A. A população vai empobrecer. O desemprego vai aumentar brutalmente. Os preços vão subir (com o IVA a aumentar), o consumo vai cair, as lojas vão fechar, o desemprego vai aumentar de novo. Com tudo isto, o consumo vai cair. Caindo o consumo, começa a prescindir-se disto, daquilo, do outro, e o desemprego vai aumentar. Os impostos vão diminuir porque os ordenados vão baixar, os impostos vão diminuir porque há menos gente a trabalhar, os impostos das empresas vão diminuir porque os prejuízos vão aumentar. O desequilíbrio das contas públicas vai aumentar porque a receita vai baixar porque há menos onde ir buscar impostos, porque há mais gente desempregada e mais subsídios de desemprego a pagar. E como as contas vão desquilibrar-se, a cada três meses, os impostos vão aumentar. Aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas públicas já cortaram uma fatia do ordenado, daqui por um mês vão cortar meio subsídio de Natal, para o ano cortam o subsídio de natal e o de férias, e nós todos cada vez mais pobres, o desemprego a aumentar, as despesas médicas a aumentarem porque vai ser caro ir ao hospital, porque este governo só vai parar quando estivermos quase desempregados, humilhados, pobres, sem presente, sem futuro.
B. Enquanto isso, os lucros obtidos através das especulações bolsistas escapam a esta voragem espoliadora; as empresas instaladas em offshores, não pagam impostos e escapam ilesas.
C. E as nossas empresas como estão? Aflitas. Os mercados encolhem, os clientes não compram, não pagam. Os bancos querem que as empresas paguem os empréstimos (e as empresas estão atulhadas em dívida porque esse era o modelo seguido, com a banca a empurrar crédito, a oferecer linhas e linhas de crédito barato) e as empresas agora não têm como pagar, as empresas precisam de apoio bancário para fazerem face a estes apertos de tesouraria e os bancos não emprestam, não têm para emprestar. E os ordenados em atraso começam a acontecer. Mesmo os que estão empregados, começam a andar com a corda na garganta. E o consumo a cair, e as empresas sem terem a quem vender os seus produtos.
Se alguma empresa quiser investir (mas quem é que quer?), não tem capital próprio para isso e os bancos também não têm para emprestar.
D. E obras públicas que compensem esta desgraça, este deserto? Zero. Tudo parado.
E. Desde que este Governo tomou posse, que é que aconteceu para que sucessivamente nos caiam em cima novas medidas gravosas e desumanas como estas?
O que aconteceu foi o buraco da Madeira, sim, mas é, sobretudo, o buraco da recessão a acentuar-se. É a voragem recessiva, o ciclo vicioso de que já aqui várias vezes falei. O buraco negro que nos engole.
É isto que está a acontecer na Grécia. Quanto mais sacrifícios, quanto mais desemprego, quanto mais dor, quanto mais sofrimento, mais a crise se adensa.
F. O drama disto tudo é que anos e anos e anos de uma trajectória errada (e começou com Cavaco Silva que, como primeiro ministro, incentivou o fecho de indústria, o abandono de campos agrícolas e a destruição da frota pesqueira) que foi seguida por todos os governos desde a adesão à ex CEE, conduziram ao estado em que estamos. Pouco produzimos, importamos quase tudo, exportamos pouco, o tecido empresarial é diminuto. Estamos manietados, sem dinheiro, e a ser conduzidos por um bando maioritariamente formado por gente inexperiente, impreparada, que nunca geriu coisa nenhuma, que não tem cultura histórica, que apenas sabe o que vem nos livros (o Álvaro ou a jovem Cristas, por exemplo), as teorias (Vitor Gaspar, por exemplo), a baixa política (Miguel Relvas, por exemplo). E o CDS o que faz no meio disto? O que diz? É que isto é o oposto do que Paulo Portas sempre defendeu e sempre o tive por quem defendia as suas convicções. Estará ele confortável com o rumo que está a ser seguido?
G. Outra coisa. De cada vez que uma empresa nacional é comprada por um Grupo estrangeiro o que se segue é que a gestão nacional é esvaziada. Os escritórios passam para o país de origem do dito grupo, o desemprego nacional aumenta, as compras são feitas no exterior aos fornecedores do grupo. A autonomia nacional é reduzida, o desemprego aumenta, as importações aumentam. Sei do que falo.
Privatizar as nossas empresas que, para além de estratégicas são rentáveis, é um erro estratégico, é uma perda gravíssima da autonomia nacional, é uma perda de riqueza, é uma estupidez, é um disparate irreversível. Até me dói falar nisto. Como é possível pensar que vão passar a patacos as Águas dePortugal, os CTT, como? Ninguém trava esta gente?!
H. Entretanto, por toda a Europa o cenário é de acelerado definhamento. Até a Alemanha, o motor do desenvolvimento europeu, está a aterrar perigosamente. A Itália já num sufoco. A Espanha com um desemprego que já passa os 21%. É uma trajectória, toda ela, desastrosa.
Angela Merkel e Sarkozy brincam aos casalinhos perante a passividade amedrontada dos restantes. Durão Barroso de vez em quando arreganha o dente, ladra, ladra, mas depois recolhe à casota e nada acontece.
I. A banca em geral está descapitalizada, cheia de lixo, as garantias eram acções que valem coisa nenhuma e a Europa não consegue arranjar uma solução. Estudam, marcam reuniões, marcam novas reuniões, e nada acontece.
J. E a solução só pode passar por uma forte aceleração da economia - exactamente o contrário do que nos está a ser imposto.
L. Por cá, onde é que já vai o Programa da Troika? Passos Coelho e Vitor Gaspar querem fazer mais do que a troika definiu. A Troika resolve cortar 10, eles cortam 100. Querem ser o aluno marrão, o que faz os trabalhinhos todos e ainda mais do que os que nmandam e não percebem, oh valha-me Deus que eles não percebem mesmo, que estão a arrasar o País.
Hoje Santana Lopes, eterna fénix renascida, com insaciável sede de protagonismo, apareceu a dizer que nunca, nos tempos mais recentes, a lusa nação passou por semelhante ultraje, que isto da troika é de um estranho opacismo e que isto é a rendição do país, que é inaceitável - e tem razão. Ouvi também Jorge Miranda, o constitucionalista, falar da falta de enquadramento constitucional para esta situação em que vivemos, em que um orgão ad.hoc dita mandamentos e vigia o seu cumprimento, sem que sequer os ditos mandamentos tenham sido aprovados na Assembleia da República, que isto viola o direito nacional e o europeu. Mas a gente já nem reage a isto. Já perdemos a soberania, já deixamos que um grupo de técnicos dite o modus vivendi do país e não reagimos, parece que estamos hipnotizados, já aceitamos tudo, aceitamos quase acefalamente.
Hoje Santana Lopes, eterna fénix renascida, com insaciável sede de protagonismo, apareceu a dizer que nunca, nos tempos mais recentes, a lusa nação passou por semelhante ultraje, que isto da troika é de um estranho opacismo e que isto é a rendição do país, que é inaceitável - e tem razão. Ouvi também Jorge Miranda, o constitucionalista, falar da falta de enquadramento constitucional para esta situação em que vivemos, em que um orgão ad.hoc dita mandamentos e vigia o seu cumprimento, sem que sequer os ditos mandamentos tenham sido aprovados na Assembleia da República, que isto viola o direito nacional e o europeu. Mas a gente já nem reage a isto. Já perdemos a soberania, já deixamos que um grupo de técnicos dite o modus vivendi do país e não reagimos, parece que estamos hipnotizados, já aceitamos tudo, aceitamos quase acefalamente.
K. E depois, estupidamente, Passos Coelho e companhia vêm divulgar que se estão a preparar para enfrentar tumultos. Quase como se estivessem a desafiar as pessoas a irem para a rua armar confusão. O que é que esta gente afinal quer? Lutas fraticidas nas ruas? Valha-me Deus. Nunca se viu tamanho amadorismo, tamanha incapacidade para lidar com situações destas. Tudo o que fazem só serve para agravar tudo ainda mais.
I. Acho que temos que começar a manifestar a nossa indignação antes que caiamos na desgraça grega. Acho que temos que nos fazer ouvir antes que seja tarde demais. Não podemos chegar ao ponto em que aquela pobre gente está, andando pelas ruas, sem trabalho, sem esperança, desesperada.
Hoje não consigo adiantar mais nada. Estou demasiado revoltada e preocupada. Não foi isto que eu quis para os meus filhos, para os filhos dos meus filhos, não foi este o futuro para o qual eu já tanto trabalhei e que agora vejo que está a ser esventrado.
PS: Para quem não me conheça, para quem nunca aqui tenha lido o que escrevo: não, não sou uma esquerdista, não, para a AR nunca votei no Bloco de Esquerda nem no PCP, nem no MRPP, nada disso. Nada do que escrevo tem a ver com costelas revolucionárias do tempo da adolescência (que nunca as tive), nada disso. Tudo o que escrevo agora e escrevi antes resulta da minha análise dos factos, dos meus conhecimentos da matéria, das minhas profundas convicções humanistas e democráticas.
PS: Para quem não me conheça, para quem nunca aqui tenha lido o que escrevo: não, não sou uma esquerdista, não, para a AR nunca votei no Bloco de Esquerda nem no PCP, nem no MRPP, nada disso. Nada do que escrevo tem a ver com costelas revolucionárias do tempo da adolescência (que nunca as tive), nada disso. Tudo o que escrevo agora e escrevi antes resulta da minha análise dos factos, dos meus conhecimentos da matéria, das minhas profundas convicções humanistas e democráticas.
12 comentários:
É a primeira, quiçá única vez que farei um comentário num blog deste calibre.
Apenas digo: faço minhas TODAS e CADA UMA das suas palavras!
Hoje não foi mansa mas, dou-lhe toda a razão.
A alínea F está correctíssima.
Nada a fazer.
Desde que haja bola e, o vinho suba pouco, tudo bem.
Estou tão indignada com isto tudo que, nem sei o que dizer.
Abraço
Maria
E como é que podemos contribuir para alterar os caminhos?
Agora até é também aos reformados que pensam tirar mais uma vez os subsídios em 2012.
E mais aumento nisto e mais naquilo...
Isto revolta mesmo. Será que eles estão a esticar o elástico para ver até onde conseguem levar-nos?
E se o elástico parte o que é que podemos fazer?
Não nos estou a ver em embrulhadas de rua, talvez porque tudo o que tenho vivido não passou por aí, mas será que só assim se abrirão os olhos que fingem estar cegos e os ouvidos que fingem estar surdos?
Como diz, não foi para isto que trabalhei quase 46 anos na esperança de deixar aos filhos e netos outro tipo de situação.
Estou consigo.
Abraços
Infelizmente concordo com tudo o que diz. Não podemos aceitar pacificamente toda a brutalidade que querem impor ao povo.O governo mandou os desempregados às malvasN e aumentou a carga horária aos trabalhadores.
Como é óbvio, o Presidente da República poderá continuar a acumular o vencimento do cargo com três pensões de reforma.
"O anterior Governo, liderado por José Sócrates rejeitou os alertas da entidade reguladora sobre a negociação das Scut. O Secretário de Estado, à época, Paulo Campos fez um despacho violento, em que acusava a análise do regulador de estar redondamente errada, apurou a TVI.
A análise realizada pelo INIR - Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias colocou seriamente em causa a defesa dos interesses do Estado na renegociação de concessões rodoviárias.
O Secretário de Estado, Paulo Campos, reagiu assim:
- «Registo com enorme preocupação a falta de rigor da análise apresentada».
- «Determino o apuramento de responsabilidades».
O INIR não foi chamado às negociações, fechadas em Junho de 2010, mas seis meses depois veio dizer que as projecções de tráfego e, portante, de receitas de portagem para a estradas de Portugal eram irrealistas, não compensando as rendas fixas que teria de pagar às concessionárias.
Isabel Nisa, assessora de Paulo Campos, compilou argumentos para pôr em causa o rigor do alerta:
- «A consideração de uma mera base histórica não pode ser critério».
- «Na concessão grande Lisboa, os seis meses adoptados como histórico relevante pelo INIR»
- «São contemporâneos ao encerramento temporário da CREL»
- «E anteriores à conclusão da CRIL»
De acordo com o INIR, a comissão nomeada pelo governo fez uma previsão de 23.900 carros por dia na concessão grande Lisboa, mas se tivesse levado em conta os dados históricos não poderia ir além dos 13.600.
A verdade é que os dados reais de tráfego, de 2011, confirmam que o regulador, o INIR, estava certo.
Um parecer da Universidade Católica e do ISEG, entregue ao Governo anterior, já acusava o executivo de ter entrado em projecções de tráfego irrealistas.
«O estado poderá ter tido resultados ainda mais negativos do que os apresentados pelo INIR».
Este relatório do INIR, entregue em Julho ao novo Governo, mostra o prejuízo na concessão de milhões para a Estradas de Portugal." Será este buraco da madeira a que se refere?
Carlota,
Agradeço as suas palavras (tanto mais que são, como diz, uma raridade...).
Ainda bem que manifestou a sua opinião. Penso que teremos que nos começar a fazer ouvir.
Aliás hoje várias vozes da Igreja já vieram a público manifestar a sua apreensão e desacordo.
Obrigada, Carlota, e vá falando...
Vou ficar à espera...
Olá Maria,
Pois, eu às vezes sou mansinha mas outras, (como aviso lá em cima), salta-me a tampa.
Não sou famosa a dosear a expressão das minhas emoções: se estou satisfeirta, mostro-o com toda a energia; se estou chateada, não consigo nem disfarçar.
E este é o caso: estou mesmo aborrecida, preocupada, revoltada.
Mas hoje é sexta-feira, estou a tentar não falar muito nisto. Mas confesso que estou aqui a ferver porque hoje já aconteceram mais umas quantas que me deixam de cabeça perdida, só me apetece desancar nesta gente.
Um abraço, Maria.
Teresa-Teté,
Poderá ler pela resposta aos comentários anteriores que estou passada com isto, não estou a ver que esta gente saiba fazer diferente do que estão a fazer. E todos os meses aparecem a ir-nos, de novo, ao bolso.
E quanto mais pobres as pessoas estão, menos descontam e como menos descontam, mais eles nos voltam a sacar dinheiro. Isto não pára?
Penso que as coisas se estão a complicar a todos os níveis. Também não me estou a ver em manifestações (nunca fui a nenhuma) mas, se isto continua, de alguma forma a gente vai ter que manifestar a nossa profunda indignação.
É pelo empobrecimento dos nossos pais, é o risco e a redução que os nossos filhos já estão a sofrer, é o nosso próprio rendimento, é o de toda a nossa família, são desempregos que começam a acontecer ao nosso lado, na famíilia e amigos próximos, é toda a gente, toda.
Anos e anos de trabalho para agora andarmos todos mais pobres e com o credo na boca.
E a quantidade de jovens já a pensar ir para outro país, famílias a separarem-se.
Isto não pode ser, não pode!
Caro Anónimo,
A preocupação agora é conseguir despedir mais facilmente e com menores indemnizações. Um disparate e uma desumanidade.
O subsídio de desmprego está plafonado mais abaixo e dura menos tempo (mas quem caia no desemprego agora, quando é que arranja novo trabalho com tudo a fechar e a despedir?).
Os empregados vão trabalhar mais tempo, para sobrarem alguns que irão para o desemprego.
Isto tudo é absurdo, disparatado, desumano. Brutal.
Não pode ser.
Caro Anónimo,
Acha que eu penso que na governação socialista correu tudo bem? Se tomaram medidas ao longo de 6 anos, tomando milhares de medidas, acha que poderia ter feito tudo bem feito?
Não, nem pensar.
Penso que o sentido geral foi razoável, especialmente nos primeiros quatro anos em que o défice foi abaixo dos 3%. Mas os dois últimos dois anos, já com a crise internacional a condicionar o desempenho financeiro nacional, e sem maioria, a coisa começou a correr menos bem.
O caso que refere revela, sem dúvida, que a precipitação política ou o voluntarismo muitas vezes passa por cima de análises rigorosas. Nada é perfeito e esse caso, a ser como diz, será um dos que melhor correu e carecerá de ajustamentos.
Mas se algumas coisas correm mal numa governação, isso não iliba as monstruosidades que a governação seguinte fizer. Não acha?
Não se trata de analisar uma ou outra medida avulsa, porque na anaálise de pormenor, umas estão bem, outras mal e outras assim-assim.
O que interessa analisar é a trajectória.
E a trajectória que este governo está a seguir leva à pobreza imparável, leva a uma espiral de empobrecimento, desemprego e desgraça.
De resto, Caro Anónimo, chamo a sua atenção para o comunicado de hoje da Comissão Europeia que justificou esta bolada agora do OE 2012 como sendo devida à supresa do desvio (antes oculto) nas contas públicas da Madeira e à conjuntura europeia, de recessão generalizada.
A Comissão Europeia alerta ainda que as medidas de austeridade do OE devem ser aplicadas com inteligência. (Porque é um remédio que, sendo aplicado sem inteligência, leva à agonia e morte do doente)
Mas, respondendo ao que me pergunta:
´Qual o buraco da Madeira a que me refiro?'
Você não tem estado cá? Não sabe? Não sabe do 'buraco' brutal que o Alberto João escondeu deliberadamente, dizendo que o fez como forma de resistência ao governo de Sócrates? Que o fez para poder continuar a fazer dívida, conforme ele próprio disse?
Não sabe das obras, em cima de obras, do financiamento a clubes de futebol, a jornais, das estradas que não iam dar a lado nenhum, dos 70 campos de futebol, dos viadutos ao lado de viadutos?
Ok, pode não saber, pode ter andado distraído, Caro Anónimo.
Mas olhe que até a imprensa estrangeira o divulgou, e repetidamente, e esse buraco foi hoje identificado pela Comissão Europeia como uma das causas do desastre das actuais contas e das projecções para 2011.
Não ouvi, e ouvi atentamente, que a Comissão Europeia tivesse apontado como causa a anterior governação nem a diferença de veículos que passam no referido troço de estrada.
Não se prenda, Caro Leitor, a erros do passado (que, sem dúvida, são lamentáveis, devem ser evitados e agora devem ser corrigidos) - olhe agora, objectivamente, para o que se está a passar no presente. Porque, sabe?, estão a dar cabo do nosso futuro.
Sem esquerdismos, hoje até vou à manifestação...
Packard,
Dê notícias no seu
http://packardemrodagem.wordpress.com/
e, se tiver fotografias, mostre-nos.
Eu, estou fora, senão também teria ido. Acho que temos que dar voz - e loud and clear - à nossa indignação.
Não podemos acatar passivamente que nos arrastem para a pobreza.
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