Que um criminoso frio, brutal, um assassino perigoso e com uma actuação multinacional, merecia uma punição exemplar, acho que ninguém questiona.
Poderiam pegar em Osama, içá-lo para um helicóptro, metê-lo num avião, levá-lo a julgamento, aplicar-lhe prisão perpétua - era humilhante para ele e para os seus apoiantes, era um castigo aplicado segundo os direitos do homem, segundo as leis mais básicas da civilização.
Agora que, apesar de desarmado, Bin Laden e a família, incluindo filhos, sejam perseguidos dentro da sua própria casa como bichos sarnentos e, a sangue frio, abatidos, o sangue espalhado pela casa e tudo a ser filmado para ser observado em tempo real com entusiasmo por Obama, Nobel da Paz, por Hillary Clinton e outros, enche-me de estranheza, sinto como que uma angústia indefinida.
O mundo na mão de pessoas assim.
Não é humano que se abata alguém [apesar de ser um criminoso raivoso e perigoso], dentro de casa, alguém que está com a família, desarmado, não está certo que se faça isso quando se podia agir segundo a lei, nem é normal que esse acto brutal não seja levado a cabo pela máfia, por mercenários a soldo de um qualquer gang ligado à droga, mas sim por agentes das forças armadas sob supervisão directa do Presidente dos EUA, nem é normal que se assista em êxtase, em euforia a um assassinato assim, perpetado a sangue frio.
Convido-vos a assistir à cena da execução de Dead Man Walking. Não tem a qualidade dos trailers mas, ainda assim, assistam.
Se para mim é horrível a ideia de se condenar uma pessoa à morte, ainda mais grotesca é a ideia de que alguém se sente a assistir à execução.
Como é que quase toda a gente rejubilou com o acto, dizendo e escrevendo que 'se fez justiça'?
1 comentário:
podiam assistir, não precisávamos de saber.
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