terça-feira, fevereiro 26, 2013

E com os Óscares ainda frescos, os prémios para os piores comentadores, cronistas, jornalistas e paineleiros da comunicação social portuguesa vão para... Camilo Lourenço, Henrique Raposo, José Gomes Ferreira, Marques mendes, Francisco Assis, Teresa Caeiro e, numa categoria secundária, José Miguel Tavares. E, para não darem a visita por perdida, uma coisa que vale muito a pena: Gabriela Montero, A Divina, improvisa sobre as Variações Goldberg de Bach


Hoje já é praticamente consensual que a receita do Governo Passos Coelho é desastrosa, tão errada, tão errada, tão estupidamente errada, que ou se lhe põe cobro urgentemente ou não restará pedra sobre pedra e nem tão cedo o país se conseguirá reerguer.

Mas há ano e picos uma parte significativa da população ainda andava entretida a diabolizar Sócrates, a auto-flagelar-se por ter comido mais bifes do que devia e a incensar estes ignorantes que nos (des)governam. Ora, em grande parte, atribuo isto, muito claramente, à má qualidade de uma parte da comunicação social que contrata como fazedores de opinião gente que, querendo opinar, se deveria restringir à casa dos pais, das tias velhas e de amigos embriagados.

Como não costumo dizer coisas etéreas (excepto quando me dá para escritas voadoras - e, sobre isso, veja-se o que se passa comigo no meu espaço zen, o Ginjal e Lisboa), passo de seguida a chamar os bois pelos nomes (sem ofensa para os bois nem para os seguidamente citados).

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Há, pois, como dizia, criaturas enervantes. Tendem a colar-se ao poder, tendem a dizer banalidades travestidas de verdades científicas, gostam de se armar em enfants terribles. De facto, o que acontece é que falam com a mesma convicção do que sabem e do que não sabem, são inconsistentes, gostam de se armar em engraçadinhos e sabichões, mudam de opinião mais depressa do que mudam de cuecas e sempre com a ligeireza de quem, não sabendo do que fala, nem se apercebe que está a entrar em contradição consigo próprio.

Não é que mudar de opinião ou calibrá-a seja uma falta grave. Só os burros é que não mudam de opinião e, ao falar de burros, não me refiro aos de 4 patas.

Mas uma coisa é, face a dados novos, reformular um raciocínio e outra, bem diferente é, face aos mesmos dados, apenas porque a opinião pública muda, fazer de conta que no pasa nada e, todos lampeiros, aparecerem a cavalgar a onda como se continuassem a destilar sapiência. E dá a ideia que nem se apercebem que, ao defenderem o contrário do que antes defendiam, estão automaticamente a assumir que antes estavam errados. Mas, claro, a memória colectiva é curta e já ninguém se lembra disso, nem eles próprios.

Mas talvez ainda mais enervante do que essas criaturas é quem as contrata. É que, ao serem contratados, esses seres tornam-se profissionais da opinião quando a inteligência, a prudência e o bom senso aconselhariam a que fossem mantidos longe de microfones, jornais ou revistas. E é vê-los por aí, papagaios sempre de serviço, dizendo uma coisa e o seu contrário, com a ligeireza própria dos ignorantes de curta consciência, poluindo e manipulando a opinião pública, 

Exemplos?

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Um dos que mais me incomoda: Camilo Lourenço. 


Camilo Lourenço,  o mestre da insustentável leviandade do ser


Quando vai à televisão e, no meio de cada frase, enxerta o nome de quem o entrevista para se dar ar de íntimo, fico logo com alergia. E depois a alergia vai-se agravando à medida que as banalidades, as imprecisões, os alhos misturados com bugalhos disfarçados de erudição económica, a falta de seriedade, a arrogância pacóvia, sei lá que mais de intragável, tudo vai sendo desfiado com se se tratasse de doutos pareceres. Nunca consigo vê-lo até ao fim, incomoda-me.

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De outra criaturinha enervante já aqui falei algumas vezes: Henrique Raposo. 


Henrique Raposo: haverá alguém que ache graça às graçolas deste rapazola?


Deve achar que ser inconveniente o torna engraçado. É desrespeitador, é superficial, arma-se em criançola. Dou de caras com ele no Expresso e geralmente só os títulos já me incomodam. Outras vezes espreito em diagonal apressada e só vejo disparates. Não consigo suportar.


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Outro que tende facilmente para o populismo, para a demagogia mais primária e tudo disfarçado de grande frontalidade: José Gomes Ferreira. 


José Gomes Ferreira: a demagogia na informação


Claro que às vezes acerta mas é só às vezes porque a prática corrente é cavalgar o óbvio no que o óbvio tem de mais superficial. É a capa de isenção (mas só a capa) e é a garantia de audiência por parte da opinião pública menos informada. Por vezes, ao ouvi-lo, eu achava que, naquela conversa opinativa, havia muita coisa que não batia certo. No outro dia percebi: não tem formação em economia ou em qualquer outro curso ligado a números, tem o curso de comunicação social. Estamos entendidos. Não tenho paciência para o aturar a menos que o entrevistado seja mesmo muito bom e aí tento abstrair-me dele para prestar atenção apenas ao entrevistado.


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Depois há os políticos paineleiros. Eu disse paineleiros. Com dois iis. Os que participam em painéis de debate. Ou os comentadores.

Desses, há também uns quantos que não aquecem nem arrefecem. Os que fazem de conta que são isentos ou os que gostam de dizer grandes verdades muito politicamente correctas. Destaco dois homens e uma mulher.

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Do lado do PSD, o Marques Mendes. 


Marques Mendes, o aparente mestre da inside information
- a mais recente aquisição da SIC


Não percebo bem que papel é o dele. Pretende passar-se por imparcial, dá uns aparentes pontapés nas canelas do governo, dá umas informações avant la lettre dando a entender que domina os meandros mas, de facto, bem espremidas as coisas, é um manipulador de primeira. Matreirinhos assim topo-os eu à légua.

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Do lado do PS, o Francisco Assis. 


Francisco Assis: mal penteado, mal barbeado, conversa a mais


Fala bem. É convincente na argumentação, esgrime com elegância intelectual os seus raciocínios revelando uma cultura política pouco comum. Mas não passa disso. Acho que era pessoa para estar um dia inteiro a aparar bolas, atiram-lhe uma questão e ele disserta, disserta, atiram-lhe outra e aí está ele a dissertar. Uma máquina falante. Sempre à tona de água, não dá um mergulho, não dá um salto, não se arrisca. Só conversa, conversa, conversa. Se alguém se prepara para a acção, aí está ele a avaliar os riscos e a aconselhar a prudência. Um saco. Um chato. 


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Do lado do CDS uma pessoa que foge ao que acima referi mas que também não aquece nem arrefece, uma pobre coitada com uma dificuldade tremenda em saber a quantas anda: Teresa Caeiro, a Teggy, a mais recente Senhora de Miguel Sousa Tavares. 


Teresa Caeiro, alguém que ainda não percebeu que chão há-de pisar
(mas podia  ficar de boca calada até perceber)


Sempre muito impreparada para números, com uma grande dificuldade em manter-se à tona quando a conversa deriva para aspectos económicos, patina em seco que dá dó e depois, para disfarçar, desata numa enxurrada verbal que custa ouvir, uma coisa insuportável. Percebe-se a inconsistência da sua conversa: entre a lealdade partidária e a lealdade conjugal o coração deve balançar. Por um lado, o marido deve fazer-lhe lavagens ao cérebro e, por outro, o Paulinho (ou outros por ele) devem fazer o mesmo. Resumindo: deve andar sempre com a cabeça feita em água e, por isso (digo eu), nunca diz nada que se aproveite. No entanto, uma coisa posso eu testemunhar: é menos anafada, mais elegante e bonitinha ao vivo do que através da televisão. E, não sei porquê, acho que até nem deve ser má moça - escusava era de se armar em fazedora de opinião já que ela própria não consegue formar uma opinião com pés e cabeça.

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Dos programas de debate da televisão, dos poucos que consigo ver com agrado, destaco a Quadratura do Círculo e o Eixo do Mal. Gente inteligente, acima da mediania corrente. 



José Miguel Tavares, uma criatura irritante
 e não é por transformar os r's em g's:
é porque não diz nada que se aproveite, é de uma enervante inconsistência


Também gosto do Governo Sombra que por vezes ouço no carro, outras vejo a desoras na televisão - mas daí tenho que retirar uma criatura que destoa pela fraca qualidade, um tal José Miguel Tavares que é um outro Henrique Raposo, campeões da conversa pretensamente engraçadinha e sem ponta por onde se lhe pegue, dizendo coisas que são de uma pessoa ficar perplexa com a vacuidade, a imprecisão, a inadequabilidade, a falta de rigor. Nitidamente está desenquadrado em absoluto dos colegas Carlos Vaz Marques, Ricardo Araújo Pereira e Pedro Mexia.



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É capaz de haver mais gente a precisar de um prémio destes mas agora não me apetece puxar mais pela cabeça que isto já está quilométrico. Mas, seja como for, uma coisa vos digo: com a comunicação social limpa destes fala-baratos (fala-baratos? é assim o plural de fala-barato, não é?) talvez a opinião pública não fosse tão manipulada.


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Uma sugestão

Se alguém faz questão de contratar pessoas que gostam de se ouvir e que, para opinarem, não precisam de saber sobre o que opinam, nem têm pruridos, nem sentem que precisam de rigor, nem coerência, nem consistência, ou que estão ali para levarem a água ao seu moinho, então porque não os juntam todos num mesmo programa? 

Poderiam chamar-lhe O Caos na Caldeirada e ter como paineleiros os acima referidos Camilo Lourenço, José Gomes Ferreira, Henrique Raposo, José Miguel Tavares, Marques Mendes, Francisco Assis e Teresa Caeiro. Para moderar o debate e introduzir ainda mais algum picante eu punha a Ana Gomes. Gosto dela, tem piada, mas grita de uma maneira que faz inveja à Júlia Pinheiro, sua irmã gémea. Havia de ser giro, a Ana Gomes a distribuir jogo pelos outros artistas. A distribuir jogo ou a distribuir tabefes que eu não sei se, com uma turminha destas pela frente, os seus ímpetos revolucionários de antigamente não viriam ao de cima.


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E, finalmente, o momento de introduzir alguém especial


Não gosto de só dizer mal pelo que não me sentiria bem se me despedisse agora aqui. Por isso, para introduzir aqui alguma coisa que valha a pena, deixo-vos com a extraordinária Gabriela Montero aqui improvisando em cima das Variações Goldberg de Bach. Não é à toa que a chamam de A Divina. Se, tal como eu, não puderam ir vê-la à Gulbenkian, não deixem de a ver aqui que é qualquer coisa de especial.



*

Convido-vos ainda a virem comigo. No meu Ginjal e Lisboa caço um caçador que queria caçar uma mulher disfarçada de nuvem e quem me deu a ideia foi José Gomes Ferreira, um outro José Gomes Ferreira. A música continua ainda a cargo de um grande intérprete, Rostropovich, desta vez tocando Beethoven.

*

E agora nada mais. Tenham, meus caros leitores, uma terça feira muito feliz.


17 comentários:

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Estou de acordo com a sua valoração de alguns dos debitómetros de parvoíces que nos entram pela casa fora ou que lemos nos jornais. Duas observações apenas. : embora compreenda que Francisco Assis é com frequência uma picareta falante quem se habituou a ler as sua crónicas no Público pode constatar que tem uma cultura política , social e filosófica pouco vulgar nos políticos de hoje, para já não falar na maioria dos nossos comentadores. Lamento que na sua galeria de inutilidades , não tenham figurado o vómito público que dá pelo nome de Alberto Gonçalves Sociólogo que escreve ao Domingo no DN e também na Sábado e o impagável José Manuel Fernandes , criador de intentonas e ex-director do Público, discípulo intelectual do não menos impagável Prof. Espada!

um abraço


um abraço

Pedro disse...

Esse Camilo teve a brilhante de dizer que historiadores e licenciaturas em Portugal não serviam para nada

Anónimo disse...

Olá jeitinho,
Obrigada por me ensinar e dar a conheçer o que não sei nem conheço.
Hoje a "Divina" ontem a Armandine.
Obrigada
Beijinhoa Ana

jrd disse...

Particularizando um pouco, já agora:

O Camilo veio em pequenino da selva mas ainda não percebeu que a parte interior da banana não é o caroço.

O Raposo daria um bom solista do "Lá vamos cantando e rindo, levados...", nasceu com algum atrazo, daria um bom legionário.

Ao José Gomes Ferreira deviam mudar-lhe o nome, não tem a mínima categoria para o merecer, é um ressabiado.

O Marques Mendes é um "gigante" do comentário, uma espécie de Gulliver de Queluz, mas em formato bonsai.

a Teggy foi secretária de estado de uma baiuca que se chamava "das Artes e dos Espectáculos"(?), logo, aproveitou -Esta noite a liberdade- para falar na Sic...

Mudando de registo e de personagens. Esta é enorme, genial:

http://bonstemposhein-jrd.blogspot.dk/search/label/Gabriela%20Montero

Abraço

São disse...

Posso dar o meu Óscar de mediocridade a Cavaco Silva?


Deixe-me dizer-lhe que me agradou o seu texto publicado num blogue que muito aprecio"Xaile de Seda".

Saudações

Anónimo disse...

Um belo “apanhado”! Comungo das suas apreciações. Alguns não suporto mesmo, como o tal Camilo, o Henrique Raposo, que só vim a descobrir aqui, mas depois segui-lhe o “rasto” e considero-o execrável - no mínimo (então a falar do livrinho dele na TV, só com o livro na cabeçorra!). O J.G.Ferreira, engana. É perigoso, com aquele arzinho de quem é imparcial.
Já o Pequeno Mendes e o Assis são dois artistas de primeira! Quanto ao 1º, por vezes, ainda o escuto, quando começa a zurzir nesta cambada (a fingir-se de zangado), mas, quando depois passa a afaga-los (logo após), mudo de canal, mas, por norma nunca perco tempo a ouvir o Pequeno. Nem o Assis tão pouco. A Caeiro precisava de passar um anito a viver com 400 euros e ter de comer, pagar casa, electricidade, água, transportes, etc, para ver como os tais 400 lhe mordiam. Uma menina queque, pouco sólida.
Esse outro Tavares (o José) mal reparei na figura até ao momento. Mas a pinta do bicho já diz tudo. Há um outro, o Delgado, com aquele arzinho de santo “reaça”, que também não aprecio. Aparece só ás vezes.
Vou ouvindo o MST e a Constança. E evito o sabichão do Medina. Depois temos ainda aquele tipo do PSD, o Amorim com a Ana Gomes. A Gomes arreia-lhe e bem. O Amorim dá-me vómitos. É o esponja, ou Clarim, do PSD na TV.
Do novo painel de comentadores, estou curioso com F. Louçã, cuja cabeça bem arrumada, preparada e inteligente (brilhante) gosto de ouvir. Já li dois livros dele e gostei do que li. Quanto ao J.Coelho é o do mais o menos. Não vou perder tempo a ouvi-lo, em princípio.
Oportuno o comentário de Joaquim Castilho, quanto ao Fernandes “e su mestre”, o Espada (de Belém).
E, bom, que maravilha, minha cara UJM, esta sua lembrança, a Gabriela Montero! E como gosto de Bach! Gracias!
P.Rufino

jrd disse...

O "atrazo" é para cortar e ser substituído por atraso.
:(

dbo disse...

Cara UJM,
Antes de tudo quero reportar-me ao seu “post” de 20/02/13, em que descreve com simplicidade e sageza a sua via-sacra do estudo dum nódulo mamário. Posso dizer-lhe que admirei a sua calma, coragem e, acima de tudo, atitude.
Apesar de internista, a oncologia é, há cerca de 25 anos, a minha praia da arte médica, e pode crer que tenho observado múltiplas facetas de reacções a problemas como o seu, que vão desde a impassível inflexibilidade, até à gritaria paranóide (compreensível, muitas das vezes). Quando fazemos semanalmente a consulta de grupo, fase decisória da terapêutica futura dum doente oncológico, vemos na maioria do fácies, mesmo dos acompanhantes, um autêntico espelho de MEDO. Faz-me por vezes recordar o “Grito”de Edvard Munch, na sua versão mais “soft”. Todavia o que me satisfaz é que a maior parte dos casos são melhores que o expectável, e não faltam os finais felizes, na sua grande maioria, a destoarem de alguns casos mais tristes.
Felizmente a UJM teve um final feliz, mas, como disse, e bem, deverá manter-se vigilância.

Posteriormente adorei ouvi-la falar de si, numa mulher que não sendo abstracta, permanece na margem ignota dos que a lêem e lhe escrevem. Claro que uma forte exposição poderá ser nefasta e, escondida na penumbra dum cendal, deixará as pessoas mais presas à curiosidade e até admiração. Mas descreve-se faseadamente e bem. Para bons entendedores fica a imagem que cada um tecerá em torno das suas descrições e gostos, pelo que tem razão quando escreve que todos ficaram já “um pouco mais elucidados”. Eu fiquei…

No que concerne aos “paineleiros” que analisou, quase diria que temos aversões (não propriamente ódios) de estimação muito similares, podendo, certamente, variar apenas na intensidade. Desde o pequenote imitador de Marcelo Rebelo de Sousa, até ao “mestre da insustentável leviandade do ser”, algo deles me irrita na forma e na essência. Há determinadas pessoas que se colocam em pedestais de gelo, e não se apercebem que, na eufórica via “troikana”, estamos em fase de degelo. Escorregam, mas agarram-se a falsas estrelas que os sobrevoam. Quando caem, acham sempre que foram empurrados por invejosos, mas desconhecem que as leis da inveja foram, por eles, elaboradas. Razão para dizer que vivem num quotidiano suicidário.

E, por hoje basta, já que termino a minha urgência obrigatória e vou-me para um sueto, desejando-lhe como habitualmente, muita saúde.

manuela barroso disse...

Não sei se o anterior comentário ficou. Para não me repetir
quero uma vez mais manifestar a minha admiração pelos seus blogs.
Bji

Um Jeito Manso disse...

Olá Joaquim,

Depois de ter lido o seu comentário, e porque concordo, fui acrescentar mais umas palavras ao que tinha escrito sobre o Francisco Assis. Acho-o inteligente, sim, e culto, muito mais do que a maioria que por ali pupula. Por isso é justo que ao juntá-lo aqui, faça a devida demarcação. Mas, sabe?. acho-o muito politicamente correcto, muito cauteloso, acho que enreda as pessoas que o ouvem com tanta argumentação tão certinha, tão bem comportadinha. Se calhar sou eu que ando com vontade de ver gente a dar um valente murro na mesa e parece que só vejo palavreado.

Quanto ao Alberto Gonçalves, não conheço, e no que se refere ao José Manuel Fernandes estou quase proibida de o ver. Mal ele aparece o meu marido faz logo zapping e decreta, 'Este gajo é que não!!!!'.

Quanto ao Prof. Espada já nem me lembrava da figura mas é, neste contexto, muito bem lembrada.

Um abraço, Joaquim!

Um Jeito Manso disse...

Olá Pedro,

Não o ouvi a dizer isso mas não me espanta nada. Naquela cabecinha vê-se bem que não cabe muita coisa.

E percebo que ele não veja interesse nenhum em cursos de história. Para que servem? Para que serve saber-se de história? Aliás, para que serve saber-se ler e escrever?

Pense lá você bem: então não vê o extraordinário relvas que não sabe cantar mas canta, que não sabe falar e fala, que não sabe nada de coisa nenhuma e é ministro?

Então para quê gastar-se dinheiro com educação?

Ora, ora... Vamos mas é todos comer carne de cavalo e deixar de mandar as crianças à escola e deixar morrer os velhos. Sim, afinal para que é que servem os velhos? O Camilo ainda não disse isto...? Se não disse é porque ainda não lhe deram corda para o dizer porque ele lá haverá de chegar.

Um abraço, Pedro!

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana!

Muito obrigada. Quando não me dá para desancar nesta gentinha que para aí anda a (des) governar-nos, gosto de falar de pessoas que se elevam acima da mediocridade e que nos encantam com as suas vidas ou as suas obras.

(Como os maravilhosos bailarinos que me enviou e que muito lhe agradeço. A ver se aqui os coloco um dia destes.)

Obrigada Ana. beijinhos!

Um Jeito Manso disse...

Olá jrd,

Começo pelo fim, ou melhor, pelo que escreveu no 2º comentário. Eu reparei no z mas pensei que era como eu, que escrevia como lhe apetecia, sem cuidar de obedecer ao AO, ao ex-AO ou ao ex-ex-AO. Ou que fosse uma troca de letras. Eu estou sempre à espera que alguém me diga que troquei as mãos ao escrever qualquer coisa. Escrevo à pressa e, como escrevo muito, muitas vezes, quando acabo, não tenho paciência para rever. Acho que quem escreve nestes meios sabe que trocas de letras, erros, gralhas, etc, é coisa que acontece a qualquer um.

De resto já me fartei de rir com o seu comentário e o que achei mais delicioso foi ter dito que o outro devia mudar de nome. É isso. É nome que não lhe assenta bem.

E lá fui atrás do link. Há muito tempo que a conhecia, então? Eu não. E é maravilhosa, é uma coisa do além, não é? Como é possível uma coisa assim? Vou ter que fazer uma semana no Ginjal com a Gabriela Montero, é, sem dúvida, uma fabulosa intérprete (e improvisadora).

Um abraço e espero que ande nas nuvens por aí!

Um Jeito Manso disse...

Olá São,

Em primeiro lugar quero agradecer a sua visita e manifestar a minha alegria por ter vindo pela mão da Olinda, uma pessoa muito querida.

Em segundo, acho que dar o Óscar da mediocridade à bela adormecida que vive retirada no Palácio de Belém é uma boa escolha. Aplaudo de pé.

E, por fim, quero dizer que espero voltar a vê-la por cá. Será sempre muito bem vinda.

Um abraço!

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

Também já me fez rir com as suas observações sobre estes paineleiros que invadem o sossego dos nossos lares.

O Luís Delgado é outro, tal como acima referi ao falar do José Manuel Fernandes, que faz o meu marido mudar logo de canal, 'estes gajos é que não!!!!' e, sem apelo nem agravo, muda de canal.

E lembrou-se de um que eu devia ter incluido aqui: o insuportável Deputado Amorim. Um fala-barato encartado, um papagaio anafado que repete o que ouve os outros dizerem sem perceber nada do que está a falar, é a autêntica voz do dono. A Ana Gomes até se passa com ele...!

Também estou com curiosidade no Louçã. É um fulano que sabe do que fala e que tem as ideias muito bem arrumadas. Expõe com clareza. Também tenho aqui um livro dele mas ainda não li.

Quanto à Gabriela Montero fico contente que tenha gostado: é uma virtuosa criativa, exuberante na alegria do improviso, não é? Fascinante.

E tenha um belo dia, P. Rufino!

Um Jeito Manso disse...

Olá dbo,

Lembrei-me muito de si naqueles dias. Pensei que, para si, já não deveria ser novidade nenhuma lidar com estas situações. O meu marido e os meus filhos ficaram arreliados com o médico que fez a ecografia por ele me ter feito aquelas perguntas sobre se havia antecedentes de cancro, se a profissão era de stress porque o stress propicia o cancro, etc. Mas eu percebo que o tivesse feito pois, se ele achava que o nódulo era suspeito, não ia mandar-me fazer a biopsia sem ter sequer contextualizado o pedido. Além disso, se nestas circunstâncias a pessoa fica aflita com o seu destino, temos que perceber que, para os médicos, lidar com a doença é o seu dia a dia.

Lidei com a situação assim como descrevi e foi um alívio quando soube o resultado. Agora só me apetece 'laurear', ir ao cinema, ir comer a bons restaurantes, passear. Parece que me saíu a sorte grande. Mas, na maior parte do tempo, já não me lembro, parece que foi um susto que aconteceu já há mais tempo. Sou muito primária...

Quanto ao meu 'retrato', como o escrevi numa sexta feira à noite, só hoje e por insist~encia minha é que o meu marido o leu. Estava curiosa com a opinião dele. Hoje perguntei-lhe se ele achava que estava fiel e ele disse que era capaz de estar. Ou seja: se ele não apontou lapsos ou omissões ou incorrecções é porque não deve andar longe da realidade. No entanto, só aquelas palavras dão para me conhecer? Eu acho que não. acho que, apesar de tudo, me mantive coberta por um cendal (... o que eu gosto desta palavra...).

Para terminar: acho que tem toda a razão, o degelo já começa a ser notório e no sábado lá estarei na rua porque acho que é na rua que temos que mostrar quem é que manda. As estátuas de gelo que se instalaram nos gabinetes dos ministérios e que invadiram algumas bancadas do Parlamento são de tão fraca qualidade que temos que ajudar a que mais rapidamente se derretam.

E para terminar: lá aprendi hoje mais uma palavra consigo. Já fui ver ao dicionário. Sueto. Bela palavra. Faz-me lembrar Aquilino Ribeiro. Eu, para o ler, tinha que estar com o dicionário ao pé. O que eu adorava aquela descoberta de uma inesgotável e bela língua portuguesa. Muito obrigada.

E, uma vez mais também: muita saúde e muita felicidade para si e para os seus!



Um Jeito Manso disse...

Olá Manuela Barroso,

O comentário que entrou foi no Ginjal, aqui não. E, por ser a primeira vez que a tenho por cá, quero dar-lhe as boas vindas. Muito obrigada pela visita e pelas palavras.

E volte sempre que será sempre muito bem vinda!