segunda-feira, setembro 13, 2010

Jorge Jesus, um "benfiquista" cheio de spleen



Volto a este homem outra vez mas é inevitável. Quem conheça benfiquistas saberá que é gente desatinada, destravadamente adepta de futebol, gente com um fundo popular, amigos de festa e de um belo barraco. Gente com indesmentível vivacidade.

Ora vi o Jorge Jesus há pouco na televisão. A imagem é, toda ela, a do anti-benfiquista.

Mexia no cabelo, ar enfastiado e sem forças, acha-se injustiçado, a arbitragem (que me parece que ele diz 'arbitagem') a prejudicá-lo, e todo ele suspira, mas suspira mesmo, já não tem ânimo para respirar normalmente, solta suspiros. Quase nem tem força para falar, deixa as palavras a meio. Infeliz, vergado pelo peso do destino que o maltrata, sem forças para o combater. Ocorreu-me a palavra spleen, tão associada aos românticos suspirantes, aos poetas infelizes.

A palavra spleen, neste sentido, refere-se a melancolia extrema, a desejo de autodestruição. Ora assim o vejo a ele, a comprazer-se com o seu próprio enfastiamento, desgastado, rendido.

Carregadinho de spleen, em suma.

(Ora está-se a ver a "malta" do Benfica com paciência para sujeitos carregadinhos de spleen...? Cá para mim, este melancólico Jorge Jesus não vai longe, não... mas eu nem sou benfiquista nem percebo nada de futebol)
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