tudo. Já chega. O tempo cinzento, a vida cinzenta, sem frisson, a casa a precisar de reforma mas onde o ânimo para o fazer? e o dinheiro com mais urgentes destinos, só agora é que o marido começou a ganhar bem e ela, professora, a torto e a direito roubada pelo chefe do marido. E as longas tardes silenciosas, o tempo parado. Um vazio, um desespero. 

O marido é uma seca, bonitão mas apenas um naco de carne sem nervo, e carne sem nervo é seca, sem graça. Em tempo a coisa foi bem diferente. Fogoso, danado para a brincadeira, uma farra permanente. Agora não, agora é estar na sala, são tardes infindáveis a ver televisão, matinées com os pais, uns horrorosos que o tratam como se ele fosse um menino.

Dita olha pela janela. Tanta vida dentro dela e ausência de tudo à sua volta. Ah, que pouca sorte. A filha ainda é uma miúda, não poderá por enquanto compreendê-la. Talvez mais tarde.

Dita sente-se sozinha. Frustrada. Tantos sonhos, tanta vontade de ser feliz, de sentir prazer, de se sentir mulher.

E tantas ideias que ela tem na cabeça. Ah, pudesse ela e tanto que se divertiria. Fecha os olhos. Homens nus. 

Homens nus, corpos nus, pele contra pele, uma dança dos sentidos, uma febre. Muitos. Homens nus, afagos, a respiração forte, sussurros, palavras de desejo segredadas.

Dita senta-se na cama. Sabe-se bela, imagina-se desejável, uma lingerie de fazer perder a cabeça, soutien balcony, corpete de tipo espartilho, cinto de ligas, meias de costura. Ah, como que ela faria perder a cabeça a um homem a sério.

A um não. A dois.

Os dois sentados em frente a ela. Vendados. Sentidos apurados. Sem a verem, apenas a imaginarem. E ela a vê-los impacientes, a quererem aproximar-se, animais com cio, eles. E ela.

E ela a despir-se, alça a alça, a saia, as meias. As meias não. Só no fim. Descarada, indecente. O roçar da roupa para que eles ouçam a pele contra a seda, a seda, a sede.

Aproximam-se. Dita deixa que se aproximem.

Para estar certa de que o que está a fazer é mais do que legítimo pensa nos sogros, ah gentinha mais horrorosa, no marido a ver televisão, a rir-se, nem a vê, o estúpido, a filha coitadinha não conta para aqui, e a roupa para engomar, e a comida para fazer, e depois os dois à mesa e o marido sempre calado, não tem conversa, não tem graça, não a faz rir, um palerma, um assessor de um ministro de passos coelho (pode lá haver coisa pior?). Vai trai-lo e vai traí-lo sem sentimentos de culpa, porque haveria de ter?, já o devia ter feito era há mais tempo, vai traí-lo e vai vai fazê-lo em grande estilo.

E, portanto, deixa que os dois homens se aproximem.

Tão macia que é a sua pele, tão a precisar de carícias, de beijos, de mãos carentes.

Que venham, que façam o que quiserem. Quem é ela para os impedir? Beijam-na, tocam-na, apalpam-na com amabilidade. E ela corresponde, abandona-se.

Fecha os olhos. Sonha.

Os corpos nus de há pouco, os que se tocam com vagar e graça, doidos de sensualidade, agitam-se agora, querem mais, não querem ficar apenas dentro da sua cabeça.


Sente que está a ser penetrada, e deixa, e gosta. Uma ménage a trois bem sucedida, uma farra.

Os homens nus saem da sua cabeça e rodeiam-na, juntam-se aos outros dois. Perdida por cem, perdida por mil.

Aparecem vestidos, estão na sua cama, uma dança de desejo e sexo, um festim sem fronteiras.

Ela bela e desejável, desejada, apetecida, desfrutável, oferecida. Sem pudor, sem remorso.

Depois, mais tarde, ocultará a tarde de sexo louco e sentar-se-á à mesa com o marido, imóvel como sempre. Ele calado, ar convencido, senhor de si, a tola arrogância dos ignorantes.

Dita sabe que, quando se sentiu penetrada, foi apenas um moscardo que o marido, esse ser ignorante, matará com indiferença. Deixá-lo.

Outras tardes virão.

Agora sabe que trair é fácil e o parvalhão do marido estava mesmo a pedi-las.

E homens há muitos.


*

E agora, depois da história, o filme dos acontecimentos.




Monarchy - Disintegration por Dita Von Teese, a magnífica rainha do burlesco



«««««»»»»»


E depois deste inocente conto inventado à pressão para ver se me alieno da treta passista, resta-me aconselhar que, caso desçam até aos posts seguintes, voltem de novo a este para que não fiquem com saber a coelho na boca.

Com tanto que escrevo, deixo que o tempo corra e, quando dou por mim, já não falta muito para estar a pé de novo e começar mais uma jornada de trabalho na vida real. Por isso, peço de novo desculpa mas já não consigo responder aos vossos comentários, estou perdida, perdida de sono (o costume, aliás, vocês já sabem do que a casa gasta).



«««««»»»»»


E, assim sendo, desejando-vos, meus Caros Leitores, um belo dia, despeço-me por agora.


3 comentários:

Anónimo disse...

é curioso que quando se bate record de venda de viagra, mais se fala de sexo.Dá para perceber que a malta anda a mijar para os sapatos.

depois o tesão nos homens é inversamente proporcional à crise, parece que não mulheres é directamente proporcional.

os tempos estão mais para amor

http://letras.mus.br/rita-lee/74440/

Anónimo disse...

https://www.youtube.com/watch?v=hHoyjg027WU#t=170

Anónimo disse...

AS MULHERES SÃO TÃO TARADAS COMO OS HOMENS?https://www.youtube.com/watch?v=JV8JPZyJiuE#t=0