Dia tranquilo.
Comecei o dia a regar o jardim. O sistema de rega parece que pifou. Para ser mais precisa, não o sistema de rega em si mas o autómato que o comanda. Por isso, não arranca.
Pelo meu marido, não arranca, não arranca. Por ele, ou desencantamos alguém que o arranje ou nada a fazer. Por mim, não. Dá sempre como desculpa que não acha bem gastar água a regar. Não concordo. Acho que uma maneira de combatermos a desertificação é termos árvores, o solo coberto, vegetação. Nem é só a estética da coisa, é também uma questão ambiental.
Quando ele me viu de fato de banho e havaianas, espantou-se: 'Onde é que vais, de fato de banho?'. Ia regar, claro.
Reguei tudo bem regadinho e só não acabei a autobanhar-me porque já estávamos atrasados. Não sei como mas temos sempre qualquer coisa para fazer ou temos sempre que ir aqui ou ali.
O almoço foram restos, como é óbvio.
Depois de almoço, deitei-me a ler um livro e, passado um bocado, adormeci. Mas para que não pensem que em vez de ler só durmo, desta vez completo a narrativa e digo que, depois de acordar, continuei a ler. Um livro que me tem dado muito que pensar. Um dia que tenha sossego na cabeça, hei de falar nele.
Mas é um facto: não ando a ler tanto quanto era meu hábito e tanto quanto gosto e isto porque ando viciada em escrever. Só me apetece escrever. Por exemplo, estou aqui e as minhas mãos até fervilham com a matéria caliente que a minha cabeça está danadinha para deixar sair. Uma maluqueira, esta mania de escrever.
Um dia que eu consiga publicar alguma coisa e me torne uma escritora célebre vocês podem vir aqui ver como são os bastidores de uma escritora maluca.
(Riam-se, riam-se...)
Gostava ainda de contar uma coisa que não tem nada a ver mas de que agora me lembrei. Ontem, de manhã, eu e o meu marido fomos fazer uma caminhada por onde não costumamos passear. Às tantas começámos a ouvir uma música. Mas uma música sublime. Parei a tentar identificar. Não consegui. Sei que há apps para o descobrir mas não quis perturbar o momento pondo-me à procura de apps e tretas tecnológicas ali totalmente descabidas. O som vinha de uma casa muito bonita, uma casa incomum com uma arquitectura também sublime. Por mim, sentava-me no passeio e deixava-me ficar ali. Pensei que, por vezes, a felicidade aparece assim, como um momento inesperado.
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E agora, para não me despedir assim, sem mais, à papo-seco, procurei uma música qualquer e encontrei esta que também não tem nada a ver com o post. É o que é.
Atahualpa Yupanqui - Ave que pasas cantando (en directo, 12.04.1977)
Cancion interpretada por el mas importante folclorista que ha tenido Argentina, en el programa "Esta noche fiesta". Su nombre verdadero era Héctor Roberto Chavero Aramburu y junto a su esposa Paula Nenette Pepin fueron autores de piezas que se han convertido en clasicas del folclore argentino
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