sexta-feira, maio 24, 2013

Temos uma nova e animada Casa do BB VIP. Para quê ver o Big Brother na TVI? Qual a graça de ver se há ou não namoro entre a Kelly e o Pedro? De ver se o Edmundo e a Raquel se vão acertar? De espreitar para ver como vão acabar as coisas entre o Zézé Camarinha e a Fanny? Para quê se conseguimos saber com todos os pormenores o que se passa na Casa (digo, Conselho de Estado) e no Barracão (digo Conselho de Ministros)???


No post a seguir a este recordo o Portugal feliz e florido de Georges Moustaki.

Aqui, neste, mostro porque são estes tempos presentes tão diferentes do que eram naquele longínquo Abril.

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Kelly Baron, dona de um senhor bum-bum, refresca-se perante os demais habitantes  do BB VIP
- nada que se compare com o espectáculo a que se assiste na sequência do quase golpe de Estado no Conselho de Estado



A falta de qualidade que este PSD e este CDS trouxeram para a vida política nos últimos dois anos tem estado a minar os alicerces do regime. Não apenas tem destruído a confiança que os cidadãos tinham nas instituições de quem dependem – e que tinham a obrigação de ser incólumes face a todos os males – como vieram trazer um desrespeito pelas mais altas figuras de Estado que começa a ser assustador.

É sabido como a falta de respeito mina de forma fatal qualquer relacionamento, prenunciando o inexorável fim.

Já não falo do que se passa entre a população e os ministros porque esses, com a sua miserável actuação, se prestam a isso. Veja-se o conteúdo dos cartazes de todas as manifestações, vejam-se as capas dos jornais, vejam-se as redes sociais, veja-se o que toda a gente em todos os canais de televisão diz, ouça-se a população de todas as classes sociais – e perceber-se-á como, aos olhos de toda a população, o governo já não passa de um bando de zombies malfeitores que para aí anda, adiando o mais que certo fim muito pouco digno.



Cavaco Silva, Dias Loureiro, Duarte Lima
- a visão do blogue 'We have kaos in the Garden' relativamente ao Conselho de Estado


Mas falo agora do Conselho de Estado. Sendo o órgão consultivo da mais alta figura de Estado, e sendo supostamente constituído pelos sábios da Nação, haveria de ser um órgão respeitado por todos.

Não é por nada mas o Conselho de Estado deveria estar vedado a criaturas conhecidas pelo gosto pela baixa política, intriga, leva e trás, ambição provinciana. 

Mas adiante.

Tem lá gente honorável, culta, inteligente, patriótica, democrata - e esses mereceriam melhor fama do que aquela em que agora se estão a ver envolvidos.

Havia aquela coisa que se sabia - e toda a gente respeitava - de nenhum dos participantes vir cá para fora ‘bufar’ sobre o que lá se tinha passado. Isso era o garante de que, no segredo daquelas paredes, todos poderiam falar livremente, aconselhando em consciência o Presidente da República.

Acontece que este presidente da República não se dá ao respeito e acontece que este primeiro ministro tira qualquer um do sério.

E é assim que agora assistimos, perplexos, ao desfiar, com detalhe, do que lá se passou, do que um disse, do que o outro exigiu, do murro que o outro deu na mesa.

Ou seja, a bandalheira está instalada. 

Note-se que, em abstracto, não me revejo na decisão de quem, não respeitando Cavaco Silva e não se revendo naquele indigente comunicado, resolveu repor a verdade dos factos através dos jornais. Mas a questão não é essa. O que faço notar é o pântano em que colectivamente nos estamos a afundar por estarmos num barco conduzido por tão fracas figuras. Com um Presidente que se desse ao respeito, situações destas nunca aconteceriam. Mas, também, com outro Presidente, um sujeito como Passos Coelho, depois de já ter feito o que tem vindo a fazer, também já não era Primeiro-Ministro há muito tempo.

Cavaco Silva e Passos Coelho são uma dupla na qual os Portugueses já não se revêem nem com molho de tomate. Toda a gente está a atingir um ponto de saturação que não sei no que isto pode dar. Deveriam ter o discernimento de sair pelo seu próprio pé. Não o tendo, assiste-se à mais absoluta degradação da vida política.



Cátia e Fanny, as convidadas do BB VIP
Muito menos interessantes do que os comentadores Marques Mendes e  Prof. Marcelo
ou do que o  putativo candidato autárquico Luís Filipe Menezes -
digo: conselheiros de estado


Face a isto, o que são as pequenas peripécias do Big Brother dos VIPs? 

Onde há intriga, vinganças, traições, ciúmes, raivas, a sério, é no Palácio de Belém e, já agora, também no Conselho de Ministros. 

Aliás até pergunto: uma vez que se sabe de tudo o que lá se passa, porque não instalar câmaras e microfones e transmitir na televisão?

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Se quiserem respirar um pouco do sonho de Abril na voz de um amigo de Portugal, é seguirem até ao post seguinte.

1 comentário:

Maria Eduardo disse...

Olá UJM,
Concordo consigo, era melhor instalarem câmaras e microfones sempre que há Conselho de Estado e que fosse transmitido pela televisão, pois assim ficávamos todos a saber, ao vivo, o que lá se passa e acabava-se com a bandalheira.:)e quem sabe, o povo também podia opinar, em simultâneo?!
Um beijinho