Dia de ida às compras com os meninos. Quando eram pequenos, irrequietos, traquinas, truculentos, brincalhões, referia-me a eles como pimentinhas. Agora já não faz sentido, estão crescidos, enormes, bem comportados, responsáveis, sossegados.
O mais pequeno não foi, ainda tem colégio e, de resto, não teria paciência para este programa. E um dos guarda-redes (são três) está com uma valente gripe, com febre. Por isso, também não foi. Tem que se pôr bom até ao Natal... (já para não dizer que está proibido de contagiar alguém da família).
Foi o mais crescido, a menina e o seu mano, ambos também já crescidos. De qualquer forma, ocuparam-se também das compras para os não presentes. Gostam de escolher a sua roupa, os rapazes aconselham-se entre si, a menina opina, ajuda, decide, organiza. Já é a opinião deles que prevalece. Sabem o que querem, têm bom gosto, têm bom senso. Sinto gosto em estar no meio daquela dinâmica.
Claro que, no caso dos rapazes, ainda me custa a perceber a estética das calças baggy.
Mas, como já as há super baggy, quase já acho as primeiras ligeiramente normais.
Para se perceber o estado da arte a nível da evolução destes meus fofos, cumpre-me ainda reportar que o mais crescido, com o seu próprio dinheiro, foi depois comprar um presente para a namorada. Como a menina-namorada não me lê, posso adiantar que se tratou de um anel. Contudo, disse que não queria que fossemos todos atrás. Percebemos, claro. No entanto, condescendeu a que o primo o acompanhasse. A prima ficou um pouco desconsolada. Eu aproveitei para ir à casa de banho e o meu marido ficou à minha espera. Face a isso, a minha menina resolveu que, assim sendo, ia ter com os rapazes. E foi.
Depois, quando fomos comprar a roupa dela, os rapazes ficaram no sofá cá fora, creio que a jogarem qualquer coisa ou a discutirem futebol, tema que os convoca em permanência, muitas vezes em animadas picardias (um do Sporting e outro do Benfica).
Dali partimos para a segunda parte do programa de festas: uma ida até às almôndegas do IKEA. Claro que nem eu nem o meu meu marido alinhámos na mesma ementa. Almoçámos bem. Eu comi bacalhau com migas, o meu marido pernil, e, para ambos, uma fatia partilhada de cheesecake de mirtilos. Bem bom. As mesas estavam cheias, mas o menino mais crescido sabia da existência de uma sala no piso superior e, portanto, estivemos à larga, na maior. Começo também a gostar desta parte do programa.
Depois, para o menino doentinho não ficar com pena de não participar no repasto, levámos-lhe um saco de almôndegas congeladas e uma embalagem de molho. Em princípio, a minha filha terá preparado o petisco para o jantar.
Ainda demos uma volta por lá e, a seguir, fomos entregar os meninos e buscar o fofo cãobeludo que tinha ficado na creche dos dogs e que, como sempre, ao ver-nos, fez uma festa entusiasmada, saltando e andando em nossa volta, a dar-nos turrinhas e beijinhos, parecendo mesmo que se ri.
Claro que, depois disto, não tenho grande pachorra para falar das habilidades do Marques Mendes, o facilitador, o espertinho, o optimizador dos seus próprios impostos. Nem tenho disposição para falar do debate do taberneiro com o Cotrim. Aquele taberneiro cansa-me.
Depois, adormeci.
Agora, antes de me retirar para os meus aposentos, vou ver se os ficheiros libertados do Epstein não estão todos tingidos de preto.
E um bom sábado!

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