O meu post de ontem suscitou reacções engraçadas. O meu marido, quando lhe perguntei se tinha lido, coisa que pergunto sempre, respondeu-me 'Fizeste o teu mea culpa' e mais não lhe arranquei. É de poucas palavras.
Depois, ao fim da tarde, fui a cada da minha filha. Depois dos beijinhos e abraços, puxou por mim, 'Vem, anda ver, quero que vejas os meus saldos. Uns vestidinhos... Julgas que és só tu...? Andas para aí a gabar-te...'. E lá me levou a ver vestidinhos, casaquinhos, blusinhas, uma saia linda.
O meu filho, como de costume, não se pronunciou.
E os comentários que recebi aqui no blogue, de homens e mulheres, lá estão e falam por si.
A propósito destas reacções lembrei-me de uma conferência de Tom Peters a que assisti há algum tempo. Dizia ele que o futuro passa pelas mulheres.
Nessa conferência ele relatava o seguinte teste. Num grande centro comercial, dava-se a um conjunto de mulheres e a um conjunto de homens a mesma indicação: deveriam comprar um par de calças. Dava-se-lhes dinheiro que era mais do que as calças custavam e diziam que gastassem o que quisessem e referia-se, ainda, uma certa loja onde existiam boas calças. Não havia limite de tempo.
Depois as câmaras filmavam os homens e as mulheres e, no final, desenhavam o percurso de uns e outros.
Todos os homens procuravam o mapa do centro comercial ou, de qualquer outra forma, tentavam descobrir onde era a loja referida, dirigiam-se directamente para lá, compravam as calças e, sem mais, voltavam ao ponto de partida. Missão cumprida.
As mulheres eram 'um filme'. Partiam à descoberta do centro comercial, olhavam todas as montras, entravam em várias lojas mesmo nas que vendiam coisas que não tinham nada a ver com calças, provavam de tudo um pouco, compraravam umas calças, não necessariamente na loja referida, geralmente mais baratas do que as da dita loja e, ao fim de imenso tempo, regressavam felizes da vida.
Isto é mau? Não necessariamente. Isto é o que faz mexer a economia: a curiosidade, a vontade de experimentar. É isto que conduz à necessidade de inovar, de bem apresentar, de bem servir, de ter bons preços.
Por isso a publicidade se dirige quase todas às mulheres, por isso se começam a preferir as mulheres em alguns lugares chave.
E só os míopes ou os medrosos é que ainda não perceberam que, de facto, Women rule! Ou, se o não fazem, deviam.
Para os que quiserem ver uma apresentação dele, deixo-vos aqui o link para uma (ao clicarem far-se-á o download que, depois, podem abrir e/ou guardar). Não foi esta a que assisti, mas tem alguns slides que reflectem o que ele diz sobre as mulheres.
Caso não tenham paciência de ver a dita apresentação (até porque ela é longuíssima e tem pontos que não têm que ver com este aspecto) transcrevo alguns pontos.
“TAKE THIS QUICK QUIZ:
- Who manages more things at once?
- Who puts more effort into their appearance?
- Who usually takes care of the details?
- Who finds it easier to meet new people?
- Who asks more questions in a conversation?
- Who is a better listener?
- Who has more interest in communication skills?
- Who is more inclined to get involved?
- Who encourages harmony and agreement?
- Who has better intuition?
- Who works with a longer ‘to do’ list?
- Who enjoys a recap to the day’s events?
- Who is better at keeping in touch with others?”
Source: Selling Is a Woman’s Game: 15 Powerful Reasons Why Women Can Outsell Men, Nicki Joy & Susan Kane-Benson
- “Men seem like loose cannons.
- Men always move faster through a store’s aisles.
- Men spend less time looking.
- They usually don’t like asking where things are.
- You’ll see a man move impatiently through a store to the section he wants, pick something up, and then, almost abruptly he’s ready to buy.
- For a man, ignoring the price tag is almost a sign of virility.
” Paco Underhill, Why We Buy
- “Women enjoy going through the actual process of everything, while guys like to get straight to the point.
” Source: The Charleston [WV] Gazette
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As imagens devem mexer. Se estão sossegadas, por favor mexa no rato ou desloque o cursor.
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A ver se ainda volto aqui hoje.
10 comentários:
Olá UJM,
Está-se mesmo a ver quem faz mexer a economia no mundo...Só podíamos ser nós, as Mulheres, as eternas criadoras, inovadoras, curiosas e amantes da beleza (e muitas coisas mais). Somos nós que damos trabalho às grandes empresas de moda, estilistas, fábricas de têxteis, de cosmética, adornos e acessórios diversos de moda, calçado, ourivesaria, etc, etc, sem contar com os materiais para adornar as nossas casas... Enfim, as mulheres deviam de ser bem recompensadas, e com descontos especiais pois elas são o Motor de arranque da economia. Concordo plenamente consigo...e vamos às compras, vamos consumir para ver se este País se mexe, e se arranca de vez!!!!
Há muitos anos, numa das empresas onde trabalhei, adquirimos um curso completo do Tom Peters, em cassetes, sobre economia, penso que andava à volta deste tema, já não me recordo bem mas acho que ainda faz parte das minhas recordações físicas...
Vamos todas às compras até esgotar as prateleiras das lojas...somos guerreiras e vamos à luta!
Um beijinho grande e gostei muito deste post.
P .S.
Faço aqui um apelo a todos os Leitores/Amigos de UJM para não deixarem de votar no Ginjal e Lisboa, na categoria Literatura. Agora ainda é mais simples, as votações da 2ª fase estão a decorrer desde o dia 21 e terminam no dia 26, até às 23.59.59h.
Já votei hoje, era precisamente meia noite e 6 minutos.
VOTEM BEM.... O MEU VOTO E O SEU PODEM FAZER A DIFERENÇA!....
OBRIGADA
maria eduardo
Olá maria Eduardo,
Estou perdida de sono, acabei agora de escrever o meu último post, estou mesmo cansada. Mas não queria deixar de lembrar algumas coisas mais em que a opinião da mulher é a que, geralmente, tem preponderância no processo de decisão:
Na escolha do carro
Na escolha da casa (quando se compra ou aluga)
No escolha do destino de férias
Na escolha do restaurante
etc, etc
Por isso, quase todos os anúncios têm uma mulher ou são dirigidos aos interesses das mulheres. Só tenho pena que as mulheres, tantas vezes, não tenham consciência do seu valor e do seu poder.
Somos guerreiras, sim. Temos que ir à luta em vez de ficarmos a carpir. 'Eles' que nos aguardem...
E agora vou mesmo já desligar o computador... Um beijinho e, de novo, muito obrigada. E já sabe, quando eu me candidatar a primeira-ministra quero-a como minha directora de campanha...!
É evidente que o poste é longo mas, talvez por isso,não hesitei em relê-lo. Aliás seria bom que o telejornais de logo à noite o transcrevessem, a fim de desmistificarem a falácia do dia: A ida aos mercados.
Quanto às mulheres. Há muito que Aragon disse que La femme est l'avenir de l'homme.
Abraço UJM
Olá UJM,
Venho agradecer-lhe o seu convite que muito me honrou e já estou preparada de "armas e bagagem" para a grande revira volta. Agora é que eles vão ver como se governa um País, uma "Mulher", com toda a garra, só pode ser a solução certa.
Um grande beijinho
maria eduardo
Olá jrd,
Gostava de conseguir ter a sua contenção.
Quando começo a escrever aparece-me uma ideia que me dá a ideia que se resume em tres palavras. Mas, nem sei, distraio-me, é como se estivesse a conversar, acaba tudo por me sair muito explicado. Eu sei que o tempo de atenção na internet é curto e que a coisa deve ser restrita ao osso. Eu própria, quando acabo de escrever penso que devia rever, a maior parte das vezes não consigo. Cheia de sono e com um lençol daqueles pela frente, desisto.
Mas, enfim, cada um é como é. Ao vivo não sou palradora, acho que vou direita ao assunto, mas a escrever é o que se vê.
Mas ainda bem que não achou uma maçada completa...
Obrigada.
Um abraço, jrd!
Olá Maria Eduardo,
Aqui há uns anos eu tinha a ideia de que, quando chegasse aos 50, largaria o meu trabalho e iria ser presidente de uma câmara. Gostava muito, gosto de fazer coisas, gosto de trabalhar em equipa.
Nessa altura o meu marido trabalhava com um senhor, entretanto já falecido, que tinha sido presidente da câmara de Lisboa e figura muito influente num partido. Uma vez em conversa o meu marido contou-lhe desta minha intenção. e ele, muito naturalmente, disse para eu ir falar com ele. Quando o meu marido me transmitiu esta conversa, eu caí na real.
naquele meu sonho eu não tinha pensado que, para chegar a presidente de câmara, eu teria que ser eleita e que, para isso, tinha que me encostar a um partido e que teria que fazer campanha eleitoral e todas essas coisas para as quais não me vejo a ter paciência.
E só de pensar nisso, em andar pela rua a distribuir sacos de plástico e beijinhos, a ter que andar em comícios, em debates com gente parva, e tudo isso, fez-me logo desistir...
No entanto, quando me ponho a criticar os broncos e os patetas que para aí andam penso que eu devia deixar-me de conversas e chegar-me à frente.
Por isso, quem sabe um dia...? E, se esse improvável dia alguma vez acontecer, rodear-me-ei de gente com energia, entusiasmo, gente honesta, despretenciosa, gente genuinamente bem intencionada. E aí não me esquecerei da minha querida amiga Maria Eduardo!
Um beijinho e muito obrigada pela sua companhia tão amiga.
Estou com o palpite que o Sr. já falecido, presidente da câmara de Lisboa, com quem o teu marido trabalhava, seria Krus Abecasis.
Quanto a mim, UJM, onde deve residir a disposição, ou não de concorrer à eleição para o cargo de presidente de uma câmara, tem mais a ver com o projecto de "fazer coisas" com vista ao melhoramento da qualidade de vida dos cidadãos de um conselho, que própriamente ser incompatível com o papel de andar pelas ruas a fazer campanha, distribuindo sacos de plástico, porta-chaves, ou esferográficas. O importante, do meu ponto de vista, é que se conheçam com o máximo pormenor e realismo, as carências do conselho, assim como as suas valências e se saiba se as pessoas com quem podemos contar para colaborar conosco, estão dispostas aos mesmos sacrifícios.
Assim, podemos partir para uma campanha e apresentar aos eleitores promessas de obra que seremos capazes de executar, não defraudando nem a confiança que depositarem em nós, nem a nossa própria auto-estima e carácter.
E já sabes, para além da nossa amiga Maria Eduardo, podes também contar com a minha colaboração, quando fores presidente da câmara do Ginjal. Sabes que te poderei ser muito útil, na medida em que, a minha mente fervilha de ideias. O que significa, em suma, que sou um perfeito idiota.
;))
Pois é, eu não tenho vindo sempre por falta de oportunidade. Às vezes o tempo não chega para tudo e todos, mas hoje fui ver o que não tinha lido e foi um bonito.
Sua vaidosa, é só compras, compras e por fim queria ser "presidenta". Ele há com cada uma. Eu queria ver se fosse eleita se me convidava para sua assessora. Claro que tinha de ver o meu CV, obter opiniões gerais e saber se eu estava disposta a trabalhar no duro para acompanhar a sua garra. Pois fique sabendo que é mesmo o que acho que devia fazer. Ao trabalho! Toca a virar isto tudo.
Brincando, brincando, acho que é mesmo de gente assim que o país precisa. Muita garra e menos converseta.
Gosto de passar por aqui. Levo com uma lufada de ar fresco e cultura geral.
Tenho ido ao AVATAR.
Beijinhos
Olá Bartolomeu,
Ser presidente de Câmara tem um lado que eu não suportaria e que é o dado mediático, debates, confrontos políticos, e uma vida pessoal muito penalizada pois é preciso andar em inaugurações e visitas ao fim de semana e quando for preciso. Não me vejo metida nisso.
Mas depois há o outro lado: de fazer coisas a bem do concelho, a bem da população do concelho e isso, para mim, é aliciante.
Mas, enfim, para mim agora é opção que não se põe. Contudo sabe-se lá o que o futuro nos reserva, não é?
E idiotia é coisa que não se vê numa pessoa tão criativa e bem disposta... Ou seja, vou pensar na candidatura espontânea que esse comentário configura...
Olá Teresa-Teté,
Então uma presidenta não tem que ter cuidado com a sua imagem...? Já imaginou uma presidenta toda activa, toda defensora dos seus concidadãos e toda vestida na Zara...? Não lhe parece que as pessoas se identificavam com a simplicidade da sua presidenta?
As mulheres dão, em geral, boas presidentes de câmara e, se não houvesse esse lado que abomino, a sério que eu pensava mesmo em candidatar-me para ganhar.
E claro que a ia querer a trabalhar comigo. Como eu às vezes sou muito bruta, dava-me jeito alguém ao meu lado que soubesse ser sempre simpática, com um sorriso bonito que disfarçasse os meus maus modos. E não estou a ver quem tenha um sorriso mais bonito que o seu.
Um beijinho, Teresa-Teté!
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