Começo a escrever já passa da uma da manhã. Os meus meninos, os grandes e os pequenos, já dormem e a casa, finalmente, ficou silenciosa. Esta semana dificilmente poderei escrever grande coisa pois chego a esta hora já estafada.
Tenho aqui um livro, ao meu lado, para ler antes de adormecer mas duvido que lhe consiga pegar.
Estava com a ideia de hoje me voltar a pronunciar sobre uma coisa de que já aqui tinha falado há tempo: o Grupo Ongoing, o Grupo em que o big chief é maçon e gosta, o que é natural, de se rodear de irmãos mas que tem um fraquinho, e isso já não me parece tão natural: gosta de ter consigo ex-espiões.
Nuno Vasconcellos, grande apreciador de Mozart, mais Jorge Silva Carvalho, ex-SIED, e ex-adjuntos, mais José Eduardo Moniz, mais amizades fraternas com o governo, nomeadamente através de Miguel Relvas, interesses vários em negócios vários, entre os quais, ao que parece a RTP - ou seja, temos aqui os contornos de uma potencial bomba-relógio ao retardador que Passos Coelho terá que gerir com pinças.
Houve promessas? Houve investimentos e compromissos assumidos com base nessas promessas? Está, agora, a haver a cobrança dessas promessas? Não foi isso que o irmão Jorge Coelho há tempo nos quis dizer na Quadratura do Círculo?
Pelo que se percebeu o pobre Bernardo Bairrão já foi uma vítima deste equilíbrio instável mas a ver vamos se a coisa vai ficar por aqui.
Dado o adiantado da hora não tenho cabeça para dissertar sobre o tema. Não quero parecer uma lírica ou uma saudosista até porque a influência do longo braço maçónico sempre se fez sentir nas sociedades e seria ingénuo da minha parte vir aqui questioná-lo.
O que a mim me causa alguma perplexidade ou prurido (no sentido mesmo de reacção alérgica) é este cocktail: maçonaria, ex-expiões, comunicação social. Não sei. Parece-me que há qualquer coisa de perigo dissimulado nisto. Gosto de sociedades abertas, transparentes, em que as pessoas vão à luta em campo aberto, dando o peito às balas. Não gosto de poderes ocultos, segredos guardados, meios de comunicação social, tudo misturado.
Mas, enfim. Enquanto ao lado agora ouço um bebé que há instantes chorava e que agora faz aqueles sons gostosos de quem mama regalado, vou despedir-me mostrando-vos alguns fragmentos do meu mundo, here in heaven. É uma forma de vos dizer que ataques nervosos como os da Ana Cristina Leonardo, Ongoing e as suas movimentações, e outras coisas do género, me parecem algo irrelevantes quando aqui estou, pés descalços, mãos na terra.
É também uma forma de vos dizer que sejam bem vindos aqui, a esta minha casa, ao Um Jeito Manso.
Os loendros estão carregados de flores de perfume doce (que começam a murchar, dado o calor intenso) |
À tardinha, recanto junto a uma janela (os meus chapéus) |
Pôr-do-sol: os meus cedros lá em baixo em primeiro plano A serra, ao fundo, a recortar o horizonte |
4 comentários:
Lucky, lucky, lucky girl...
:)
Olá Estrela, boa noite!
Sou, de facto, uma sortuda e muito grata pela sorte que tenho.
Obrigada. Gostei de ler o que escreveu.
Viva os fragmentos do seu mundo, esses sim são relevantes. O bébé que chora e que logo, logo não, de imediato, tem o consolo da maminha da mãe, as suas flores as árvores...
Seja feliz esquecendo o que é irrelevante.
Isabel
Olá Isabel,
Pode crer: aqui neste meu mundo reina a felicidade das coisas simples. Rodeada pelos meus meninos, ouvindo as conversinhas de uns, as gracinhas de outros, com as minhas árvores, os meus recantos, estou como gosto (mas, a esta hora, já um bocado cansada, que a gente perde-lhe o hábito...)
Obrigada pela sua visita e pelas suas simpáticas palavras.
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