quarta-feira, maio 22, 2013

Constança Cunha e Sá na TVI 24 diz, 'abismada', que 'não faz sentido que Gaspar vá à Alemanha exibir a sua triste figura' e recomenda que 'Portugal deixe de prestar vassalagem ao ministro das finanças alemão, Schauble'. Nem mais. Mas o gaspar-não-acerta-uma lá sabe o que anda a fazer...



Abaixo há mais dois posts no mesmo comprimento de onda. Um sobre o Poiares Verdinho e outro sobre o Rato Verdinho (de quem os bancos devem fazer gato sapato - mas isto sou eu a especular, é claro. Mas vocês vejam e tirem as vossas conclusões).

Aqui, agora, a conversa é sobre outro, um que de Verdinho não tem nada.



O Gaspar-não-acerta-uma e o chefe


Só soube da notícia pela Constança Cunha e Sá, só a essa hora é que consigo ver as notícias. Estava indignada, ela, (e bem vestida, bem maquilhada como sempre), com aquela verve que até a faz borbulhar. Antes via-a ir aos arames com Sócrates. Agora, com estes, só não a vejo partir para a violência física porque eles, prudentemente, nem se aproximam dela. E mereciam todas as que ela lhes desse.

Disse ela que esta atitude do ministro das Finanças levanta desconfianças em relação ao Governo.

«Quais são as informações que este Governo presta, no fundo, aos parceiros internacionais ou à troika, neste caso ao ministro alemão? Vítor Gaspar vai lá para dizer o quê? Para dizer que isto está a correr lindamente, que isto é um caso de sucesso?», questionou.

«Eu penso que isto é lamentável. Revela, por um lado, uma subserviência enorme do ministro das Finanças, do Governo português, perante o governo alemão. Porque não é ao Governo alemão, nem muito menos ao ministro das Finanças alemão, que compete avaliar ou deixar de avaliar o problema de ajustamento português», afirmou Constança Cunha e Sá, no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».


Fui procurar e confirmei: o ministro das Finanças português vai discutir com o seu homólogo alemão a aplicação do programa de ajustamento nacional na próxima quarta-feira, em Berlim, durante um encontro bilateral.


De acordo com a Lusa, que cita fonte oficial do Ministério das Finanças, a reunião entre Vítor Gaspar e Wolfgang Schauble está marcada para o meio-dia, devendo suceder-se um almoço e uma conferência de imprensa às 13:40, hora de Berlim.



E o que acho eu disto? Acho que isto é o carnaval do costume, um faz de conta que já chateia - mas, no fundo e sobretudo, também acho que é uma vassalagem humilhante.

Entre chegar e não chegar, ter uma reunião e almoçar, a coisa nem chega a duas horas. Ou seja, não é em duas horas que se trata de coisa nenhuma, ainda por cima com almoço pelo meio. O que ele lá vai fazer, tem razão a Constança, é picar o ponto, mostrar serviço, dizer que 'está tudo bem, um ou outro irrelevante dano colateral, nada de mais, uns velhinhos a estrebucharem, um ou outro ministro a fazer fitas mas já é costume, nada de mais'. Ou seja, vai mostrar-se à altura do lugarzinho que o tiozinho, o coronel, o Schauble, lhe há-de arranjar. No BCE, na Comissão Europeia, por aí, nesses sítios onde vão parar os incompetentes de alto gabarito.

Ainda agora, enquanto escrevo, vejo o cherne Durão, num inglês pestilento, perorando contra a evasão fiscal. Depois de lá estar há não sei quantos anos e de nada ter feito, gosta de fazer de conta que aterrou ali por acaso e fingir-se de indignado, como se não tivesse responsabilidade nenhuma sobre o lindo estado a que a Europa chegou.

Mas, voltando ao Gaspar: é nitidamente um ministro com uma agenda própria, num governo em roda livre. Vai vender o País à Alemanha. Imagino-o a dizer: Venham, já podem ir: os ordenados já estão baixos, já é fácil e barato despedir, a malta já está anestesiada, estão como os touros cujos joelhos tremem e fraquejam enquanto olham, indefesos, sem reacção, o ferro que os vai matar.

Enquanto isso, a Alemanha também diz que aceita jovens portugueses. Pudera. Portugal investiu neles, formou-os e, quando deveria poder rentabilizar o investimento e dar-lhes emprego, escorraça-os. Vão fazer descontos para o Estado alemão deixando o estado português cada vez mais depauperado.

Isto é de pôr qualquer um doente. Se calhar por isso é que estou como estou.

Razão tem Manuela Ferreira Leite (ouvi-a também agora): assim não vamos a lado nenhum e não nos vamos aguentar sozinhos. Ou alguém nos deita a mão, chamem-lhe um novo resgate ou outra coisa qualquer -  ou o País vai ao fundo.

É que até o pai de Passos Coelho já lhe diz para ele se ir embora. Porque é que ele não dá ouvidos ao pai, senhores?!



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Bom, já agora, não se fiquem por aqui. Como disse, abaixo há notícias sobre o Poiares que também até dó e, a seguir, uma visão assustadora que envolve o Moreira Rato, logo seguida do seu percurso profissional que justifica o que se vê.


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E, como se não bastasse, ainda vos convido a virem comigo até ao meu Ginjal e Lisboa. Hoje, pela mão de Armando Silva Carvalho, sou levada a um desfecho meio tétrico. Isto deve ser da gripe com que estou. Mas, a seguir, para animar, há, de novo, a maravilhosa música do Mali.

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E agora vou tomar o meu ben-u-ron e beber o meu chá quente para ver se me aguento. Não vou rever o que escrevi que já mal consigo abrir os olhos, de tal forma estou congestionada.

Desejo-vos uma bela quarta feira. Vem aí outra vez o calorzinho. Que bom.

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande Constança! Sou grande “fâ” da Senhora! Zurze neles, naquelas cabeçorras e com toda a razão. De facto, a atitude do Sr. Gaspar é inaceitável. E o curioso é que a imprensa já acha a coisa como normal. Irmos lá prestar vassalagem aquela figura e ninguém contestar, à parte a Constança Cunha e Sá. Uma voz que brada no deserto, mas que brade, para alguém a ouvir!
Essa da conversa do pai e do filho é conversa encomendada para termos pena do sacana e compreendermos o que o biltre anda a fazer, destruindo o país, economica e socialmente.
E, um dia, veremos o incompetente e mau Gaspar como Comissário. E pergunta-se: como é que esta gente, naqueles lugares, sem competência e sem, sobretudo, sensibilidade social, pode fazer um bom trabalho, pode compreender uma crise, pode ajudar a resolvê-la, com ideias e soluções a condizer? Não pode! A Comissão Europeia é hoje uma entidade putrefacta.
Vou passar pelo seu Ginjal para arejar a minha cabeça, que é outro bom Blogue, que nos acalma a alma desta agressividade a que nos sujeita a equipa Passos/Gaspar.
Tenha um bom dia, com sol!
P.Rufino