domingo, abril 14, 2013

Da ausência do 'Senhor Doutor Paulo Portas' (como Passos Coelho se referiu a ele) na tomada de posse dos novos ministros e outros inconsequentes arrufos, ao Gaspar que já é chamado pelos irlandeses o' Ministro das Finanças da Troika', passando pelo new look de Miguel Relvas, de gel no cabelo, na dita tomada de posse à qual Paulo Portas se baldou.




Paulo Portas - um homem preso no seu próprio labirinto

1. Uma dúvida sobre o papel de Paulo Portas no meio desta rebaldaria


Há uma dúvida que tenho. Paulo Portas não tinha ficado responsável por desarrincar cortes na despesa pública que somassem o tal número cabalístico dos 4.000.000 milhões? A reforma do Estado não lhe tinha sido depositada nas mãos? Pergunto.

Agora o inteligente Passos Coelho enviou uma carta à toika (assim se gere um país: o primeiro ministro define as grandes medidas de actuação, correspondendo-se com os funcionários da troika). Nessa carta parece que diz que já tem umas luzes: que pode sacar mais algum dinheirito aos desempregados e doentes, pode passar a definitivos os cortes temporários nos ordenados dos funcionários públicos e outras tantas coisas. Isso fazia parte do trabalho de Paulo Portas? Pergunto.

Se sim, porque é que isso não é dito claramente?

Se não, o que é que aconteceu? Nesse caso, das duas uma: ou o putativo Pasteleiro de Massamá se marimbou para o trabalho de Paulo Portas ou Paulo Portas se marimbou para a incumbência de Passos Coelho. Qual das opções é a verdadeira? Pergunto.

O que é que está a acontecer neste diabo de governação, que ninguém percebe nada do que anda a ser feito, ou de quem é que manda, se é o Passos ou o Gaspar ou ninguém (esta última hipótese não deve ser descartada: há organizações em que a liderança é tão fraca e os intervenientes tão medíocres que ninguém manda coisa nenhuma)? Que raio de palhaçada se está a passar? Pergunto.



Vítor Gaspar e o seu subordinado Passos Coelho:
Envergonhados? A dormir? A ver se passam despercebidos?

***

2. O triste papel a que Paulo Portas e o CDS se estão a prestar


Quanto às bocas do Pires de Lima dizendo que quer uma remodelação como deve ser, ou quanto às boquinhas sobre se Paulo Portas tinha ou não razões fundamentadas para se baldar à tomada de posse, só tenho a dizer uma coisa: outra palhaçada.



Vítor Gaspar a vender a sua banha da cobra
perante a passividade do  sujeito que se faz passar por Primeiro-Minsitro


Os meninos do CDS podem fazer fitas todos os dias que o resultado é o mesmo: Passos Coelho continua a fazer o que o Gaspar quer e o Gaspar não faz ideia do que faz, é um nabo, um incompetente que não acerta uma, um sujeito que arruina o país sem perceber o que anda a fazer (ou fazendo-o deliberadamente, o que também não abonaria a seu favor)- e o Paulo Portas faz parte disto. 

Se este governo continua a desmantelar o país e a desgraçar a vida dos portugueses, a ele, Paulo Portas, líder do CDS, também o devemos. Pode fingir-se muito agastado mas a verdade é que continua a ser conivente com tudo isto.

Patriotismo, Paulo Portas?! Não brinque com os portugueses. Poupe-nos.

Ou não é patriotismo? É medo?

Nestas coisas, quando se tem medo do que aí vem, o exercício a fazer é este: o que é o pior que nos pode acontecer?

Não sabe?

Eu digo-lhe. Step by step

Ia ter com a bela adormecida de Belém e dizia-lhe que já tinha dado demais para este peditório.

A bela adormecida tinha que se mexer. E das três uma: ou convocava eleições ou convidava umas pessoas para um governo de salvação nacional ou arranjava maneira de se fazer um governo oriundo da actual maioria mais PS. Ou outra coisa qualquer - porque qualquer coisa é melhor do que continuarmos nas mãos de gente doida.

A Europa e os investidores (os sacrossantos mercados)  ficavam muito arreliados?

Claro que não.

O que quer que saísse de uma ruptura seria melhor do que este governo de totós e daria certamente mais garantias do que os actuais.

Os credores e a UE, o BCE e arredores os que esperam é que isto continue a rodar para que a desgraça não seja demasiado aparatosa - e todos sabem que, com estes incompetentes, o desastre é certo.

Por isso, não tenha medo. Avance. Ou então, cale-se para sempre.

***


Vítor Gaspar: venha o diabo e escolha
Ou Psicopata Social como há muito alguns o chamavam e agora também Carlos Vargas o chama nas redes sociais
ou Ministro das Finanças da  Troika como na televisão irlandesa lhe chamaram


3. O ridículo internacional a que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas estão a sujeitar os portugueses


A nível internacional a imagem dos portugueses é a de palermas masoquistas. Ou, então, é a de uma nação refém de um gang de malfeitores ridículos.

Por um lado, Paul Krugman (Prémio Nobel, não nos esqueçamos!) escreve, alto e bom som, no seu blogue The Conscience of a Liberal: Just say nao aconselhando os portugueses a não aceitarem mais austeridade.

Por outro, temos já os media a gozarem com o Gaspar chamando-lhe o Ministro das Finanças da Troika. Aconteceu na televisão irlandesa quando comentavam a inusitada reacção de Vítor Gaspar que, em vez de se agarrar com unhas e dentes, desvalorizou o mea culpa de Ashoka Mody, o ex-responsável do FMI que assumiu que a receita da troika estava errada. 

***


Miguel Relvas, gel no cabelo, risinho matreiro, enquanto Passos Coelho lhe dá música


4. Miguel Relvas: o verdadeiro artista


Falar de Miguel Relvas é falar de fait-divers. Mas, para aligeirar a conversa, vou falar. Pois não é que quando o dão como arrumado, lá aparece ele de novo, ao lado dos ministros, na tomada de posse do Maduro e do Marques Guedes, todo na boa, armado em pintas, new look, gel no cabelo, risinho de quem a sabe toda?

Sabe-a toda... ou melhor: sabe muito. Ou melhor: tem muitos amigos. Ou melhor: Passos Coelho que se cuide. 


*

A ver se ainda cá consigo voltar hoje.

3 comentários:

Maria Eduardo disse...

Olá UJM,
Mas que trapalhadas são estas Meu Deus? Não saímos desta sem haver algum rombo algures, não sei onde!
Subscrevo tudo o que diz.
Como já são quase duas da noite, deixo-lhe um beijinho e desejo-lhe uma noite repousada!...
Os episódios políticos são diários, a toda a hora... e é preciso descansar, para guentar!

Maria Eduardo disse...

Olá UJM,
Queria dizer: "aguentar"... falhou o "a", isto passou-se às duas da manhã, e o "a" achou que já eram horas de dormir e não quis aparecer :))
Um beijinho

Anónimo disse...

Portas não esteve presente naquela tomada de posse porque não quis. Portas está como sempre esteve neste governo, desde que para ele entrou, sem nele acreditar, mas queria estar lá. Com um pé dentro e outro fora. Uma atitude estranha, to say the least. Mas típica de Portas. Portas nunca foi nem nunca será um parceiro de coligação fiável e leal, pois põe – sempre – o CDS e a ele próprio, enquanto seu líder, em primeiro lugar. Para nunca se chamuscar demasiado se a coisa correr mal. É uma postura lamentável, mas ele sempre assim foi. Quem com ele se coliga já deveria saber isso. Agora, pode suceder que Passos, que claramente já está farto de Portas e das suas atitudes, se decida a retirar-lhe a pasta dos Negócios Estrangeiros, que evita grandes desgastes a Portas e o ponha no tal ministério de Estado e da Economia. Seria brilhante. Portas ficava agarrado a este governo e a ter de mostrar trabalho, o que até agora não sucede. Quanto aos tais 4 mil milhões (que até existem, encontrando-se nos off-shore, como muito bem lembrou recentemente Ana Gomes, o que é do conhecimento do incompetente e psicopata do Gaspar, que até autoriza que a CGD ali coloque uns tantos milhões de euros!!), Portas, quer-me cá parecer, nunca fez nada e agora também já não precisa, pois com o chumbo do TC ter-se-á que encontar já não 4 mil, mas mais uns tantos milhões. Uma trapalhada que Portas não tem envergadura para resolver. Nem o Gaspar, nem o Passos. Nunguém da coligação. Só talvez fora dela. Gostei de ouvir o que os irlandeses pensam do psicopata Gaspar. Nem mais. Em cheio! Ouvi também hoje, na rádio, uma violentíssima crítica de José Luís Arnaut a José Pedro Aguiar Branco, o Ministro da Defesa. Mais um da parte do PSD a criticar esta rapaziada. O governo tem cada vez menos crédito. Se tivesse que passar pela mesma universidade onde o Relvas se “formou”, não conseguiria uma licenciatura...por falta dos tais créditos. Se em Belém estivesse outra pessoa, era remodelar tudo, a começar pelo PM e a acabar com Gaspar e Portas.
Isto começa a ficar muito bizarro. Com as consequências nefastas que bem sabemos para o país!
P.Rufino