terça-feira, julho 26, 2011

Onde se tenta falar da Ongoing (maçonaria?, mozart?, espionagem?, media?) e onde se mostra que isso perde relevância, here, in heaven

Começo a escrever já passa da uma da manhã. Os meus meninos, os grandes e os pequenos, já dormem e a casa, finalmente, ficou silenciosa. Esta semana dificilmente poderei escrever grande coisa pois chego a esta hora já estafada. 

Tenho aqui um livro, ao meu lado, para ler antes de adormecer mas duvido que lhe consiga pegar.

Estava com a ideia de hoje me voltar a pronunciar sobre uma coisa de que já aqui tinha falado há tempo: o Grupo Ongoing, o Grupo em que o big chief é maçon e gosta, o que é natural, de se rodear de irmãos mas que tem um fraquinho, e isso já não me parece tão natural: gosta de ter consigo ex-espiões.

Nuno Vasconcellos, grande apreciador de Mozart, mais Jorge Silva Carvalho, ex-SIED, e ex-adjuntos, mais José Eduardo Moniz, mais amizades fraternas com o governo, nomeadamente através de Miguel Relvas, interesses vários em negócios vários, entre os quais, ao que parece a RTP - ou seja, temos aqui os contornos de uma potencial bomba-relógio ao retardador que Passos Coelho terá que gerir com pinças.

Houve promessas? Houve investimentos e compromissos assumidos com base nessas promessas? Está, agora, a haver a cobrança dessas promessas? Não foi isso que o irmão Jorge Coelho há tempo nos quis dizer na Quadratura do Círculo?

Pelo que se percebeu o pobre Bernardo Bairrão já foi uma vítima deste equilíbrio instável mas a ver vamos se a coisa vai ficar por aqui.

Dado o adiantado da hora não tenho cabeça para dissertar sobre o tema. Não quero parecer uma lírica ou uma saudosista até porque a influência do longo braço maçónico sempre se fez sentir nas sociedades e seria ingénuo da minha parte vir aqui questioná-lo.

O que a mim me causa alguma perplexidade ou prurido (no sentido mesmo de reacção alérgica) é este cocktail: maçonaria, ex-expiões, comunicação social. Não sei. Parece-me que há qualquer coisa de perigo dissimulado nisto. Gosto de sociedades abertas, transparentes, em que as pessoas vão à luta em campo aberto, dando o peito às balas. Não gosto de poderes ocultos, segredos guardados, meios de comunicação social, tudo misturado.

Mas, enfim. Enquanto ao lado agora ouço um bebé que há instantes chorava e que agora faz aqueles sons gostosos de quem mama regalado, vou despedir-me mostrando-vos alguns fragmentos do meu mundo, here in heaven. É uma forma de vos dizer que ataques nervosos como os da Ana Cristina Leonardo, Ongoing e as suas movimentações, e outras coisas do género, me parecem algo irrelevantes quando aqui estou, pés descalços, mãos na terra.

É também uma forma de vos dizer que sejam bem vindos aqui, a esta minha casa, ao Um Jeito Manso. 

Os loendros estão carregados de flores de perfume doce
(que começam a murchar, dado o calor intenso)


À tardinha, recanto junto a uma janela
(os meus chapéus)


Há sempre um deus fantástico nas casas
em que vivo, e em volta dos meus passos
eu sinto os grandes anjos cujas asas
contêm todo o vento dos espaços

(o poema é de Sophia mas sinto-o como meu - porque exprime o que sinto)
 
Pôr-do-sol: os meus cedros lá em baixo em primeiro plano
A serra, ao fundo, a recortar o horizonte

4 comentários:

margarida disse...

Lucky, lucky, lucky girl...

:)

Um Jeito Manso disse...

Olá Estrela, boa noite!

Sou, de facto, uma sortuda e muito grata pela sorte que tenho.

Obrigada. Gostei de ler o que escreveu.

Isabel disse...

Viva os fragmentos do seu mundo, esses sim são relevantes. O bébé que chora e que logo, logo não, de imediato, tem o consolo da maminha da mãe, as suas flores as árvores...
Seja feliz esquecendo o que é irrelevante.
Isabel

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Pode crer: aqui neste meu mundo reina a felicidade das coisas simples. Rodeada pelos meus meninos, ouvindo as conversinhas de uns, as gracinhas de outros, com as minhas árvores, os meus recantos, estou como gosto (mas, a esta hora, já um bocado cansada, que a gente perde-lhe o hábito...)

Obrigada pela sua visita e pelas suas simpáticas palavras.