domingo, abril 28, 2024

Pinto da Costa não aprendeu o que Aznavour ensina na canção 'Il faut savoir'

 

É preciso perceber quando é chegada a mesa de nos levantarmos da mesa. Pinto da Costa não percebeu. É pena. 

É preciso saber sorrir, quando o melhor já foi
e só resta o pior numa vida em que parece que só há o que chorar
Tem que se saber, custe o que custar, manter toda a dignidade
E, apesar do que custa, partir sem olhar para trás

Il faut savoir encore sourire, quand le meilleur s'est retiré
Et qu'il ne reste que le pire dans une vie bête à pleurer
Il faut savoir, coûte que coûte, garder toute sa dignité
Et malgré ce qu'il nous en coûte, s'en aller sans se retourner

Face au destin qui nous désarme, et devant le bonheur perdu
Il faut savoir cacher ses larmes, mais moi, mon coeur, je n'ai pas su

Il faut savoir quitter la table, lorsque l'amour est desservi
Sans s'accrocher l'air pitoyable, mais partir sans faire de bruit
Il faut savoir cacher sa peine, sous le masque de tous les jours
Et retenir les cris de haine, qui sont les derniers mots d'amour

Il faut savoir rester de glace, et taire un coeur qui meurt déjà
Il faut savoir garder la face, mais moi, je t'aime trop
Mais moi, je ne peux pa
Il faut savoir mais moi, je ne sais pas

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Quando eu era pequena, mas mesmo muito pequena, quando todos à minha volta eram do Vitória de Setúbal ou, vá, do Benfica ou do Sporting, eu dizia que era do Porto. Ninguém tinha explicação para isso e eu muito menos. Durante anos, sentia-me atraída pelo Porto. Havia qualquer coisa de místico, de insondável nisso. Nunca liguei nada ao futebol mas sentia-me ligada ao Porto. Agora que tenho um marido sentimentalmente muito ligado ao Sporting e netos sportinguistas e netos benfiquistas, um filho benfiquista e uma filha que talvez agora penda para o Sporting por via dos filhos, já não sinto que tenha aquele laço invisível que me prendia ao Porto. Contudo, a verdade é que sinto que há ali uma força muito raçuda, muito genuína e muito azul a que ainda não consigo ser totalmente indiferente.

Chegámos agora a casa depois de termos ido ver o espectáculo 'A madrugada pela qual esperei'. As televisões mostram o que Jorge Nuno Pinto da Costa devia pensar impossível: foi substituído por larguíssima margem. Afinal os sócios do Porto não o julgavam insubstituível. Ninguém o é. Deveria ter saído antes de testemunhar, tão flagrantemente, que já não era querido.

Tirando isso, que sejam todos felizes.

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