domingo, maio 22, 2011

Rochas, líquenes, figueiras, flores e eu - a felicidade de estar in heaven

Rocha com múltiplos olhos verdes

Ali sofreste. Ali amaste.
Ali é a pedra do teu lar.
Ali é o teu, bem teu lugar.
Ali a praça onde jogaste
o que o destino te quis dar.

Tábuas de um banco verde finamente enriquecido com o dourado de líquenes

Ali ficou tua pegada
impressa, firme, sobre o chão.
Ninguém a vê sob o montão
de cinza fria e poeirada?
Distingue-a, sim, teu coração.

Um figo elegante, de um verde completamente saison

Podem talvez o vento, a neve,
roubar a flor que tu criaste?
Ali sofreste. Ali amaste.
Ali sentiste a vida breve.
Ali sorriste. Ali choraste.

Flores crescendo em plena liberdade, vistas através do gradeamento

(O poema chama-se Ali e é de Saúl Dias, in "Sangue" e para ser mais adequado deveria chamar-se 'Aqui' e estar no presente e não no passado)


E esta sou eu, em auto-retrato, impressa no chão e nas paredes, envolta em echarpes (*)

(*) Já agora: a 'echarpe' já apareceu, em parte, numa fotografia anterior, impudicamente ao pé de Barnett Newman

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