Tomo a liberdade de puxar para este post um poema que a Magnólia, a quem muito agradeço, teve a gentileza de deixar ali mais abaixo, acerca da Receita de Mulher, Ai, Dona Fea, da autoria do trovador português do século XIII, Johan Garcia de Guilhade.
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Fotografia de Annie Leibovitz, uma mulher fotógrafa de quem muito gosto |
Ai, dona feia
Ai, dona fea, fostes-vos queixar,
que vos nunca louv’ en meu trobar;
mais ora quero fazer un cantar,
en que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
Ai, dona fea, se Deus mi perdon,
e pois avedes tan gran coraçón
que vos eu lôe en esta razon,
vos quero já loar toda via;
e vedes qual será a loaçon:
dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
en meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já un bon cantar farei,
en que vos loarei toda via;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!
(Johan Garcia de Guilhade - séc. 13)
O meu cheiroso e lindo eucalipto de peles caídas: as árvores fazem-me sempre lembrar as mulheres |
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