Já o amigo Cavaco Silva, em tempos, citou: 'A má moeda expulsa a boa moeda'. Assim é. A mediocridade é um óleo que alastra, uma mancha que, aos poucos, vai reduzindo o oxigénio vital. Assim estamos. A definhar. A mediocridade a tomar conta da política nacional, uma mancha a que não se consegue ver o fim.
Se o PSD ganhar, teremos Passos Coelho, impreparado, volúvel, fraco, 'fraco rei', ao saber dos fazedores de agenda Miguel Relvas e Marco António e outros que tais. A eles se juntará - ou não - Paulo Portas, volúvel, que não suportará conviver com esta maltinha inculta, sedenta de poder, de baixo nível . Não vai correr bem, não vai. Um desastre.
Apesar de tudo, talvez seja preferível o PS com o CDS, talvez se consiga formar uma equipa mais homogénea, mais credível.
Talvez. Ou talvez seja apenas um sonho.
Hoje, ao fim do dia, gaivota voa sobre o Tejo |
O sonho é ver as formas invisíveis
da distância imprecisa, e, com sensíveis
movimentos da esp'rança e da vontade,
buscar na linha fria do horizonte
a árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
os beijos merecidos da Verdade
(Excerto de 'Horizonte' de Fernando Pessoa in Mensagem)
4 comentários:
Receio q nos faça ter saudades desse grande homem de estado q foi o Santana Lopes.
(depois de mim virá...)
"SÓCRATES DERROTOU-NOS"
"Henrique Raposo (www.expresso.pt)
8:19 Sexta feira, 3 de junho de 2011
Além dos factos objectivos , importa destacar um facto, digamos, moral: Sócrates representou um declínio moral da nossa política e do nosso debate público. Dentro da nossa normalidade democrática, nunca houve esta agressividade para com a imprensa , e esta má-educação no parlamento ("manso é a tua tia" é apenas o exemplo máximo) . E o pior é que Sócrates conseguiu que o país começasse a pensar como ele. Assim, ao longo destes anos, a agressividade intolerável perante os jornalistas passou a ser vista como uma "estratégia de marketing político", como uma "estratégia de comunicação que evita as gaffes e erros". Ao longo destes anos, a evidente má educação do primeiro-ministro (perante adversários políticos e perante jornalistas) passou a ser vista como um símbolo do "animal político", o "animal feroz". "Ele é assim", ouvi várias vezes. "Não há nada a fazer", outras tantas vezes. Ou seja, nós aceitámos o inaceitável, porque sim, porque o poder-é-assim-e-não-há-nada-a-fazer. Este relativismo mudou o nome às coisas, e representa a vitória de Sócrates sobre nós, sobre o espaço público.
Recebo mails de leitores todos os dias. Na semana passada, recebi o mail que mais me marcou. Dizia uma senhora que "v. não devia falar das mentiras de Sócrates, porque já ninguém liga", e dizia isto com um ar de desilusão em relação a mim. Ou seja, eu - que estava a apontar as mentiras do nosso PM - é que estava a desiludir a senhora, que, com certeza, queria outro tipo de texto, sei lá, sobre os golfinhos do Sado ou sobre as giestas transmontanas. E este convívio fácil e normal com a mentira não é monopólio desta senhora. Toda a gente se deixou afectar por isso. Aliás, devo fazer aqui um mea culpa: ontem, vi de raspão esta notícia sobre a Lusa , e não liguei. Num ambiente de normalidade liberal e civilizada, este assunto rebentaria em manchetes e em aberturas de telejornal, e eu escreveria inevitavelmente sobre o dito assunto. Ora, isso não aconteceu, nem vai acontecer, porque Sócrates derrotou-nos. Venceu-nos moralmente. Estamos todos cansados moralmente, sem vontade. Estamos espojados numa inércia amoral. É por isso que celebro, com champanhe e tudo, estas declarações da direcção da Rádio Renascença: "(...) admitimos assim que José Sócrates não aceitou o nosso convite, mais uma vez, não por ignorar a importância da audiência da Renascença, mas antes por conhecer bem de mais a qualidade do nosso jornalismo. A Direcção de Informação lamenta este empobrecimento do debate democrático e continuará a bater-se pelo reforço da Liberdade de Informação, sem abdicar de colocar as perguntas certas, por mais incómodas que sejam" . Ámen.
No dia 5 de Junho, temos de defender Portugal disto. Temos de defender Portugal de José Sócrates e deste socratismo amoral. Não está só em causa o facto de estarmos mais pobres do que em 2004. Nós também estamos mais amorais ou mesmo imorais, e já é tempo de dizer basta..."
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Deixe-me, minha senhora, agora acrescentar que, hoje mesmo, ouvi, na Antena 1, comentário idêntico da redacção: Sócrates recusou-se a dar uma entrevista individual, que todos os outros lideres aceitaram. Será, a contrario, porque quem não deve não teme?
Não, de facto não me convenceu. É mesmo uma questão de princípios: os meus paizinhos ensinaram-me a não gostar de meninos mentirosos.
Bom voto!
Carlos J. Costa
Tropa Fandanga
Lembrei-me de si.
Acabei de ver num jornal, agora de manhãzinha, uma fotografia da arruada do PS de ontem, em que se expõem, garbosamente, na primeira linha, no meio de um forte cordão de segurança, entre diamantes da Jamba, um membro do Governo de Macau (que foi obrigado a demitir-se por uns quantos escândalos mal abafados), um pedófilo (que oficialmente não o foi, a troco de se exilar vergonhosamente, num exílio dourado, diga-se, para que se abafasse novo escândalo). Todos em torno de um engenheireco (licenciado ao domingo, com 5 cadeira feitas com um mesmo professor – depois bem recompensado - e uns quantos projectos pirosos), engenheiro esse, que com as origens que se lhe conhecem, se preveria vir a ser mais um sem eira nem beira, mas que à conta de esquemas e compadrios se encheu e encheu os que o rodeiam (generoso, gosta de partilhar)… Falta ali o mítico Rui Pedro Soares, jovem tão promissor, e o brilhante Armando Vara, personagem de excelência já consolidada (ingratos!).
Estranho, como a senhora, que se mostra culta, esteticamente sensível e que tantos princípios e valores verte (e bem!) nos seus posts, contemporiza com esta, deixe-me chamar-lhe corja, saída de um filme de terror, de curriculum sujo já afirmado e confirmado. Nunca os apelidou de “tropa fandanga”, nem de outros epítetos que tão frequentemente aplica ao “doce PPC, DJ, etc…,” cujo maior pecado (pelo menos que seja público) é ainda não ter curriculum de governação…
Parece, pelos seus posts que a senhora tem filhos. Eu também os tenho, e não me preocupo que quando começam sejam tímidos, inseguros, até hesitantes, pois sei que com princípios sólidos que lhes conheço, irão escrever o seu caminho e o seu curriculum com competência, com trabalho sério, sem oportunismos fáceis, com verdade, decência e respeito por eles e por nós que o criamos. Acho que a senhora é mais isto do que o que a imagem que mostra quando, irritada, fala da tropa fandanga… Estranho, minha senhora, estranho.
Vote bem!
Carlos J. Costa
Caro Carlos,
Geralmente não publico comentários que contenham insultos, afirmações que me pareçam descabidas ou ofensivas. Hoje hesitei relativamente ao 2º post pois profere afirmações lesivas do bom nome de algumas pessoas. Recomendo a leitura da entrevista do advogado Sá Fernandes, na qual ele se refere a uma das pessoas visadas no seu comentário.
Produz também afirmações sectárias relativamente a Sócrates e a alguns dos seus amigos. Alguns já foram criticados aqui por mim. Mas repare que sobre boas maneiras no Parlamento que me lembre ninguém foi tão longe quanto um ex-ministo, agora deputado do PSD. sobre formações académicas obtidas às 3 pancadas (coisa que condeno) não quer você averiguar como obtiveram as licenciaturas algumas das figuras agora em destaque no PSD?
Sobre compadrios (sempre condenáveis), acha você que isso é exclusivo do PS?
Meu Caro, poderia contar-lhe alguns casos para lhe provar que não, infelizmente não.
O Henrique Raposo é muito jovem e não conheceu o período áureo do cavaquismo (em parte derrubado graças a Paulo Portas). O Henrique Raposo, que eu gosto de ler, pela idade que tem, não teve ainda oportunidade de conhecer o mal que o poder faz a quem com ele contacta. De perto, conheceu apenas este último período e, com a ingenuidade dos jovens, acha que já viu tudo e condena com veemência.
Daqui por uns anos ele poderá confirmar que Sócrates não foi tão mau como agora todos se entretêm a pintar.
Para bem do País, espero que o próximo governo seja um bom governo e que os próximos anos não sejam anos de empobrecimento e ansiedade.
Apesar de não concordar consigo, e apesar de não ter gostado das referências que fez a algumas pessoas do PS (repare que eu nunca faço insinuações ou acusações dessa índole a pessoas de cujas ideias políticas discordo), agradeço os seus comentários e aprecio as referências que faz à forma como escrevo.
Volte sempre.
E, a bem do futuro dos seus filhos e dos meus filhos e de todos nós, espero que os próximos anos , apesar de dolorosos, consigam colocar o país no caminho do desenvolvimento.
Boa sorte.
JM
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