quinta-feira, dezembro 08, 2011

Estou acima das nuvens, bem junto ao céu, somewhere over the rainbow. Comigo estão os pássaros e Polina Semionova e Vladimir Malakhov, magníficos em Caravaggio


Depois de abaixo ter escrito sobre as dívidas de Sócrates e sobre as dívidas de meio mundo, agora é altura de colocarmos um pouco de música para acompanhar o que se segue.

Podem carregar no play, por favor, e seguir em frente?


Pois é, meus queridos amigos. Sou urbana, executiva, supostamente eficiente e cosmopolita - às vezes. Outras, sou rural, camponesa, podo árvores do campo, construo caminhos, e sou fazedora de tapetes, ou pintora acidental.

Outras sou eremita, bicho do mato mais profundo. É assim que estou agora - recolhi-me à montanha, procurei as alturas, o Portugal mais antigo, mais isolado, mais no meio de nada. Aqui em cima sou o pássaro que gostava de ser, estou perto do céu, longe do ruído, longe da confusão. Aqui há um silêncio absoluto, há uma luz límpida, cristalina, um ar frio e puro, selvagem.

A cerca de 1.100 metros de altitude, hoje acordei e o que vi foi isto.


Um mar de límpido algodão a meus pés. Nem queria acreditar. Parecia uma sucessão de lagos brancos e macios e, no meio, os cumes dos montes, azuis, perfeitos, quase abstractos.



Por cima, um céu azul, limpo, nu, imaculado. Só então percebi que estava acima das nuvens. Somewhere over the rainbow skies are blue. Ah aqui não há crise do euro, não há merkel, durão, passos, nada disso.

Aqui há pureza, rochedos imensos, árvores orgulhosas, gente verdadeira, oxigénio, aviões que deixam um risco branco no céu, um frio que limpa os pulmões.


E este branco limpo que parece gelo e não é, que é o mundo visto de cima das nuvens, um mundo transparente, secreto, em que as aves passeiam e cantam junto a nós, e depois levantam voo. E eu voo com elas, livre, liberta.

Mais tarde, as nuvens desfizeram-se, talvez tenha chovido lá em baixo - não aqui. Aqui esteve sempre sol. E então a paisagem revelou-se de novo, mulher despida, sem vestes de veludo branco.


E, para terminar, apetece-me dançar, voar.

Fiquem comigo um pouco mais. Convido-vos a ver Polina Semionova e Vladimir Malakhov (Staatsballett Berlin) em Caravaggio, qualquer coisa de sublime.




Tenham um bom dia, meus Amigos.

 

2 comentários:

packard disse...

Junte açucar, ovos e chocolate... q rica mousse.
Divirta-se!

Um Jeito Manso disse...

Não, não junto nada, assim, só claras em castelo, já está bom demais...!