segunda-feira, setembro 19, 2011

História e Memória em felizes momentos do Presente com olhos postos no Futuro


<> Pormenor da Igreja da Memória <>

Situada entre Belém e a Ajuda, numa zona residencial, a Igreja da Memória é uma pequena Igreja, muito bonita. Foi mandada construir em 1760 como agradecimento de D. José por, naquele local, dois anos antes, ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato num certo dia em que regressava de um encontro furtivo com uma Távora.

Sebastião José, rapaz que não era de modas, aproveitou o pretexto para se livrar da família toda, acusando-os de conspiração e tentativa de regicídio. Perseguiu-os, torturou-os, acabou com a espécie.

Mas ele, homem poderoso, prepotente, homem de larga visão e absolutista, um líder forte e um empreendedor que deixou obra e a quem Portugal muito deve, viria a cair em desgraça junto da filha de D. José e foi afastado de todos os cargos públicos. Mais: foi afastado de cargos públicos e dela própria, pois dele ela só quis distância, obrigando-o a manter-se a não menos de 20 milhas dela. Diz-se que D. Maria rangia os dentes de raiva só de ouvir o nome do Sebastião José. Ele tinha o seu feitio, ela tinha o seu feitiozinho e os santos de ambos não cruzavam. A história ensina-nos que os grandes líderes também congregam, em torno de si, grandes ódios. C'est la vie.

O Marquês de Pombal viveu até 1782, retirado na sua propriedade em Pombal. Os seus restos mortais repousam agora na tranquila Igreja da Memória.

Igreja da Memória

Nesta Igreja, com memória e história, onde temos estado noutros momentos floridos e radiosos, voltei a estar hoje com descendentes, ascendentes, restante família e colaterais. Momentos felizes.

Pormenor de bolo

2 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Olá UJM
Belo texto sobre o nosso Pombal.
Que me lembrou uma velha máxima que diz que o "exercício da autoridade jamais traz simpatias". É verdade!
Só o passar dos anos - muitos - permite a razoabilidade do julgamento. Incluindo o da nossa própria vida...

Um Jeito Manso disse...

Obrigada, Helena,

É verdade, tenho revisto muitas das minhas avaliações. Por vezes, temos opiniões muito redutoras que o tempo, esse excelente revelador, nos vem a mostrar, mais tarde, que fomos demasiado simplistas e precipitados nas nossas análises.

Com os estadistas é quase invariável. As pessoas cansam-se deles, não descansam enquanto não os vêem a milhas mas, tantas vezes, com quanta ingratidão.

Churchill perdeu as eleições depois de ganhar a guerra.

Mas os estadistas a sério compreendem a natureza humana e perdoam essas injustiça, aproveitando as travessias no deserto para pensar, escrever, relembrar. E depois, por vezes, a vida é-lhes bondosa e deixa-os regressar. Outras vezes não, apenas a história lhes faz alguma justiça.