quinta-feira, novembro 08, 2012

Barack Obama, um presidente na Casa Branca com uma 'boa pegada' (= que sabe agarrar bem numa mulher), cheio de swing e com uma excelente capacidade de comunicação... Good luck Mr. President! (e só espero é que desta vez não se rodeie dos mesmos conselheiros financeiros que causaram a crise financeira internacional - tal como o fez no primeiro mandato).


Tem muita pinta, tem um bom balanceio, é sexy, é um inegável sedutor*, tem ar de ser meiguinho, dança bem, tem um andar entre o desengonçado e o malandreco, tem um sorriso cativante e uma gargalhada franca. Tem uma invejável capacidade de improviso, tem uma voz quente e poderosa. Tem um projecto democrático, humanista. [Não sei se diga que a ordem pela qual enunciei os atributos de Obama é arbitrária, se diga que está pela ordem inversa ou se deixe no ar para que, quem quiser, tire as suas conclusões. Mas, uma coisa vos digo: não é à toa que se diz que foram as mulheres que o elegeram.]

No primeiro mandato titubeou e condescendeu em alguns aspectos em que o não deveria ter feito, teve medo de arriscar ou teve medo de enfrentar a fúria dos 'mercados'. Seja como for, tenho esperança que neste seu segundo mandato se sinta mais livre para mostrar ao mundo como é o seu verdadeiro projecto.

E, para o caso, isto é, para as eleições, o que interessa é que entre ele e Mitt Romney, conservador e antiquado, inculto, de um moralismo obsoleto, assustadoramente tacanho e retrógrado, não podia haver dúvida. Os EUA e o mundo em geral precisam de governantes modernos, que pensem o futuro com a mente aberta e com o genuíno intuito de progresso.




* Bem, talvez ainda não tão sedutor quanto o charmoso, ultra-sedutor e ultra-convincente Bill Clinton mas, enfim, também ainda é mais novo (agora uma coisa é verdade: a Casa Branca tem tido uns presidentes democratas que faz favor, olá se tem).

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Provas documentais de alguns dos atributos acima referidos


A dança abaixo não é de agora mas vale na mesma. 

And be happy Mr. President!



A primeira dança com a Primeira Dama



Dançando no programa de Ellen Degeneres



O último discurso de Obama na campanha eleitoral


*

Em dia de festejos por Obama (porque, como europeia, tenho mesmo que festejar), quero, no entanto, convidar-vos. Não sou especialmente original nos meus convites mas, por favor, não se prendam com isso pois gostava mesmo que viessem daí, até ao meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Hoje as minhas palavras perdem-se entre o mar e o céu em volta dos espaços verdes e silenciosos de Herberto Helder. A música é uma maravilha, e é, claro, ainda de Jean-Baptiste Lully.

*

E tenham, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira. 
Se me permitem o conselho, gozem muito bem a vida que ela é efémera, preciosa.


6 comentários:

MCP disse...

Amiga,
Para mim a ordem dos atribuitos de Obama é inversa, de qualquer forma, acho-o sim, um sedutor...muito mais que Clinton...
mas esta é a minha opinião.
Gostei que ganhasse.
Oxalá a europa venha também a beneficiar com a sua governação.
Um abraço,
MCP

Anónimo disse...

No Congresso irá encontrar dificuldades em impor algumas das suas ideias, sobretudo relativamente a uma melhor redistribuição fiscal e em projectos que visem melhorar as condições de vida de quem é mais desfavorecido. Estas questões, curiosamente, nem sequer constituiem prioridades dos mesmos potenciais beneficiados. É um pouco “cada um por si”. Aquilo ainda tem algo de “Farwest”.
No quadro externo, vamos ver quem irá substituir Hillary Clinton. Mas, sobretudo, estes 4 anos serão uma boa oportunidade para ver se Obama será capaz de vergar a arrogância israelita e conseguir um plano de paz que tenha pés para andar no Médio Oriente. E se será capaz de, uma vez por todas, de permitir que a Palestina venha a ser um Estado, enviando um seu Embaixador para Ramahla.
E, finalmente, se mantém a posição de não se deixar envolver numa qualquer guerra absurda com o Irão, conforme é desejo de Telavive (e do seu ex-adversário, Mitt Romney).
Tenho a maior das dúvidas quanto ao sucesso de Obama em tudo isto. Daqui a 4 anos, este homem, que considero bem intencionado, não terá conseguido alterar nada do que aqui refiro.
E assim continuarão os EUA. Mais, ou menos, perigosos. com Presidentes Republicanos ou Democratas, mas, na essência, nada mudará. É pena, mas é a realidade dos factos.
A ver se, pelo menos a economia norte-americana melhora, arranca e puxa pela nossa – europeia.
P.Rufino


Maria Eduardo disse...

Olá,
Viva o Presidente! Good luck Mr. President!
Gosto dele, acho-o honesto e penso que fará tudo para cumprir as promessas que fez e certamente se rodeará de pessoas capazes para mostrar ao Romney e a todos os Republicanos que a Democracia veio para vencer!
Esperemos que a Europa seja beneficiada.
E como sempre, venho aqui ao seu Um Jeito Manso muito tarde, a noite já vai alta e o dia já é uma criança,a estas horas estará desse lado a preparar mais uma das suas belas crónicas para todos os seus Leitores...Da minha parte, Obrigada
Um grande beijinho e uma boa noite.
ME

Um Jeito Manso disse...

Olá MCP,

...eu também... Claro que o mais importante é que ele seja um democrata, defensor de princípios humanistas, defensor da liberdade e da igualdade de oportunidades.

Escrevi aquilo daquela forma porque às vezes me dá para me armar em engraçadinha, gosto de não me levar a sério.

Mas, de facto, acho que ele tem imenso charme, tem pinta. Também gosto muito do Clinton, foi um presidente fantástico, desenvolveu imenso os EUA. Teve aquele deslize com a menina Monica mas enfim, a Hillary deu-lhe um estalo em público (e não sei se alguns em privado) e ninguém tem nada a ver com os desaguisados do casal e com as aventuras do marido. Mas foi um grande presidente e tem um sentido de humor delicioso, é um homem culto e muito interessante.

Um abraço, MCP!

Um Jeito Manso disse...

Caro P. Rufino,

Uma vez mais concordo consigo. As suas análises são sempre muito abrangentes, muito completas.

É um facto que os EUA são ainda um bocado o que era o Farwest. Tem razão. Movem-se interesses ocultos, e lobbies, e jogadas de toda a espécie. Os negócios americanos pelo mundo menos desenvolvido, os negócios ligados ao petróleo, ao armamento, à indústria farmacêutica, são o motor político que faz mover toda aquela máquina.

Quem governa está cercado por uma poderosa rede.

Mas, seja como for, tenho esperança que ele consiga fazer mais agora que no período que findou. Não percebi porque manteve os mesmos conselheiros financeiros do tempo Bush. Mas espero que agora tenha força e coragem para romper esse invisível e apertado cerco.

E depois há Israel e a tremenda força que tem. Por ele, não tenho dúvida que reconhecia a Palestina. Mas caía o carmo e a trindade, o congresso barra-lhe o caminho.

Mas, olhe, apesar das limitações todas, mil vezes ele do que o retrógrado fundamentalista do Romney.

E concordo também consigo: era muito bom que os EUA puxassem pela Europa que parece uma velha cheia de artrites, gagá, incapaz de se mexer.

Obrigada, uma vez mais, pelo seu excelente comentário.

Uma boa sexta feira, P. Rufino!

Um Jeito Manso disse...

Olá Maria eduardo,

Sorri ao ler o que escreveu. De facto, quando acabei de escrever, tão tarde já, vi o seu comentário. Ou seja, enquanto me estava a escrever, estava eu, de facto, a escrever o meu texto de hoje.

Há dias em que me apetecem temas ligeiros ou, pelo menos, apetece-me escrever de forma ligeira.

E há outros em que me apetece falar de coisas sérias ou, pelo menos, mostrar coisas sérias.

O tema que escolhi para hoje é um tema que me toca muito. Para mim o respeito pela vida e pela dignidade são condições absolutas. Por isso, me custa tanto ouvir falar em políticas de empobrecimento ou defender que as pessoas devem empobrecer. O empobrecimento leva à perda de dignidade, de resistência. É uma coisa que não consigo aceitar. O mundo deve andar para a frente, não para trás.

Mas não vou agora aqui escrever outro texto daqueles meus que são autênticos testamentos...

Um beijinho Maria Eduardo, e tenha um belo dia!

E obrigada pela sua companhia aí desse lado.