terça-feira, julho 30, 2013

O dia em que comi um bocado do estádio de Alvalade, em que decifrei o mistério dos Anjos e Demónios tombados na minha sala, o dia em que andei com um coelho ao colo, e em que, às tantas da noite, já não atinava com as letras do abecedário. Mais uma página do meu diário, é claro. (E uma boa notícia: não vi televisão, não sei das troca-tintas do Passos Coelho e sua tropa fandanga, nada.)


Depois de um dia mais do que preenchido com meninos e menininhos e mais uma festa de anos e, para coroar, uma ida às compras às tantas da noite (porque se aproximam mais dois aniversários), é tarde e más horas - e mais morta que viva - que aqui aporto. 




A festa meteu Mickey, danças, marchas, coreografias e, ainda por cima, multiplicou-se por dois locais, em cada qual seu bolo, parabéns a você, velas, presentes, beijinhos dos amigos e família e tudo o que agora já nem me lembro.

O que sei é que de pequenino é que se torce o pequenino e, portanto, um dos bolo foi, nem mais nem menos, o estádio do Sporting.




Aqui já a mãe lhe tinha retirado a pala para melhor o conseguir cortar. Do ângulo em que o apanhei nem dá bem para se ver o pormenor das cores da bancada, nos lados. Mas o que vosso assegurar é que era quase uma autêntica maquete. Por dentro era de chocolate e tudo aquilo era muito bom. Já posso dizer que comi um bocado do estádio de Alvalade - e que não parti nenhum dente.

O tio é do Benfica e a mãe, quando era solteira, e quando ambos queriam ser rebeldes em relação ao pai e restante família, também era. Agora, como casou também com um sportinguista de uma família de sportinguistas, acho que já se rendeu aos verdes.

Só o tio é que ainda resiste. De resto, o aniversariante já fala com um entusiasmo do Sporting que dá gosto.

A propósito do tio.

Hoje, de manhã, quando vi o comentário de um Leitor sobre o livro do Dan Brown nem percebi. Depois é que vi na fotografia que lá estava. Fui ao chão da sala para confirmar não fosse ser alguma aparição. Com o Dan Brown podia acontecer um mistério assim.

Mas a verdade é que lá estava ele. Não era o Inferno mas, sim, o Anjos e Demónios. Fiquei muito admirada. Estive a revirá-lo para ver se me lembrava. Tem uma etiqueta de uma livraria que nunca frequento. Afinal o mistério está decifrado. O livro é de 2005 e foi um presente que o meu filho recebeu in illo tempore. Depois, como a tudo o que não lhe interessou levar para casa dele, deixou cá ficar. 

Volta e meia aparece a perguntar onde estão as coisas mais mirabolantes, de cuja existência eu nem faço ideia. A última, que me lembre, era a bomba de encher os pneus da bicicleta. Ou isso ou uma coisa qualquer de quando fazia paint ball. Objectos que nem sei bem identificar e nos quais ele é que mexia. Coisas do bodyboard, da bicicleta, nem sei bem, só sei que tudo isso tem a sua mística e os seus apetrechos. A dada altura passei a achar natural todas as coisas que via. Uma vez apareceu num canto da casa de banho mais pequena uma garrafa estranha, alta, quase parecia uma bilha de gás mas mais estreita e mais alta. A irmã quando viu aquilo perguntou-me o que era e eu não sabia. Ela ficou muito espantada por eu não achar estranho uma coisa daquelas na casa de banho mas a verdade é que não achei. Explicou ele depois que era um gás qualquer ou ar comprimido, não faço ideia, lá para aquelas brincadeiras do paint ball. Acho mas já não garanto.

Ela também deixou imensas coisas, especialmente roupa. Ainda uso algumas dessas coisas, especialmente para trazer por casa. As coisas estão boas, não vou deitá-las fora.

Em contrapartida, ele deixou ténis e blusões e coisas também boas e o meu marido não as usas, acha uma estupidez estar a usar coisas que são do filho. Mas a verdade é que, volta e meia, quando cá está, vai dar uma espreitadela e reaproveita algumas coisas. Ainda no outro fim de semana levou uns óculos de sol que na altura deve ter achado fora de moda. 

Enfim. Hoje, tão pouco tempo depois, ainda o quarto está igual, já foram os meninos dele que dormiram a sesta no quarto do pai. E lá tive que ir buscar o Chicão, o coelhinho branco que era dele (isto aconteceu na altura eu ainda não tinha aversão aos coelhos) e com o qual a minha menina Plim-Plim agora gosta de dormir quando cá está. 

Dormiram eles e eu. Ou melhor, deitei-me no meio dos dois para pararem de mexer um no outro na brincadeira e na risota e, passado um bocado, senti mesmo que estava eu já a adormecer. Mas foi sol de pouca dura pois tive que me levantar logo a seguir já que tinha ainda coisas para fazer porque daí a nada tínhamos que sair para a dita festa do primo.



Dos afectos partilhados


Pormenor ds três mais pequeninos:
o ex-bebé com o bebé ao colo, sob vigilância de duas meninas: a mana e a tia do bebé
(Entretanto, o mais crescido andava com o seu T-Rex e outros seres pouco comuns)



Bom. E agora vou-me mas é deitar que já passa das 2 da manhã e daqui a nada já cá os tenho outra vez para o dia inteiro, com praia e tudo.

Claro que ainda não consegui arrumar os livros todos. Já estava cansada, já me custava a raciocinar e isto de pôr os livros por ordem alfabética depois de um dia destes tem que se lhe diga, Catherine, Christopher, Christiane F. (já nem me lembrava; devo ter lido Os Filhos da Droga quando andava no liceu, nem sei, há tanto tempo), etc, etc. Parei por aí. Já estava a desatinar com a ordem das letras. Acho que os que me faltam são os da prateleira do meio que foram arrastados, os Ds acho eu. Amanhã, antes deles chegarem, a ver se tenho tempo de arrumar o resto.

Nesta estante estão os indiferenciados de língua estrangeira (excepto os de língua espanhola, os japoneses e os russos, que estão noutras estantes ou os que têm obra completa e que, por isso, estão à parte). Agora peguei em alguns que não via há muito tempo e de que me lembro de ter gostado demais. O Ofício de Viver do Cesare Pavese é um deles. A ver se o leio outra vez, pelo menos em parte.


[Não vou reler, estou mesmo cansada. Já sabem: por favor relevem a pontuação fora do sítio ou letras trocadas. Mas, se forem coisas de bradar aos céus, por favor, mandem um alerta, ok? Obrigada!]

**

E com isto me vou. Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma terça feira mesmo boa.


3 comentários:

dbo disse...

Cara UJM,
sei que umas férias agradáveis até despertam apetites, mas daí até comer um cibinho (acho que sempre gostou desta palavrinha) do estádio de Alvalade, só mesmo com apetite de leoa… que até parece ser. Acho bem, gostos não se discutem. “Infelizmente” sofro (mas pouco) pelos lampiões, mesmo sendo um homem do Norte.
Claro que no evento festivo, o alvo das dentadinhas era bem melhor que o verde endurecido da grama. Até eu morderia, lambareiro que sou, por cacau e seus gulosos enfeites.
A pequenada deve ter ficado radiante, essencialmente quando sabia que os adversários eram lampiões, não sei se comestíveis ou bonecos plásticos. Nestas festas de aniversário, os miúdos também poderão ser anjos ou demónios, mas nesses momentos não existe o inferno, apenas a alegria que, quase adivinho, foi bem partilhada.

Quanto às bugigangas e outras peças mais ou menos importantes que ficam esquecidas na memória dos tempos, entre a poeira e a naftalina dos armários, gavetões e guarda-roupas, nunca perderão a sua utilidade pois, mais tarde, farão gente feliz, com ou sem lágrimas. Em minha casa é igual, e tudo volta a ser reutilizado, muitas vezes por quem, anteriormente, rejeitou a peça. Somos imprevisíveis, mas nunca irrevogáveis.

Muita saúde e felicidades, com reforço para os próximos aniversariantes que, acho eu, a vão obrigar a trincar, quem sabe, o estádio da Luz ou até do Dragão.

Tété disse...

Parabéns à prole ascendente e descendente que tenha a graça de aniversariar por estes tempos.
Muita saúde para todos os artistas dessa companhia, especial em amor e carinho.
Felicidades para todos.
Um beijinho

Um Jeito Manso disse...

Muito obrigada!

Estar de férias, rodeada por sorrisos, carinho, abracinhos, a dar colinho a bebés fofos, ter saúde, ter connosco os mais velhos que se sentem amados, estar de bem com a vida, é uma bênção que agradeço todos os dias, várias vezes por dia.

E é o que desejo aos outros.

Por isso, agradeço-vos e retribuo as palavras de estima e os votos de tudo de bom para vós e para as vossas famílias.

Um abraço!!!